04/12/03
Dia do aniversário de meu pai.
Senhor, minha oração é por todos aqueles que não sabem qual é a saída!
Há tantas impossibilidades, meu Pai.
Quando está tudo bem não conseguimos perceber como o “estar bem” é um milagre.
Se uma pequenina coisa—mesmo algo tão insignificante que passe desabercebida no cotidano—mover-se de seu lugar, a vida poderá perecer.
Pode ser uma bolhinha viajando pelo sangue, ou uma pequena falha em qualquer parte do cérebro, e, então, Senhor, os corpos dos giagntes caem por terra e a mente dos gênios se transforma na confusão dos loucos.
Oh! Meu Deus! Deus de minha vida!
Como vivo de milagres!
Sou cercado de cuidados, e respiro bondade de dia e de noite.
Tu me salvas do que não vi, e caminho tranqüilo em minha total ignorância.
Bandidos caem na esquina e não vejo.
O homem mal maquina a cilada, e ele mesmo se prende em suas próprias teias.
E lá vou eu…solto em minha fé…andando sem querer saber nada além de que Tu está junto na vereda.
E Tu sabes que nem o Anjo de Tua Presença me basta. Não quero ter todas as boas companhias espirituais se não puder ter a certeza de que Tu és a minha sombra, que Tuas asas me cobrem, dando-me a displicente segurança dos pintinhos.
Hoje, exatamente hoje, olho para trás e vejo muitos de Teus livramentos, e que me aconteceram sem que eu os percebesse.
Mesmo todas as coisas que não sei explicar, e que me causaram dor—a mim e a muitos—, hoje sei que faziam parte de Tua proteção, e não de Tua destruição.
Obrigado porque a vida abundante, num mundo caído como este do qual sou cidadão, acontece como benefício até na tragédia e no absurdo.
Sim! Em Ti, quanta Graça há até nas tragédias. Perdão Senhor! Principalmente nelas!
Olho para trás e vejo ratros de dor e lágrimas…
Vejo todos os que amo e também aqueles aos quais não pude mostrar a realidade de meu amor!
A grande dor é aprender que nem mesmo todo o amor do mundo sabe se transformar em linguagem que todos compreendam e discirnam.
Consolo-me no fato de que perfeição, nesta Terra Caída, acontece como manifestação do amor que é verdadeiro, mesmo quando não há linguagens para explicá-lo, e muitas vezes nem mesmo há corações para imediatamente entendê-lo.
Ah! Meu Pai! Que sabedoria é esta Tua, e que me faz andar sem poder explicar para todos meu próprio caminhar!
Quanta limitação!
Quanta impossibilidade de dizer tudo o que é!
Quantos amores deixados entregues à dor, e que somente se transfomarão em “entendimento” quando tudo o que hoje é “em parte for aniqüilado”.
Ajuda-me a falar as línguas dos homens e dos anjos!
Concede-me o dom de profetizar!
Mostra-me os mistérios e as ciências, e põe em mim a coragem de dar meus bens—os que hoje nem possuo—; e, se for o caso, dá-me a coragem de entregar meu corpo para ser queimado pela vida e pelas paixões do serviço solidário…
Mas não deixa que nada disso aconteça sem amor.
Deus! Deus de minha vida! Salva-me do engano das performances e realiza meu ser somente naquilo que é verdadeiro!
E concede-me a Graça de ser honesto para contigo e sábio e prudente para com o meu próximo.
Ensina-me a vereda da misericórdia, e cala a minha língua contra todo aquele que simplesmente anda em sua ignorância.
Sobretudo, salva-me da injustiça e do juízo que eu venha a exercer contra aquele que com o que tem e sabe tenta apenas sobreviver.
Livra-me da arrogância e ensina o caminho da simplicidade!
Somente uma coisa te peço ó Deus:
Que eu, minha casa, e meus amados—sim! todos nós, onde quer que estejamos, próximos ou seprados—, Te amemos e Te sirvamos com o coração doce e pacificado.
Por Teu favor, ó Pai, derrama Teu Espírito agora sobre todo aquele que carece de cura, perdão e socorro para a sua tribulação.
E não permite que a de palavras inscrição nesta página fique somente presa “aqui”. Mas concede que por Tua Graça estas palavras levantem vôo e pousem como livramento e auxílio em todos os corações.
Sei que fui ouvido e atendido.
Esta certeza vem de Tua fidelidade.
Em Nome Dele,
Amém
Caio