Nunca tive medo de envelhecer…
Aliás, de certo modo, sempre me vi velho.
Amo a paz dos velhos que aprenderam a envelhecer.
Não quero ter que chegar à velhice para ter o que os idosos parecem adquirir de modo quase natural.
Eis minha oração:
Senhor,
Não quero ter que ficar velho para que minhas emoções se acalmem.
Não quero ter que ficar velho para que minhas afetividades se pacifiquem.
Não quero ter que ficar velho para não me importar com o des-caso dos que têm casos contra mim.
Não quero ter que ficar velho para tratar todas as coisas que – já sei que – são vaidade, como de fato são: vaidade.
Não quero ter que ficar velho para aprender a ter paciência.
Não ter que não ter mais força, como os velhos, para não precisar usá-la.
Não quero ter que ficar velho para ser compreensivo com tudo o que hoje já entendo.
Não quero ter que ficar velho para desistir de tudo o que já sei que não faz bem.
Não quero ter que ficar velho para amar sem nada além de amor.
Não quero ter que ficar velho para perder a força de responder às coisas que hoje já sei que não merecem resposta.
Não quero ter que ficar velho para sonhar e ter visões que não precisem ser encarnadas por mim.
Não quero ter que ficar velho para aprender a ouvir ouvindo, sentir sem me irar ou responder com paixão, e falar sem passar da sabedoria.
Não quero ter que ficar velho para… ser pleno, em Ti, ainda na Terra.
Senhor, ensina-me a contar os meus dias de Ontem, de Hoje e os que virão Amanhã, para que eu tenha um coração sábio no Dia Chamado Hoje. (Salmo 90:12)
Caio
Escrito em 2003