—– Original Message —–
From: EVA DIZ: “FOI A SERPENTE”…
Sent: Saturday, May 09, 2009 9:43 PM
Subject: Desespero
Pr. Caio,
A paz do Senhor!
Agradeço a Deus por sua vida, por este site e pela certeza do pastor ler a minha carta para que possa me ajudar com suas palavras sábias baseadas na Bíblia. Serei breve, mas busco respostas bíblicas em desespero.
Tenho 35 anos e fui casada durante 18 anos.
Casei-me aos 17 anos por amor. Não tinha olhos para outros homens. Era honesta, trabalhadora e acreditava muito na honestidade do meu marido. Porém, depois de 6 anos de casada ele fora transferido para uma cidade que ficava a
Chegando a cidade não consegui trabalho. Permaneci 3 meses e a situação financeira apertou, pois pagávamos aluguel. Meu filho tinha necessidade de ir à escola, mas não tínhamos condição de pagar.
Depois de muita conversa, resolvemos que eu voltaria para o Rio para trabalhar, já que meu antigo emprego se interessava pelo meu retorno. Juntaríamos dinheiro para comprar um terreno nessa cidade, construir um imóvel e depois retornaria sem precisar pagar o aluguel. E assim foi feito. Como era e sou professora, meu filho estudaria na escola em que trabalhava. Porém, combinamos que seria apenas naquele ano.
A princípio fui morar com a minha sogra, já que nosso imóvel estava alugado. Permaneci na casa dela durante um mês e depois fui morar com minha mãe. E ele dividia o aluguel da casa com mais 3 amigos.
Não percebia nada de errado com ele, mas minha mãe começou a notá-lo diferente e sempre falava para eu ir atrás dele. Tinha em mente o nosso combinado (o terreno e a casa posteriormente) e era isso que valia.
Durante os feriados que eram emendados no meu trabalho e no decorrer das minhas férias ele se recusava a deixar que eu fosse para lá ficar com ele. Dizia que na casa só tinha homem e que eu não teria nada para fazer lá. Mas, ficava sabendo que a esposa de um deles ia para lá de vez em quando, mas nada fiz e aceitava a vontade dele. A nossa rotina era a seguinte: trabalhávamos de segunda a sexta – ele ia as sextas para o Rio para me ver e ver o nosso filho e retornava aos domingos a noitinha ou nas segundas de madrugada.
O ano acabou e tínhamos o dinheiro para comprar o terreno naquela cidade, só que os planos dele mudaram. Não queria mais que morássemos naquela cidade. Ele queria arrumar um trabalho no Rio ou em outro lugar qualquer. Alegou que estava insatisfeito com o trabalho e que começaria a procurar outro. Como sempre fiz, o apoiei.
Foi aí que comecei a perceber algo diferente. Ele não queria mais ter relação comigo, ficava deitado no sofá todo o tempo em que estava em casa, me empurrava quando eu o procurava para termos relação, não tinha paciência com o nosso filho, e não me procurava. Alegava que era a situação.
Sonhava com ele me traindo e comecei a perguntá-lo. Ele dizia que não. Jurava que não era nada disso. Que era tudo da minha cabeça.
Mesmo assim vim morar com ele em uma outra cidade em 1998, devido a um novo emprego que ele havia conseguido. Mais uma vez larguei tudo. No início ele continuou me deixando de lado. Só trabalhava – sábados, domingos, feriados e sempre até tarde. Ficava muito só, quase não nos víamos. Quando ele saía eu estava dormindo e quando chegava por volta das 23h já dormira tb.
Cobrava a atenção dele, mas ele dizia que eu atrapalhava o seu desempenho no serviço.
Continuava a sonhar com a traição dele, mesmo sem dormir pensando.
Nossa vida sexual, para mim, não era boa. Era de vez
Comecei a estudar novamente. Como o pastor deve saber surgem as oportunidades e comecei a olhar para outro homem. Na minha mente só pensava em me vingar (mesmo ele não ter confirmado a sua traição era certa). Entretanto, não era só vingança também queria atenção e carinho, ser amada. Então o traí. Depois me senti a pior das pessoas, estava arrasada. Porém, fiz outras vezes até consegui parar.
