—– Original Message —–
From: MIOJO AO MOLHO DE MOSTARDA!
Sent: Wednesday, October 01, 2008 1:10 PM
Subject: Miojo ao molho de mostarda.
Caio, mano querido, tudo em paz?
Cadê “mostarda” no seu site… não achei texto “específico” (“receitinha de ‘miojo’ com mostarda” que fosse…ôohh “Âno Marío Brágo”, dá um jeito aí…rsrs).
Li “lá” (+ ou – assim):
“O reino dos céus, que não vem de forma visível, é semelhante a um minúsculo grão de mostarda, que, plantado pelo dono, é, depois que brota e se desenvolve, maior que hortaliças, tornando-se árvore capaz de aninhar as aves do céu em seus ramos.”
Jesus (esclareça-me, por favor…) parece (?) enfatizar “não a semente”, “não a árvore” – nada “exterior” – mas, sim, o “processo existencial” de ócio amoroso que resulta na transformação de uma em outra (cercado de fé, esperança e entrega submissa à intervenção divina) e suas às “conseqüências” práticas visíveis.
A maior alegria da semente em ser “árvore” seria, então, porque, tendo vivenciado com gratidão e entrega todo o processo, já enraizada e madura, daria sombra e descanso às aves do céu (frágeis e cansadas)… embora se sentindo “eternamente semente” (ao sabor da criação, que a alimenta e faz crescer, e que, morta, alimenta sementes outras) (?).
Quando do solo surgisse “sob a forma de árvore”, a semente o faria por amor às aves e não por orgulho de não ser mais semente “sem importância” (oculta); a ambição da semente seria ser/virar árvore, por Deus transformada, a ser por ele usada, e, a da árvore, seria permanecer semente nas mãos de Deus (?).
O reino dos céus ocorreria “no intervalo eterno” da existência entre ser (a um só tempo) “semente” (amar a Deus) e “árvore” (amar o próximo), amando a condição de semente em eterna transformação consciente (amar a si mesmo) (?); seria como o “processo” (as estações) por que passaria a semente miudinha desde que lançada ao ventre da Terra até que virasse árvore imensa (na amplitude da “sombra” que refrescasse, no sabor dos “frutos” que alimentassem, na força dos “galhos” que amparassem e na fertilidade das novas sementes que lançasse ao solo) (?).
A idéia-força estaria no “potencial incontrolável de vida” que a aceitação do reino produziria no coração, capaz de converter a “mera intenção de afeto” (semente) em “pleno amor universal” pela criação (árvore) e no fato de que tal ciclo, totalmente fora do nosso controle, porque graça e misericórdia independeriam da nossa vontade, não geraria jactância alguma, já que a “árvore” (… assim “vista” só pelos outros) seria, para ela mesma, “mera semente crescida”, de dentro para fora por Deus expandida (?).
Se assim for… o reino do “inferno” (?!?)…seria como o “retrocesso” existencial vivido pelo grão de mostarda
De meninos, ouço:
“– Vamos jogar bola em outro lugar; essa figueira só atrapalha [e dá dó olhar para tantos pássaros mortos] !”
“- Só se for agora! Daquele pé de cumarú ao outro…é o gol; é sem camisa “contra” com camisa; e…cuidado com as ar-ar-as…!”
Beijão.
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Mano amado Habib: Graça, Paz e Alegria!
Os links abaixo de tudo aparecem com a palavra “mostarda”, mas sem “miojo”. Rsrsrs.
Já os links que seguem aqui são todos sobre a dinâmica do reino nos “ramos da Videira”:
Em síntese, creio que Jesus falava sim da dinâmica do crescimento do reino e de sua majestosa sutileza.
Creio que seja útil a parabolização do sentido conforme você colocou, pois, é verdade o que você disse, e faz sentido com o que o Evangelho ensina sobre o principio existencial do crescimento do reino no coração humano e na vida.
Jesus disse que “o reino é semelhante ao grão de mostarda”. E a ênfase recai sobre a natureza do crescimento: de algo mínimo a algo inesperadamente maior e significativo, e com o potencial de ser sombra de vida e descanso.
Entretanto, se olharmos cada elemento buscando um sentido em cada um deles, se terá que o reino é semente no ambiente do reino, o coração humano, na mesma medida em que “as aves dos céus” que encontram sombra na árvore já crescida, nos remetem para o homem outra vez, o homem-próximo do homem-semente, o qual se beneficia do reino na semente que virou abrigo.
Mas cada “ave” terá que virar “semente”, e, depois, árvore. Do contrario, como “ave perene”, o reino não se instala na pessoa, mas apenas o seu bem primeiro de acolhimento. Digo isto conforme a seqüência existencial do Evangelho, que não está explicitada na parábola.
Quanto ao processo, é como você disse.
As virtudes não se sabem, não se conhecem como virtudes, mas apenas como fruto natural.
Por isto a verdadeira virtude desconhece a si mesma, e, portanto, não se jacta.
Hoje olho para trás, para os anos do começo, para as emoções do principio, para os conflitos de então, para as perspectivas que havia em mim sobre todas as coisas, e, então, comparo com o Agora de minha vida.
O que vejo?
Vejo a semente. Vejo sua natureza. E vejo que o pedaço de pau que sou hoje, carrega, no entanto, a natureza da semente original, do contrário, não seria como é: mostarda do reino, apesar de mim.
