VOCÊ QUER DAR UMA VOLTINHA COM JESUS NA VINHA DO TEMPLO?



Marcos 12 e 13 E foram para Jerusalém. Entrando Ele no templo, passou a expulsar os que ali vendiam e compravam; derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. Não permitia que alguém conduzisse qualquer utensílio pelo templo; também os ensinava e dizia: Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Vós, porém, a tendes transformado em covil de salteadores. Ora, tais ações eram de natureza subversiva do ponto de vista dos “vinhateiros Israel”, os quais diziam: A Casa pode ser dedicada a Deus, mas quem manda aqui somos nós. Foi por essa razão que os principais sacerdotes e escribas que viam as coisas que Jesus fazia, passaram a procurar um modo de lhe tirar a vida; pois o temiam, porque toda a multidão se maravilhava de Sua doutrina. …. Passou um dia… …. Então, Jesus e Seus discípulos regressaram para Jerusalém. E, andando Ele pelo templo, vieram ao seu encontro os principais sacerdotes, os escribas e os anciãos, os quais oficialmente representavam os donos do lugar; e Lhe perguntaram: Com que autoridade fazes estas coisas no templo, onde temos nossa autoridade? Ou quem te deu tal autoridade para as fazeres? Eles queriam que Jesus dissesse algo que o auto-incriminasse. Tipo: Eu sou o Messias!—dando, assim, a eles, a chance legal de o matarem por blasfêmia. Eles não podiam conviver com alguém que tornava o templo algo pequeno, que nem mesmo comportava essa Presença tão herdeira e caseira; porém, insuportável. Afinal, Ele era o Filho do Dono da Vinha! As “autoridades do templo estavam esperando. Então Jesus lhes respondeu: Eu vos farei uma pergunta; respondei-me, e eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. O batismo de João era do céu ou dos homens? Respondei! E eles discorriam entre si: Se dissermos: Do céu, dirá: Então, por que não acreditastes nele? Se, porém, dissermos: dos homens, é de temer o povo. Porque todos consideravam a João como profeta. Então, responderam a Jesus: Não sabemos. E Jesus, por sua vez, lhes disse: Nem eu tampouco vos digo com que autoridade faço estas coisas. Depois, entrou Jesus a falar-lhes por parábola: Um homem plantou uma vinha, cercou-a de uma sebe, construiu um lagar, edificou uma torre, arrendou-a a uns lavradores e ausentou-se do país. No tempo da colheita, enviou um servo aos lavradores para que recebesse deles dos frutos da vinha; eles, porém, o agarraram, espancaram e o despacharam vazio. De novo, lhes enviou outro servo, e eles o esbordoaram na cabeça e o insultaram. Ainda outro lhes mandou, e a este mataram. Muitos outros lhes enviou, dos quais espancaram uns e mataram outros. Restava-lhe ainda um, seu filho amado; a este lhes enviou, por fim, dizendo: Respeitarão a meu filho. Mas os tais lavradores disseram entre si: Este é o herdeiro; ora, vamos, matemo-lo, e a herança será nossa! E, agarrando-o, mataram-no e o atiraram para fora da vinha. Que fará, pois, o dono da vinha? Virá, exterminará aqueles lavradores e passará a vinha a outros. Ainda não lestes esta Escritura: A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor, e é maravilhoso aos nossos olhos? E procuravam prendê-lo, mas temiam o povo; porque compreenderam que contra eles proferira esta parábola. Então, desistindo, retiraram-se. Assim, Jesus declarava a eles que aquele “negócio” não era deles. Sim, lhes dizia que eles eram “usurpadores” da Vinha de Deus. E, além disso, anunciou não só as intenções homicidas dos “vinhateiros” da religião, como também profetizava Sua própria morte pelas mãos deles; isto, porém, para cumprir propósitos muito maiores. …. E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem em alguma palavra. Chegando, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és verdadeiro e não te importas com quem quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens; antes, segundo a verdade, ensinas o caminho de Deus; é lícito pagar tributo a César ou não? Devemos ou não devemos pagar? Como a tentativa anterior dos “vinhateiros” tinha sido frustrada, visto que Jesus saíra da questão da “autoridade” com um ataque de Jui-Jitsu de pensamento; ou seja: usando a força deles contra eles—agora, eles mudam de tática, e tentam fazer Jesus se tornar Refém da Verdade e da Sinceridade. Assim, eles criam que evitariam a evasiva jui-jitissiana de Jesus na questão anterior. Ou seja: Jesus teria que se abrir e partir pra um estilo de luta do tipo “Trocação”. Mas Jesus, percebendo-lhes a hipocrisia, respondeu: