TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA: a síndrome da figueira sem fruto!
Um dos filmes mais badalados da década de 70 foi o “Toda Nudez Será Castigada”. Um filme digno das culpas criadas pela religião dos fariseus cristãos.
Isto porque, contrariamente ao tema do filme, o Evangelho ensina que é melhor andar nu diante de Deus do que tecer para si mesmo as vestimentas da falsa moral e das virtudes autojactantes.
O espírito do Evangelho ensina que Jesus ama a verdade de cada estação da vida humana! Foi por isso que Ele amaldiçoou a figueira que, de modo anômalo, tentava dar aparência de fruto três meses antes da estação própria. Todas as demais figueiras de Israel estavam peladas de folhas. Isto porque a figueira é uma árvore que primeiro apresenta os frutos, e só depois a folhagem. A oferta de folhagem era a promessa da certeza de haver fruto. Mas não havia, era só camuflagem! Foi também por essa razão que nenhuma figueira nua de folhas foi amaldiçoada no monte das Oliveiras; mas tão somente aquela representante vegetal do espírito da religião.
Sim, aquela figueira carrega o valor simbólico de algo primordial: a tentativa humana de se cobrir com folhas de figueiras (desde o Éden), ao invés de se deixar cobrir pelo próprio Deus, e, assim, viver em verdade.
Somente Deus pode vestir o homem aos Seus próprios olhos! De fato, as folhagens da figueira expressavam a realidade espiritual de Israel: cheio de religião; cultuando mais o Templo que no Templo; amando mais a Lei que o Criador; crendo mais nas mecânicas rituais do que na Graça de Deus.
Por isso, mesmo sem qualquer “fruto digno de arrependimento” a oferecer a Deus e aos homens. No grego arrependimento é metanóia; ou mudança de mente. A lição da figueira é forte porque por meio de tal ato Jesus deixa dito que Deus respeita todas as estações da vida, mesmo quando aparentemente não há fruto. Fruto nenhum na estação que não é de fruto, é verdade. Deus ama a verdade! A ausência de fruto numa árvore que não está na estação da frutificação não é uma anomalia, nem tampouco uma declaração de infrutuosidade. Ao contrário: não dar fruto na estação que não é de fruto é o anúncio de que o fruto está em gestação.
Nesse caso, não há fruto aparente, embora a árvore já o tenha, posto que está grávida dele. Assim, mesmo quando não há fruto visível, ainda assim sempre há fruto, pois o fruto pré-existe à sua manifestação visível. Todavia, quando se tenta dar aparência de frutuosidade, não havendo verdade — pois o fruto do ser é verdade e amor —, a própria tentativa de produzir o que não é verdade já é, em si, a maldição. Tal ser seca como aquela figueira secou!
A verdade é verdade quando é estação de fruto e também quando não é estação de fruto, posto que a verdade é o que é. E Deus ama a todo aquele que não teme ser verdadeiro para com Ele.
Caio