CAIO, PUBLIQUE QUE ESTOU LIVRE!…

 

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From: CAIO, PUBLIQUE QUE ESTOU LIVRE!…

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Sent: Saturday, September 12, 2009 1:48 AM

Subject: ESTOU LIVRE!…

 

 

 

Oi Caio!

Eu hoje decidi te escrever [depois de aproximadamente um ano que venho acompanhando o seu site] para te dizer: muito obrigada em Deus.  

Este site me abençoou durante todo este ano.

Foi um ano de muito sofrimento, desespero, solidão, abandono, desprezo e descaso pelos homens e de mim mesmo para comigo; mas da parte do Senhor para comigo, foi cuidado sem fim em amor, correção daquele que ama, salvação para quem estava perdido, descortinar das mentiras com verdades, amor de uma forma incompreensível; e por diversas vezes disse ao Senhor, que não me causava mais espanto saber que Ele tinha poucos amigos; mas foi sobre tudo, libertador!!!!

Passei um ano longe das igrejas, para quem nunca havia ficado uma semana sem entrar nelas como freqüentador assíduo e fiel, desde que, há 12 anos atrás conheci ao Senhor, e passei por um processo genuíno e verdadeiro com Deus. Mas errei quando decidi de uma forma ingênua de um novo convertido a deixar ser ensinada, instruída e doutrinada pelos escribas e fariseus em nome do Senhor…; pessoas que fazem o que é certo na aparência…, mas com as motivações erradas;  assim me tornei também; achando que assim aprenderia com quem sabe e conheceria mais a este Deus que me libertou de uma forma tão poderosa. Sai do monte da transfiguração e fui me atentar ao falatório dos religiosos, e meu coração se corrompeu… Sei que tudo isso cooperou para o meu bem, porque hoje tenho consciência disso tudo não de ouvir falar, mas de experimentar, o que é bom e ruim de “dentro”; como de igual forma quando conheci ao Senhor e a lepra deixou de ser a doença, que me escravizou do lado de “fora” por 23 anos.

Agora a minha libertação aconteceu quando decidi sair da minha igreja, dá qual fui membro por dez anos, nunca estive em outro lugar, a não ser pela igreja que me acolheu no Brasil quando conheci ao Senhor. Por cinco anos fui membro ativo nos trabalhos e nos outros cinco fui pastora juntamente com meu esposo. Nossa história é semelhante em muitas coisas às histórias de outros… Fomos alcançados pelo Senhor quando fazíamos universidade, e com diferença de poucos dias, através de uma experiência com o Espírito Santo, que claro não sabia que era, mas tinha certeza que se tratava de Deus, porque nunca ninguém teve ou demonstrou amor igual para comigo… Sua misericórdia me alcançou de forma tão incrível, que mesmo sem nunca ter tido consciência da verdade de Deus e de quem Ele era, Ele entrou na festa de “doidão” e me amou, me sarou e me libertou… Foi “amor à primeira vista”, de mim para com Ele, claro!… Porque Ele sempre me amou, mesmo quando não mereci e imunda a cada dia… me fiz mais, com toda sorte de vaidades e paixões deste mundo.

Sai dali liberta de vários vícios e práticas, álcool, cocaína, cigarro, maconha, LSD, anfetaminas, ácidos…

Cheguei do lado de “dentro” sem todo este peso morto, que por durante todos estes anos não me trouxeram qualquer problema na minha caminhada cristã. Para mim o mais difícil do lado de “dentro” não foram estas coisas e a falta delas [me foi sempre um alivio viver sem elas], mas sim foi apenas sobreviver [por sinal… ainda bem não que sobrevivi].

Sobreviver dentro foi difícil… Mas isto cooperou para a minha libertação do “espírito da religiosidade” e com tudo que ela trás: hipocrisia, legalismo, doutrinas dos homens, cinismo, mentiras em nome de Deus, as amizades interesseiras e convenientes; falsidades, falta e falsas misericórdias; amor e compaixões fingidos; julgamento sempre pronto; e amor condicional…

Fiz da religião a minha ponte a Deus sem saber… A consciência só me veio quando fiquei sem ela…, a religião…, e não sabia o que fazer para me encontrar com o Senhor…

Havia ficado viciada nos cultos, nas programações, nas honras, nas glórias, nas festas, nas primeiras cadeiras, nos títulos, nos trabalhos interesseiros, nas aparições fotográficas,…

Fiz da igreja a minha ponte com Deus, fiz dela o meu mediador.