Por que me experimentais? Trazei-me um denário para que eu o veja. E eles lho trouxeram. Perguntou-lhes: De quem é esta efígie e inscrição? Responderam: De César! Disse-lhes, então, Jesus: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. E muito se admiraram dele. Outra vez, porém, a saída foi de natureza jui-jitissiana. Ele os obrigou a praticarem uma franqueza do tamanho da realidade da questão por eles levantada. A cara era de César. Então, que seja assim. Porém, o que estava fora daquela moedinha tinha dono. E o homenzinho na moeda, ele também tinha Dono. Mas deixou que cada um respondesse com a franqueza e conforme os valores de seus próprios corações. …. Então, os saduceus, que eram da classe sacerdotal, e que se alimentavam de ritos, os quais também diziam não haver nem espírito, nem anjo e nem ressurreição, aproximaram-se dele e lhe perguntaram, dizendo: Mestre, Moisés nos deixou escrito que, se morrer o irmão de alguém e deixar mulher sem filhos, seu irmão a tome como esposa e suscite descendência a seu irmão. Ora, havia sete irmãos; o primeiro casou e morreu sem deixar descendência; o segundo desposou a viúva e morreu, também sem deixar descendência; e o terceiro, da mesma forma. E, assim, os sete não deixaram descendência. Por fim, depois de todos, morreu também a mulher. Na ressurreição, quando eles ressuscitarem, de qual deles será ela a esposa? Porque os sete a desposaram. Ora, como eles vinham “armados de Moisés”, Jesus atacou de Moisés. Então, lhes respondeu: Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus? Pois, quando ressuscitarem de entre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento; porém, são como os anjos nos céus. Quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido no Livro de Moisés, no trecho referente à sarça, como Deus lhe falou: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ora, Ele não é Deus de mortos, e sim de vivos. Laborais em grande erro. Desse modo, Jesus faz, outra vez, a força deles se voltar contra eles mesmos. Eles evocam Moisés a fim de insinuar a não factualidade da ressurreição dos mortos; e Jesus os faz ver que as leis de Moisés não eram aplicáveis ao reino superior, no qual, as questões da animalidade estarão terminadas para sempre. Além disso, diz Ele: Moisés mesmo ouviu de Deus que Ele é Deus de vivos sempre; posto que Abraão, Isaque e Jacó já haviam morrido na Terra quando Deus falou a Moisés; porém, acerca deles, o próprio Deus diz “Ser o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó”; portanto, todos eles estavam vivos em Deus. Desse modo, como não haveria ressurreição se Deus é Deus de vivos, e não de mortos? … Os vinhateiros, todavia, são incansáveis. Criam que a Vinha era deles, e eles não permitiriam que ninguém a tirasse deles. Nem Aquele que vinha em Nome do Senhor. Nem mesmo Aquele que ressuscitava os mortos. … Assim, chegando um dos escribas, tendo assistido a discussão com os saduceus, vendo como Jesus lhes houvera respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o principal de todos os mandamentos? Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. … Jesus respondera que o sentido da Lei é amor. E que quem ama, esse cumpre a Lei. Ora, tal principio era um axioma entre os acadêmicos dos Judeus. Era o que todos confessavam. E, do ponto de vista da confissão de fé e da “sã doutrina”, estava “teologicamente correto”. Por isto, disse-lhe o escriba: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que ele é o único, e não há outro senão ele, e que amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios. Vendo Jesus que ele havia respondido sabiamente, declarou-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém mais ousava interrogá-lo. Afinal, o que Jesus insinuava era que o que faltava agora era fazer a confissão de fé se encarnar como prática na vida. E mais: que se tal fosse verdade, nem mesmo aqueles questionamentos estariam acontecendo. Ao contrário disso, “os vinhateiros de Israel” desejavam matar Aquele que entre eles lembrava que a Vinha tinha Dono. Ora, os “vinhateiros” haviam começado aquele torneio de Ódio Livre, no Pride da Religião, querendo jogar Jesus contra Jesus. E acabaram recebendo um “triangulo de dentro da guarda”, o qual eu aqui chamarei de “Triangulo João Batista”; posto que quanto mais força se faz para sair, mais sufocado se fica. Eles, porém, prosseguiram, atacando de Jesus contra Jesus outra vez; e, depois, de Moisés contra Jesus; e, por último, de