PUXANDO REDES DE CULPA
João 21
A culpa ganha muitas caras. Uma, dentre milhões de caras, é aquele que se apresenta como piedade sacrificial.
Foi o caso de Pedro. Culpado por haver negado, agora, na praia de Tiberíedes, ao saber que Jesus estava às margens do lago, ressuscitado, atira-se à água e nada; chegando primeiro dos que outros seis discípulos, que vieram trazendo o barco cheio de peixes.
Silêncio. Pedro e Jesus na praia. Os outros chegando. Somente o singrar dos remos se fazem ouvir cortando a água. O silencio só era quebrado sutilmente pelo vivo farfalhar prateado dos peixes na rede.
“Trazei alguns dos peixes que acabastes de apanhar!” — disse-lhes Jesus. Mas não disse “Trazei todos os peixes que acabastes de apanhar!”.
Pedro, porém, não deixou ninguém ajudar; e puxou sozinho não “alguns dos peixes”, mas a rede toda, com cerca de 153 grandes peixes.
Após comerem, Jesus perguntou a Pedro: “Tu me amas?”
Ora, o que teria sido de Pedro se a questão toda não tivesse sido retirada do plano do arrependimento esforçado e trabalhador para o do serviço amoroso e grato?
Sem a conversa do “tu me amas?” Pedro teria se tornado um neurótico devocional para o resto da vida.
Culpa faz muitas vezes a pessoa carregar sozinha todos os pesos. Pesos desnecessários. Quantidades não solicitadas. Tudo por causa da culpa!
Pergunta:
Sua culpa não tratada por você diante de Deus está levando você a escolher sacrifício, trabalho neurótico, missões solitárias?
Pense quais são as motivações para o tamanho de seus esforços para agradar a Jesus mais do que qualquer outro consiga.
Tudo é muito bonitinho, mas, continuando, acaba com a vida!
Nele, que não nos chama para puxarmos as redes da culpa,
Caio