Passando essa minha fase e o colocando na parede, ele confessou no final de 2004, que havia me traído naquela cidade, mas havia sido só um beijo e que não teve significado nenhum. Como sofri pastor! Sofri muito, perdi o meu chão, só chorava, queria morrer…
Questionava bastante: Se não teve significado e foi só um beijo por que mudou comigo? Por que não queria sexo? Por que não tinha paciência com o nosso filho? Por que não me dava atenção? Por que…
Não acreditava naquilo e achava que tinha havido mais. Não suportava lidar com aquela verdade.
No início de 2005 procurei uma igreja para freqüentarmos (Presbiteriana); ele foi, mas mesmo assim o traí de novo.
Não me agradava em nada da minha atitude, sabia que estava errada, pecando, porém era a maneira que encontrei para provar que atraía outros homens, para me sentir mulher.
Sentia muita raiva no meu coração. Lembrava do nosso propósito, do quanto o confiei por amor e do quanto me esforcei para vencermos. Lembrava da rejeição que sofri, da dor que senti. Lembrava que tinha um carro para me locomover no Rio e ele outro para viajar, e que pegou o que ele usava com o que eu usava para trocar em um zero para ele usar para viajar. Nisso, fiquei a pé. Tinha que andar muitos metros com o nosso filho no colo de 3 anos e com as coisas da escola (livros e cadernos) para pegar o ônibus cheio e trabalhar e da mesma maneira voltar. Não reclamei em nenhum momento. Como havia sido tola… Apenas permiti e pensava que ele, na época, não se importava comigo.
Queria um tempo para pensar em tudo, sei lá. Talvez tentar entender, perdoar, digerir aquilo tudo… Brigávamos muito e ele começou a ser agressivo. Quebrava as coisas
O pastor da igreja em que freqüentávamos chegou a ir a nossa casa, chamado pelo nosso filho, e ver o que havia acontecido, mas infelizmente ele foi para outra cidade assumir uma nova igreja e com isso paramos de ir à igreja.
Depois disso, ele entra na maçonaria em 2007.
Estava tudo errado! Não sabia como agir, nada me agradava…
Pedia a Deus para conhecer uma outra pessoa, pois não conseguia lidar com essas decepções no nosso casamento. Queria alguém temente a Deus, que fosse a Igreja comigo e acabei conhecendo alguém. Com isso pedi a separação e as agressões verbais e o quebra-quebra pioraram.
Consegui me separar. Já tem um ano e continuo com a mesma pessoa que havia conhecido antes de me separar. Sou fiel a ele até
Atualmente, vou a uma Igreja da Assembléia, bem tradicional, parecida com a Pentecostal. Meu namorado não vai comigo porque eu não o chamo e não quero que vá para não expô-lo, pois pregam o casamento restituído.
Pastor, tenho medo de estar em pecado com o meu namorado e acabo que não me entrego totalmente ao relacionamento.
Estou fazendo um propósito para que Deus responda se devo voltar para o meu ex, mas não sei se ainda o amo ou se sinto apenas a falta dele por causa do tempo pelo qual passamos juntos – 18 anos de casados com mais 2 anos de namoro, ou seja, 20 anos de convivência.
Hoje sou uma pessoa temente a Deus e quero seguir o que está na Bíblia. Peço perdão a Deus todos os dias pelos meus pecados. Não tenho mais mágoa do meu ex em nada.
Quero ir para o céu, pastor. Ser salva!
Por isso lhe escrevo esta carta em lágrimas e com vontade de fazer a vontade do nosso Pai.
Por favor, me responda se puder as dúvidas abaixo que me atormentam:
– O meu ex-marido cometeu adultério, mesmo sendo só um beijo como ele diz?
– E em relação a mim, adulterei mesmo sendo depois dele?
– Estou em adultério com o meu namorado por ser ainda casada no papel no momento em que o conheci?
– Tenho chance de ser salva?
Obrigada e a paz do Senhor Jesus Cristo.
SR
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Resposta:
Minha querida: Graça e Paz!
O que o seu marido cometeu, eu não sei. Mas o que você fez, independentemente de qualquer coisa, foi trair o seu marido.
Eu sei que provavelmente se ele fosse ou tivesse sido um marido dedicado, possivelmente você nunca o tivesse traído. Entretanto, tudo isto é probabilidade…
O fato é que quem vive de probabilidade é elemento subatômico, não os humanos. Nós vivemos de fatos.
Você, no entanto, parece se justificar por meio de probabilidades…
“Se ele não tivesse me deixado com suspeitas, sonhando, eu nunca o teria traído”…
E mais:
“Será que o beijo que ele deu foi considerado um adultério por Deus?”