Jesus contra o que era sabidamente, do ponto de vista intelectual, “a boa confissão”. E ouviram Jesus dizer que o que vale não é saber, mas ser. Agora, Jesus se apresenta aos “vinhateiros de Israel”, como o filho do Dono da Vinha. Isto porque Jesus, ensinando no templo, perguntou a todos: Como dizem os mestres das Escrituras que o Cristo é filho de Davi? Sim, como é isto? Pois próprio Davi falou, pelo Espírito Santo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés. O mesmo em que vós dizeis terdes a vossa “legitimidade”, é aquele que também chama o Messias de Senhor; como, pois, é ele seu filho? E a grande multidão o ouvia com prazer. Ele, porém, sugeria que Sua filiação transcendia o que podia haver de mais oficial e legitimo entre os presunçosos “vinhateiros; os assassinos de profetas. Ora, tudo o que eu disse até aqui tem uma finalidade: mostrar como aquilo que um dia foi apenas um serviço a Deus, pode se transformar num negócio de si mesmo. Sim, o espírito que permeia o encontro de Jesus com a oficialidade religiosa de Israel—os “vinhateiros”—, é o da parábola do Dono da Vinha, o qual teve todos os seus emissários eliminados, e, por fim, Seu filho amado; pois, para os “vinhateiros da religião”, nem Deus tinha mais o direito de desmontar o negócio sagrado que elas haviam criado. Jesus disse que esse mesmo espírito tomaria conta de “Seus servos”, enquanto se esperava a Sua Volta ao mundo. E disse que seria um espírito idêntico ao dos vinhateiros, pois, seria marcado pela embriaguez do poder, e pela capacidade de “maltratar os irmãos”. Ora, a disposição humana para matar até Deus, de for o caso, é explicitamente manifesta quando Lázaro ressuscitou. Eles disseram a si mesmos que aquele era um sinal inegável, e que faria o eixo do poder mudar “delas” para “Ele”, Jesus; pois, daquele modo, sendo tudo verdade, o mundo inteiro “viria após Ele”. E, assim, pensaram eles: “Nós vamos perder nosso lugar, pois, os Romanos mudarão tudo aqui. Então, que arranjemos qualquer que seja o meio legal de mata-lo”. Afinal, os “vinhateiros” andam na Lei, e pensam que adquiriram tal direito por tempo de ocupação; ou seja: por “uso capião”. Isto aconteceu com os “vinhateiros” dos dias de Jesus, e o próprio Jesus disse que seria um espírito a estar sempre presente como tentação. Foi por esta razão que Paulo disse que a opressão do “vinhateiros judaizantes” que ele sofria, era algo equivalente a eles estarem matando Jesus outra vez, crucificando-o em razão de acharem que o “antigo contrato com o Dono da Vinha”, dava a eles o direito de matarem e perseguirem os que anunciavam a Ressurreição e a Graça do Filho do Dono da Vinha. Gritar: “Oba! Esse é o filho. Matemo-lo; e a herança será nossa!”—é algo que acontece hoje em milhares de corações de gente “cristã”; especialmente entre aqueles que, no meio, são os “vinhateiros”, os detentores da “unção oficial do contrato”. No entanto, o lugar onde mais se tenta matar o Filho, é em nós mesmos. Sim, porque Jesus é hoje para mim o Evangelho. Ele é vida e está vivo. Porém, é a fé no Evangelho aquilo que o faz vivo em mim. Todavia, quando eu não aceito a prevalência do Evangelho sobre mim, e, ao contrário, estabeleço meus domínios sobre minha própria existência, minha atitude é determinada por esse mesmo espírito dos “vinhateiros”. Sim, desses que matam o que é verdade, e, contra ela, estabelecem suas próprias falsas verdade e justiças-próprias no coração. Justiça-própria é a presunção do direito adquirido, o qual emulou o coração de todos aqueles que mataram e matam os profetas! Este o espírito da religião: Ela se sente dona de tudo o que concerne a Deus; e tal ponto que nem mesmo Deus pode fazer intervenções nela. E mais: ela ama tanto sua própria posição, que qualquer coisa, mesmo que seja Jesus em pessoa, jamais terá da parte dela a disposição de abrir mão de seus supostos poderes e direitos de representação. E o pior: tudo isto sem dar fruto de amor, alegria, justiça, paz e vida na Graça. É por esta razão que o Dono da Vinha sempre a passa para outros, posto que os vinhateiros perdem a consciência acerca de Quem é o Senhor da Vinha. E é por essa razão que Ele move o Espírito em outra direção, pois aqueles que um dia foram, ficaram tão presunçosos acerca disso, que, sem o sentirem, deixaram de ser. E já nem mesmo podem identificar o Filho do Dono da Vinha. Pois, para eles, a Vinha se tornou um negócio, e, por tal razão, muito mais importante para eles do que o Seu Dono. Nele, Caio