Entretanto, não vi nenhuma das viradas de crescimento que houve em mim, tendo sido capaz de discernir as coisas apenas depois de elas terem acontecido como bem para mim mesmo [não importando a história do processo histórico]; pois, no processo, a semente não vê seu próprio estagio de maturação e nem discerne os meios de sua maturação.
Muitas das parábolas de Jesus são “vegetais e orgânicas”: a semente de mostarda, a semente do semeador [mais de um caso], a semente do homem que planta e dorme, a semente de trigo e a sabotagem do inimigo plantado joio no campo, o fermento, a Videira, figueira, etc.
Assim, elas servem ao que Jesus dizia no imediato, mas, na seqüência do sentido, temos possibilidades de não fixação que a vida humana tem e que a referencia “vegetal” não possui.
Por exemplo:
Na parábola do Joio e do Trigo, quem é trigo, é trigo, e quem é joio, joio é. Mas na vida, na experiência do Evangelho, todo trigo pode virar joio e todo joio pode se tornar trigo pela conversão ou pela dês-conversão.
Em um dos textos da “Videira” acima mencionados nos links, falo a mesma coisa. Sim! Digo de como a natureza fixa do vegetal limita o entendimento para o todo do sentido do reino na vida humana; isso no caso de alguém ficar fixado na imutabilidade das naturezas dos entes-vegetais da parábola, sem ver que na vida do homem tudo pode se tornar outra coisa, pois, a existência humana não é uma semente vegetal.
É por isto que na parábola da Videira os “ramos” podem pretender ter vida sem a Árvore. Ora, no mundo vegetal tal não acontece, mas no mundo dos seres amimados pela alma isso é possível.
Assim, devo entender as parábolas no seu sentido imediato, e usar a parábola como parábola sempre que o seu sentido complementar combinar com o que o NT diga explicitamente sobre o processo existencial em sua continuidade na vida da pessoa.
Portanto, mano amado, é isso aí. O processo é esse, e você o viu não no texto da parábola, mas nas páginas de seu coração, o qual tem sido escrito pelo amor de Deus.
Mano amado!
Você é muito amado, e sua vida me dá grande prazer e alegria no Senhor.
Amo você!
Nele, que nos separou para a alegria de ser em Cristo,
Caio
1 de outubro
Lago Norte
Brasília
DF
Links com “mostarda”:
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—– Original Message —–
From:
Sent: Friday, October 03, 2008 12:41 PM
Subject: Resposta. Miojo. Mostarda. Habib.
Caio,
Você, além de tudo, disse:
“Mas cada “ave” terá que virar “semente”, e, depois, árvore. Do contrário, como “ave perene”, o reino não se instala na pessoa, mas apenas o seu bem primeiro de acolhimento (…) conforme a seqüência existencial do Evangelho, que não está explicitada na parábola.”
O reino, então, se inicia com “tornar-se ave acolhida” (perdoado, amado), que remete a descanso depois de longo vôo de retorno; depois, vai pela “árvore que acolhe”… (legal demais essa observação sua; deu-me um “estalo”, o qual suscitou em mim que, assim como versículos isolados (vc sempre frisa isso!), a leitura de “parábolas isoladas” também não atinge a plenitude da vida proposta por Jesus: o reino de Deus é…).
AGORA-O-CALDO-ENGROSSOU-DE-VEZ…
Tal como… (“O coração de Jesus”: síntese encarnada vivificante de toda a representatividade existencial que possam ter “semente-campo-árvore-água-ramos-videira-fruto-ave-lírio-samaritano-vinho-pão-trigo-milho-peixe-tesouro-rocha-estrela-pérola-poço-cordeiro”…).
Lembrei daquela música que o Beto Guedes canta (“Vevecos, Panelas e Canela”):
“Queria fazer agora uma canção alegre Brincando com palavras simples, boas de cantar, Luz de vela, rio, peixe, homem, pedra, mar Sol, lua, vento, fogo, filho, pai e mãe, mulher”.
Beijão, grande amigo, de quem vê em você semente/árvore… manchada … risos … de “terra” e “caca de aves”, com alguns galhos sobrecarregados, “fibrilando e diabetando”; cheia de corações novos e envelhecidos, entalhados no seu tronco (“Fulano ama Jesus“), e com muitos pássaros aninhados em seus “ramos” (reais e virtuais).
Habib.
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Resposta:
Mano muito amado: Sempre Graça e sempre Paz sobre você!
Para os outros a ave que um dia foi acolhida, agora cresce para se tornar arvore que dá sombra, a mesma que um dia a ave recebeu quando não tinha onde pousar, antes de virar semente e, depois, árvore.
Para ela mesma, para a pessoa, o que se eterniza é a semente, pois, a arvore é para os outros, mas a semente tem a ver com a natureza e a qualidade da vida.
Afinal, a árvore só é de confiança em razão da natureza da semente.
Jesus, porém, é tudo.
Nele todas as coisas fazem sua síntese. Nele tudo subsiste.
Por isso, aplicando o Principio que para mim é o único válido, tem-se que concluir com você:
Tal como … “(O coração de Jesus”: síntese encarnada vivificante de toda a representatividade existencial que possam ter “semente-campo-árvore-água-ramos-videira-fruto-ave-lírio-samaritano-vinho-pão-trigo-milho-peixe-tesouro-rocha-estrela-pérola-poço-cordeiro”…).
Amo você meu mano, e me alegro no discernimento de Graça que Deus lhe concede a cada dia.
Aleluia!
Nele, que me amou, e que em Seu amor me apresentou a você,
Caio
2 de outubro de 2008
Lago Norte
Brasília
DF