Então você disse que fez porque queria se vingar…
Foi, vingou-se, e teve trabalho para parar de se vingar… Pois, mesmo doendo em culpa, você gostou…
Assim surgem as desculpas…
“Ah, se ele não tivesse me deixado tão longe dele!…”
Ou seja: se você o trai é vingança por noites mal dormidas e pela confissão de um beijo… E, por causa disso, você trai mesmo, dá mesmo, e vai muitas vezes, e até luta, pois, parar não foi fácil…
Vai para a “igreja” e lá, com ele freqüentando, o trai outra vez…
Agora, depois de separada, continua com o homem que já estava antes de deixar o seu marido, e, apesar disso, ainda pergunta, a 1ª pergunta: “- O meu ex-marido cometeu adultério, mesmo sendo só um beijo como ele diz?”
E mais: torce para que o 1º a ter feito algo errado sirva de justificativa para quem fez em 2º lugar: “- E em relação a mim, adulterei mesmo sendo depois dele?”
Ou seja: você ainda é tão religiosa que julga que se alguém trair a gente a gente ganha o direito de fazer o que quiser…
Ora, se seu marido trai você, é seu direito não mais ficar com ele… Mas isto tem a ver com ele, não com você. Ou você crê em traição por legitima defesa?…
Sinceramente, acho que você deveria ficar só e aprender a ser gente pela Palavra.
Veja a situação:
Seu medo de você mesma é tão grande que você não quer levar o homem de agora às reuniões com medo que ele se converta e que você o traia… E mais: além de temer trai-lo sendo ele um crente [como se fosse pior], você ainda freqüenta uma “igreja” que manda você voltar para o seu ex-marido… E mais: fica pensando na volta… Isso para então dizer: “Sou fiel ao meu “atual” até em pensamento…” Ora, que pensamento?…
O fato é o seguinte:
Você traiu a 1ª vez com o pretexto da vingança… Mas o desejo estava em você.
Seu marido pode até ter tido algum caso ou casos… Porém, seus sonhos eram seus, e nada me diz que eles, os sonhos, não tenham sido já o fruto do seu desejo de traição, de conhecer outros homens na cama. Sim, o seu desejo de trair pode já ter sido o motivador dos sonhos de traição sobre o seu ex-marido, pois, assim, você teria o álibi que necessitava para você mesma fazer o que queria e não tinha coragem de admitir.
É mais honesto dizer:
“Meu marido foi um relapso… Me deu todas as indicações de que não queria nada comigo. Fiquei carente e chateada. Então, eu mesma, fui e fiz; fiz e gostei; gostei e tive trabalho para parar; parei, mas nem tanto….; e, a prova disto é que hoje continuo com medo, medo de trair, de trair até o homem com quem eu vinha traindo o meu marido…”
Portanto, esqueça o que o seu ex fez… Não interessa.
Esqueça a “restituição do casamento”… Você precisa é de restituição de você mesma para com você mesma.
Sexo fora do casamento pode se tornar um dos vícios mais difíceis de deixar quando a pessoa se vicia na sensação que o tesão da traição produz…
E você sabe disso… sabe tanto que teme trair o atual companheiro…
Em minha opinião você não ama ninguém.
Seu marido é apenas a saudade de um sonho que não deu certo…
O atual é seu “consolo”… Mas não é seu marido… E você diz que não se dá por inteiro porque teme trair o homem…
Então, me diga, honestamente: Você ama o quê? Ama quem?
Assim, o que lhe digo é simples:
Fique quieta. Dispense o pobre do amante… Fique só… Cuide do seu filho… Converte-se ao entendimento do Evangelho… Conheça a Deus para você mesma… E, sobretudo, pare de pensar que Deus seja um contador de pecados, e que meça de quem foi a maior culpar a fim de desculpar o “menos culpado”.
Você está cheia de religião, mas vazia do Evangelho!
Portanto, minha recomendação é uma só:
Leia o Novo Testamento todo. Leia o meu site www.caiofabio.com também todo. Entre na Vem e Vê TV, no site, e encha a sua mente da Palavra do Evangelho.
E mais: deixe esse assunto de “homem” para bem depois… Agora você precisa é conhecer a Palavra.
Deixarei com você alguns links para que você leia.
Receba meu carinho!
Nele, que não trabalha com desculpas, mas apenas com arrependimento,
Caio
10 de maio de 2009
Lago Norte
Brasília
DF