ELE ESTÁ PRESENTE E NÃO ESTÁ CALADO

Ele está Presente, e não está Calado! – diz o título de um dos livros de Schaeffer.

Todo o Universo, em todos os seus infinitos mundos, pregam a glória de Deus, e toda as formas de existência, fazem formulação acerca do poder da Palavra de Deus.
Foi Ele quem por Sua própria Palavra chamou à existência todas as coisas.
Assim, quando vejo a criação explodir em toda a sua quase infinita variedade—nos céus, na terra, no fundo dos mares e até nas regiões do fogo da Terra—, sei que estou vendo as obras de Tua Palavra.
Ouço Tua voz, ó Deus, quando leio a Tua Palavra nas existências que Tu criastes.
Que variedade!
Que contradições!
Que equilíbrio!
Que perfeito reaproveitamento de tudo, até da morte!
Que criaturas alienígenas!
Sim! toda essa variedade me diz sobre Ti e sobre Teu estranho gosto pelo que Tu chamas de obras de Tuas próprias mãos.
Assim, ó Deus, meus olhos se abrem para ver Tua gloria e meus ouvidos se abrem a fim de ouvir as declarações que um dia faz a outro dia, e para a revelação que uma noite faz a outra noite.
Neles não há linguagens que eu entenda nem há palavras escritas, para que eu as leia. Por isto, não posso ver a escritura de teu poder, apenas com os olhos; e nem posso ouvir a Tua Voz, apenas com os meus ouvidos.
Mas para aquele que vê e ouve com o coração, haverá a Palavra de Deus, e Tua voz por esse será ouvida.
Ó Deus, Tua criação compõe sinfonias e espetáculos de glória em Teu louvor, mas não estão disponíveis aos olhos e aos ouvidos que não vêem e ouvem com a alma.
Assim é que por toda a terra Deus estende o horizonte como uma linha fina, e sobre esse fio de glória Deus faz correr a Sua Palavra até chegar aos confins do mundo.
E a poesia de Teus atos ó Deus, tanto me seduz, quanto também me faz ficar e estar em permanente romance com a Tua criação a cada por de sol.
É como se Tu tivesses posto para além do horizonte, ou por trás dos montes, ou no frescor dos oceanos, ou ainda como se nas misteriosas areias do Saara, Tu tivesses posto uma tenda para o sol gozar amores e provar delicias.
Ah! Eu posso ver o sol indo para a sua tenda em todos os horizontes, como um noivo que sai em busca de seu amor, ou como um herói glorioso que corre a sua carreira com a certeza da vitória ganha, em busca agora de seu próprio lugar de pouso.
Assim vai o Teu sol, o sol que Tu criastes…
De uma extremidade dos céus aos extremos onde não se pode encontrar mais céus…
Assim vai o Teu sol, o sol que Tu criastes…
E nessa jornada que Tu o fazes percorrer, tudo fica sob a sua luz e recebe e vive de seu de calor.
Aleluia!
Tudo isto vem da boca de Deus. Sim! todas essas maravilhas saltam de Seus desejos divinos.
E cada coisa ou criatura carrega em si mesma o testemunho instintual ou astrofísico de que a lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; que o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples de coração.
Quem os contempla, sente paz!
Aleluia!

Quem discerne a Palavra da Ordem Divina na criação, sempre conhecerá alegrias límpidas e a pureza de uma entrega extasiada, que alegra o coração e ilumina os olhos.
Aleluia!
Contemplar a Deus nas coisas que Ele criou faz nascer limpo e lindo, no coração, o temor amoroso pelo Nome de Deus.
E uma vez que o temor vem com a adoração extasiada, o próprio coração busca o que é bom e limpo, pois, sabe que há um que é Rei, e Justo sobre tudo o que existe, pois, Ele mesmo a tudo e a todos criou.
Conhecer os princípios de Deus pelos quais todo ente tem sua lei de existência, acaba tornando-se para o coração, uma busca mais importante do que aquela do paladar pelo que é doce mais doce do que o mel, ou pelo sumo que goteja como delicia, derramando-se dos favos de mel.

Ouço tua voz sempre.
Tu me falas sem cessar.
Teus mandamentos são proclamados diante de mim.
Também por Teus mandamentos me vejo advertido; e percebo que em guardar o amor por tudo o que disseste, ó Deus, e por tudo o que fizeste, ó Senhor, está a minha recompensa, visto que troco, aos teus olhos, aquilo que passageiro por aquilo que é eterno.
Aleluia!
Ah! Meu Deus!
Não consigo discernir as tuas obras visíveis e nem tampouco os estrondos de Tuas pregações naturais, como poderei eu discernir os meus próprios pecados?
O mundo que me deste como extasiamento fora de mim, é muito menor que o universo que em mim puseste.
Por isto, ó Deus, purifica-me dos pecados que me são ocultos.
Diante do Deus que Tu és, como fugirei?
Perdoa-me também, ó Deus, os pecados de minha presunção, e guarda-me para que a arrogância não se assenhoreie de mim; então, mesmo pecador, serei como quem é perfeito, e ficarei limpo de grande transgressão.
Aleluia!

Assim, Deus meu, peço que minhas orações sejam aos Teus ouvidos, muito agradáveis; e busco que as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, tragam prazer para Ti.
Tu és o Senhor, Rocha minha e Redentor meu!
Aleluia!

Caio