SEU TRABALHO É DESCANSAR EM MIM

SEU TRABALHO É DESCANSAR EM MIM

 

 

No capitulo 28 do livro do Profeta Isaías, está dito que é fácil que no povo se instale um espírito no qual a alma individual e coletiva venha a variar do pólo da embriaguez e do anestesiamento da consciência até o pólo do legalismo, das regras e mais regras, dos preceitos e mais preceitos; pois, para a alma sem rendição ao Espírito de Deus e ao governo do próprio espírito sob a obediência à Palavra, a simples e única ordem de Deus para descansar Nele e dar descanso ao próximo (como salvação!) é algo pior do que a esquizofrenia tomada de neurose — regras e mais regras; preceito e mais preceito; um pouco aqui, um pouco ali… — enquanto se vive em estado de dormência, de embriaguez.

 

Leia o texto e certifique-se que o espírito da mensagem é de fato conforme anuncio.

 

Entretanto, o que desejo deixar para você pensar e meditar é simples:

 

Por que será que nossa natureza prefere a sinuosidade em lugar do que é reto; prefere a complexidade em detrimento do que é simples; e prefere o peso e o jugo em vez de desejar de fato o que é leve e suave como jugo a ser levado na existência?

 

Daí o Levitico associar o dia do Descanso à aflição da alma. Sim! A alma prefere tudo a ter que descansar. Ela se aflige no dia do Descanso. Daí Descansar ser uma Ordem, um Mandamento.

 

A alma natural até gosta de distração e de lazer, mas odeia o Descanso!

 

Na distração e no lazer, ou mesmo na vagabundagem, a alma ainda sente que pagou por isso; e, no caso da vagabundagem, a pessoa sente que é melhor que as demais, mais esperta, e, por isso, pode se aproveitar sem pressa…  

 

Mas se a proposta for Descanso, então, mesmo o mais vagabundo foge!

 

Descanso, no espírito da Palavra, não é irresponsabilidade e nem vagabundagem. Descanso é confiança. É entrega. É fé e certeza de que Deus cuida de nós. E isso vai de tudo a tudo; e cobre todas as dimensões do que para nós seja vida; e até daquelas coisas que são vida, mas que nós ainda ignoramos.

 

Por isso, Descansar é o trabalho mais difícil. Assim, por tal razão, a alma prefere viajar perdida entre a embriaguez e o legalismo; culpada e tonta; sem sentido e sem alegria — do que simplesmente confiar em Deus e entregar-se de maneira corajosa na fé, de tal modo que qualquer coisa que lhe sobrevenha não a tire da certeza do amor e do cuidado de Deus por ela, a alma.

 

Entretanto, isso demanda que a alma abra mão de si mesma (que morra para sua própria vaidade); e que não mais se julgue certa; e que confie muito mais na Palavra e no mandamento do amor de Deus do que em qualquer outra impressão de certeza nesta vida.

 

Descansar e dar descanso. Esta é a salvação!

 

Mas quem deseja entrar pela Porta do Descanso descansando e confiando inteiramente na Graça de Deus?

 

Assim, ensina Isaías, ou é confiança na Graça, manifesta como Descanso em Deus, e Descanso ao Próximo (não o oprimindo), ou a alternativa é a neurose e a crescente esquizofrenia dos que se embriagam para poder dizer: “Faça assim!” — pois eles mesmos não fazem e nem crêem, posto que não são.

 

O nosso trabalho é Descansar Nele.

 

Do contrário, o que sobra é a esquizofrenia de uma existência que acontece entre a embriaguez e a fuga da verdade e da realidade, de um lado; e, de outro lado, pela via do moralismo, do legalismo, e das observâncias a exterioridades, a mais aguda neurose.  

 

 

Caio

 

17/06/07

Lago Norte

Brasília