Só pude enxergar e aceitar isto… [esta “mentira verdade”] quando me vi sem ela.

Meu discurso sempre foi diferente; claro!

Meu mediador é o Espírito Santo, meu advogado é Jesus!…

Todavia, só se é possível conhecer e sondar o seu próprio coração quando se está em uma situação em que tudo desaparece, todas as muletas são tiradas; e então você pode ouvir a voz do Senhor a dizer: Tu és cega, surda, muda e paralítica; a lepra eu já tirei… Mas hoje queres ser curada?…

Eu enfermei com as enfermidades dos ídolos; os ídolos da religiosidade; e me tornei semelhante a eles.

Caio, hoje eu me sinto livre… em um processo de libertação com Deus, no profundo!

Eu saí da minha cidade por uma fuga… Claro que eu não tinha esta consciência… Saí para a “obra missionária”, mas hoje sei que era para correr da opressão em que vivia; mas como ainda viciada estava na religião… a tendência de repetir tudo o que aprendi era tão grande quanto certa.

Claro no final de tudo teria algo para o “Reino de Deus”…, que…, na verdade, é a construção “do meu reino”; reino este que só é bom porque é comigo; só funciona porque eu estou lá; você será um bem-aventurado porque está debaixo do meu cajado; etc… — e tudo que nós sabemos como é, porque é assim mesmo; e é fácil de identificar esta mentalidade do “meu reino”; pela evidente falta de alegria, empolgação, cooperação, união, amor verdadeiro e sem interesses ministeriais… pelo “reino ao lado”… E isto não só acontece de igreja pra com igreja, os sub-reinos são formados dentro do “reino”, o trabalho só é realizado para o “Senhor” se eu tiver um cargo ou um titulo… Se não tiver estas coisas, sentado estou, sentado fico. A ajuda social, o estender das mãos só acontece se você estiver no meu reino, e será melhor ainda e mais eficiente se você participar do meu sub-reino… e daí por diante!!!!

Me lembro quando vim para cá, em NY… O interesse das pessoas era saber com quem eu estava neste negocio… Porque dependendo de quem seja…, uma outra pessoa pode receber a “benção” de abrir uma igreja ou não no mesmo lugar…; e não digo lugar cidade… não; estou falando de grandes regiões; já vi situações semelhante em que era entregue um país inteiro a um missionário como alguém entrega um quintal a um empregado pra tomar conta.

Eu me assustava com isso e pensava: Ninguém fala nas almas? não deveríamos nos alegrar que outras pessoas estão desejosas por cumprir o chamado do Senhor? não deveríamos apoiá-las? mesmo que não sejam do nosso “reino”?

Aqui estou… Me sinto como há doze anos atrás, sendo liberta dos vícios…; agora pior…, porque foram imprimidos dentro de mim em nome de “Deus” e corromperam o meu ser.

Mas de igual forma estou feliz e cada dia mais aliviada; sentindo que Deus está me pacificando… É tudo o que eu quero na vida, ser uma pessoa com a digital de Deus no meu ser.

Não quero sentir e quando sinto luto contra a qualquer sentimento que possa me escravizar ao passado… Sei que de igual forma tudo o que me ocorreu no passado…, do lado de “fora”, não tem nada a ver com as pessoas, não foram elas que me feriram e escravizaram, elas só repetiram, e produziram o fruto dos vícios que foram produzidos em suas almas… Assim como não sinto ódio e ira pelos traficantes que me venderam drogas, os amigos que insistiram para que eu fumasse maconha mesmo quando não queria…, ou dos “amigos interesseiros” que me faziam sentir demais quando eu tinha alguma coisa que lhes interessava…

Hoje também não sinto ódio, ira, rancor ou amargura pelos pastores e as ovelhas que cuidei e me abandonaram…

Também não tenho ódio dos pastores que me sugeriam dar calotes para beneficiar a eles, não se importando se o cheque sem fundo era certo ou errado, mas por um bem maior…, o deles, claro…; se eu queria ou não fazer isso, me coagindo ao ponto de me espremerem com suas manipulações para conseguir o que queriam…; por me tirarem o direito de falar e pensar, dizendo que quem se faz uso isto se torna um rebelde…, a não ser que pense e aja como eles…

Sem perdão e misericórdia desligaram pessoas do “reino” e as lançaram no inferno (claro que não creio que isto seja possível, mas este é o discurso)… Como quem faz justiça própria!… Não se importando com qualquer conseqüência emocional ou espiritual que possa trazer ao outro…

Por todas as situações e cálices que bebi (desprezo, abandono, solidão) quando não era mais útil para eles e nem para as ovelhas… Meu olhar hoje é de compaixão e misericórdia, como quem olha para pessoas viciadas e doentes e que não sabem…; cegos guiando outros cegos…; pessoas que pensam que estão fazendo o melhor, fazendo o pior para si mesmas, para suas famílias, para o próximo e para com Deus.

