—– Original Message —–
From: É AMOR? É SEXO? É ORGULHO? É O QUÊ?
Sent: Friday, August 22, 2008 12:02 PM
Subject: de maneira resumida…
Vou tentar resumir, Pastor.
Quando eu tinha 14 pra 15 anos, conheci um rapaz; quatro meses depois começamos um namoro à distância. Um ano após o namoro eu me entreguei a ele. Namoramos durante quatro anos, no último ano eu descobri que ele me traía na cidade onde morava; o perdoei da primeira vez que soube (ele negou); da segunda vez eu terminei de vez. Depois voltamos, mas eu estava desgastada, havia pedido a Deus que tirasse de mim o amor que sentia se não fosse de Sua vontade; e Deus tirou. Eu me relacionei com outros rapazes e ele também com meninas. Ele demonstrava muito sofrimento e arrependimento; assim se aproximou do Senhor, mas continuava no mundo, e eu também.
Um ano após o fim, voltamos; em mim renasceu todo o sentimento de antes; aliás, tudo veio em dobro; mais forte ainda. Ele me contou que orava pedindo a Deus que me fizesse sentir tudo outra vez, caso ele tivesse sendo sincero e realmente tivesse mudado. Eu senti, nós voltamos após um ano.
Eu voltei, mas comecei a sentir um ciúme absurdo. Após um encontro que teve com Deus, ele me confessou que conversou algumas vezes com uma menina, e que havia se envolvido; e isso confirmou o meu ciúme, minhas dúvidas, etc. Após esse encontro ele me pediu perdão e eu também pedi a ele, pois havia escondido coisas dele, e as revelei.
Ficamos na paz de Deus (mas o meu ciúme ainda existia). Há alguns dias, ele me revelou que tem pensamentos eróticos com amigas minhas, com pessoas que não conhece, e até mesmo com a minha mãe. Eu tive a sensação de morte, e cheguei a realmente pensar no fim do namoro, pois, não consigo entender isso.
Nós passamos a não ter relações sexuais desde o encontro que ele teve com Deus, mas algumas vezes praticamos as preliminares.
Ficamos uma semana distante,
Quando conversamos, não nos reconhecíamos, como se fossemos estranhos. Parecia que ele era um irmão gêmeo do meu namorado, e eu da mesma maneira pra ele. Era como se tudo fosse muito distante.
Oramos, e abrimos a Bíblia; abriu em Ester seis. Oramos chorando, e suplicando a Deus que se não fosse de Sua vontade, que tudo continuasse assim, com essas sensações estranhas. Mas se fosse, que pudéssemos nos reconhecer de novo.
Depois disso, nos beijamos, e sentimos tudo outra vez…
Mas eu sempre tenho dúvida se estou no caminho correto, ou se estou em desobediência, como se não estivesse enxergando o que Deus me mostra.
Como se meu namorado não tivesse mudado e ainda me traísse, mentisse, etc. Tenho muito medo disso.
Espero que você entenda a profundidade de tudo nessas palavras resumidas.
Obrigada Caio.
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Resposta:
Minha filha: Graça e Paz!
Seu ciúme é também muito em razão de que você deve já ter tido algumas experiências menores de traição sua para com ele, e, em razão de seu próprio potencial, além de estar traumatizada pelo que já houve, ainda acrescenta a sua própria medida de juízo acerca de seu próprio potencial de traição, sobre seu namorado, ainda que ele tenha “feito por merecer”.
Vocês sofrem daquele amor de “fica”, que onde bate tende a permanecer como uma fixação.
Não estou dizendo que não se amem, mas sim que os apelos do desejo estão bastante presentes em vocês dois, daí sempre acabarem se enroscando, ainda que orem pedindo a Deus que faça com que a Lei da Gravidade não exista, coisa semelhante a orar pedindo para não desejar a quem se deseja, e com quem se vai encontrar na esperança de não sentir nada…
O curioso é que quando ele “encontra com Deus” em um evento ou acampamento, o resultado é uma “consagração sem sexo”, apenas com preliminares; enquanto o inconsciente dele fica lotado de desejo sexual reprimido, a ponto de ele sonhar que está pegando suas amigas, quem quer que passe, e, até mesmo, a sua mãe.
Você está proibida, ele não pega nem
O fato de ele ter tido esses affairs e, agora, estar atormentado com sonhos eróticos, não significa que ele não ame você, especialmente na idade em que vocês estão.
Além disso, a coragem dele de confessar-se é um sinal de vontade de acertar; daí o expor-se; pois, quem não quer mudar, jamais corre um risco desses, a menos que esteja arrependido e veja que não fará bem a ninguém com tal confissão.
É porque quase ninguém entende assim o significado de uma confissão, que, na maioria das vezes, nem mesmo vale a pena confessar, pois, muitas vezes, o que decorre da confissão é a experiência que agora ele tem em relação a você, que diz que não confia mais nele.
Não posso dizer a você o que fazer. Mas posso ajudar você a reler a sua carta com os olhos que acabei de lhe sugerir.
O mais é fazer apenas aquilo que você veja que honestamente tem futuro. Lá no fundo a gente só não quer admitir. Não fuja. Esqueça a “aflicêta” e veja com olhos isentos. Então se pergunte: Que futuro temos nós? Estou certa do que quero, ou apenas não quero correr o risco de conhecer outra pessoa?
Busque ser sensata e equilibrada em tudo, e você evitará muitos problemas.
Receba meu carinho!
Nele, que nos quer colocar no caminho da simplicidade e do amor que não é aflição,
Caio
22 de agosto de 2008
Lago Norte
Brasília
DF