OS deuses SÃO POTESTADES, POIS SÓ DEUS É AMOR!
Todos os deuses dos povos são feitos de força e poder, pois, força e poder é o que os homens mais desejam.
Dentre todos há um “deus” que por sua própria natureza não pode ser definido como “deus”, que é o Estado Essencial, Primordial, Final e Eterno de Toda Existência, conforme a descrição budista de deus-sem-eu.
O “deus” budista não ofende nunca. Seu convite emerge da consciência humana como iluminação, fruto da anulação dos falsos desejos do eu projetado, da escolha do caminho do meio, que é a via da sabedoria; e mediante a vida de serenidade, justiça e bondade em todas as coisas. É um convite para não se estressar aqui a fim de mergulhar no nada individual e no todo-tudo-cósmico em algum além-nirvânico.
Sobre tudo e todos, fora de qualquer disputa ou competição, há Aquele que diz de Si mesmo que Ele é Ele, é pessoa, é o Eu sou.
Ora, Esse é Deus. E é todo-poder, toda força e toda sabedoria. Entretanto, Ele diz de Si mesmo que apenas É (Eu Sou) e que É amor.
Por isso, amar faz sentido quando se diz que se O conhece.
Por isso, amar é mandamento para quem diz que O conhece.
A partir de “quem e como” si diz que cada deus é, pode-se ver se faz sentido amar ou não.
Amor é credo sem sentido sendo os deuses dos povos como eles são.
Os servos de tais “deuses” amam porque amam, pois, não teriam razão para amar que lhes viesse da natureza essencial do “deus” que dizem confessar.
Eu não teria razão radical para amar olhando para qualquer “deus” deste mundo. Todos são força, poder e potencia. Todos são Potestades (Poder).
Se cresse num deus assim, eu me achegaria ao que fosse mais poderoso. E, nesse caso, eu mesmo desejaria ser poderoso entre os homens, como um Ninronde, como um Bill Gates.
Sim, se eu cresse num deus desses, escolheria o mais forte; e eu mesmo buscaria sua imagem e semelhança; e, portanto, sendo seu filho, desejaria me apresentar à altura de meu deus.
Mas não é assim comigo. Meu Deus é poder, força, majestade, glória, e tudo o mais que for mais, ou que seja, ou possa ser. Entretanto, de Si mesmo Ele diz apenas “Eu Sou”, ou deixa que se O aniquile em atributos pela inspiração que diz “Deus é amor”.
É por tal razão que o povo que diz conhecê-Lo ser convocado a amar o mundo, a criação e toda gente, pois, Deus é amor.
Assim, o Único Deus é Amor. E Seus discípulos em consciência, entre os homens, são, por tal razão, chamados a amar; não a demonstrar poder, força, potência, capacidade, prosperidade ou riqueza; pois, todas essas coisas só são boas quando existem de modo tão subserviente ao amor, que todas elas são esquecidas, visto que o que prevaleça na essência do ser seja amor.
Desse modo, toda ênfase em Deus que seja objetivada em poder e força, é devoção ao espírito dos deuses deste mundo. Deus é o Todo-Poderoso, mas isso é apenas bom porque Ele é amor; do contrário, um Deus Todo-Poderoso que não fosse antes de tudo amor, seria um perigo a toda criação. De fato, tal Deus seria o próprio diabo.
Deus, porém, é amor!
Mas aqueles que se devotam aos deuses de “poder e força” (e seus derivados, como a prosperidade, etc.) não sabem o que é amor, senão como sentimento de afinidade egoísta e pagã; posto que o amor à força e ao poder sobre as pessoas, impossibilita qualquer amor que sirva às pessoas. E amor que não se dá, é tudo, menos amor conforme o Deus que é amor.
Assim, diga-me como é o seu “deus” e eu direi quem e como você é.
Caio
Monte Sião
Escrito em 2007
BR-AM 010
Vila Lindóia
Amazonas