Dentro do meu peito há um grito semelhante ao do Senhor: Pai, perdoa-os…, eles não sabem o que fazem!!!!

Saiba que agradeço a Deus pela comida que recebi durante este ano. Saiba que você tem dado de comer ao faminto e de beber a sedentos, vestindo aqueles que ficaram nus; tem alcançado a muitos, mas principalmente tem feito isto ao e para o Senhor, quando faz para aqueles que são Dele.

Deus abençoe você e sua casa.

Ore por mim, estarei indo para outra cidade no final deste mês… Irei outra pessoa… Sem medos, sem questões, sem jugos, sem rancor e sem ódio.

Para alguns, desviada… Mas para mim, livre em Deus… Para alguns estou sem igreja… Para mim estou sendo igreja.

Por favor, gostaria que publicasse meu nome, cidade e tudo que disse se assim sentir desejo, porque não me importo e nem me envergonho que saibam quem sou eu; eu sou o que sou; semelhança do Senhor.

Não tenho nada o que esconder, e quem me vir, verá o que sempre deveria ter sido: eu mesma em Deus, sem legalismo, sem cadeias, sem escravidão, mas cheia da graça de Deus.

Em Cristo Jesus,

Evelyn Ornelas
Obs.: Eu sou livre!

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Resposta:

 

Minha querida amiga: Graça e Paz!

 

Graças a Deus você compreendeu o que é importante e essencial.

Aleluia!

Agora é viver e praticar.

Sempre haverá sutilezas, tentações e até miragens do “bem” ante nossos olhos e em nossas existências…

Sim, até a última hora…

Quem vem do “Terceiro Céu”, da “Transfiguração”, precisa sempre encontrar um demônio no “vale” ou admitir um “espinho na carne”…

Sim, é saúde para a vida!

A Graça se aperfeiçoa na fraqueza…

Além de tudo de bom que sua carta me trouxe, senti que deveria dizer algo a você com todo carinho e amor de um pastor e irmão mais velho.

 

Você é inteligente e rica no dizer e expressar… Isto é ótimo e maravilhoso…; na mesma medida em que é perigoso…; pois, na muita inteligência existe pressa…; e na pressa… nada é introjetado até ao fundo…; posto que haja coisas que somente se arraiguem em nós pela experiência…, pelo tempo como perseverança…, e pela esperança como galardão da continuidade…

Assim, saiba:

Haverá sempre em você a luta de dois processos: o processo mental, acelerado…; e o processo da alma, que demanda tempo…

Portanto, não se deixe enganar pela sua inteligência; tipo: “porque eu sei, eu sei…” — pois, há coisas que a gente sabe para dizer…, mas ainda não teve o tempo suficiente para provar e sentir um dia depois do outro como seja e é…

Seus dons são de extrema riqueza no comunicar e no absorver…

Dou graças a Deus por isso!

Ao mesmo tempo em que peço a você para sempre estar atenta à sua inteligência como sua inimiga intima…

Sim, pois, pela muita inteligência e compreensão, às vezes, algumas pessoas deixam de provar o que devem provar em profundidade…, apenas porque já compreenderam com clareza.

Amei tudo o que li e ouvi de você!

Agora oro para que você persevere em humildade, em simplicidade e em paciência!

Também oro para que isto seja um processo familiar, e não apenas seu.

Além disso, peço ainda ao Pai que no tempo próprio você e seu marido [e toda a sua casa] ergam-se onde estiverem e comecem a ensinar a Palavra no espírito do Evangelho, conforme você tem aprendido aqui neste site, e expresso com tanta clareza aqui nesta carta.

Receba meu carinho, alegria e gratidão ao Pai por toda a Sua riqueza de Graça sobre a sua vida.

 

Nele, com a sabedoria de um dia depois do outro, sempre; e em alegria, sempre,

 

 

Caio

12 de setembro de 2009

Lago Norte

Brasília

DF