O PROBLEMA É O QUE JÁ NÃO É… O PASSADO!



Paulo diz que nem morte nem vida, nem altura nem profundidade, nem coisas do presente nem do porvir e nem mesmo qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus. Mas não menciona as coisas do passado. E por quê? É porque é nas obras mortas—portanto, no passado—onde vive o “espírito da separação” do amor de Deus! As culpas, as fobias, os traumas e as autopunições alimentam-se do passado. O Hoje é! tem que ser vivido! É inapropriável como tempo. Quando chega, já não é… E o futuro, na linearidade de Cronos existe como o que será, mas também ainda não é… De outro lado o futuro já é! pois para Deus tudo é, assim como todos vivem! Eu Sou—é o Seu Nome! O problema é que mesmo quando Deus diz que o passado está perdoado, ainda assim, a maioria não se perdoa por ter vivido, ter errado, ter se enganado. E por quê? É que a maioria gostaria de ter vivido, acertado sempre e tido bom êxito em tudo… Alguma coisa errada com isso? Sim e não! Não, porque ninguém tem que buscar o mal. Nossa consciência se alimenta da busca do que é bom. Sim, porque na maioria das vezes a gente só se arrepende do mal porque ele esvaziou o nosso arquivo de créditos para barganha com Deus e com os homens. E mais: negar a possibilidade mais que presente do engano em nós é irrealidade com nossa própria condição de seres caídos. Quem não é honesto com a Queda jamais será totalmente aberto para a significação da Graça. É no e do passado que o diabo vive! O diabo é, entre as criaturas, mais uma das que não tem poder para nos separar do amor de Deus. Mas nós somos as criaturas que podemos não crer na inseparabilidade desse amor, especialmente em razão do passado. As obras mortas são as que mais matam! O salmo 139 também nos diz que as distâncias, a solidão, o abismo e até os céus não podem nos afastar do amor de Deus. Mas outra vez o passado não é incluído. A razão é a mesma: o passado não pode nos separar do amor de Deus, mas pode nos separar da experiência do amor de Deus! O amor de Deus só é inaproveitado como graça em razão das culpas e justiças próprias que viraram neurose, fobia, trauma e legalismo paralisante e auto-punitivo!—e que procedam do passado. Por isto é que Hoje é o Dia! Não brinque de esconde-esconde com o passado… É dele que procedem os demônios que nos atormentam hoje! Assim, uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam, prossigo para as que adiante de mim estão… A nova criatura não tem passado! As coisas antigas já passaram, mesmo as velharias do dia de ontem, 24 horas antes de eu haver escrito esse texto. Quer dizer que o que vivi não foi vivido? Não! Quer dizer que já foi… “Fui”—é a gíria da moçada. E se eu não fui, não sou! Não saber e não querer dizer “já era” é o que impede a positividade do “ já não era e Deus o tomou para si”. Caio Escrito em dezembro de 2003