VOCÊ JÁ ME TOCOU ALGUM DIA
O modo de Jesus dizer que no ambiente Dele, do Reino, do espírito, da fé e das relações com o mistério e o poder de Deus, o que conta é o que é; e que o que é não o é porque pareça ser…, ou porque seja factual e real aos sentidos humanos, mas sim porque seja verdadeiro na intenção, na motivação e na sinceridade que combina o caminho interior com a vereda exterior — sim, entre tantas formas de Ele assim e isso ensinar…, uma das mais importantes para mim, dado ao fato de que seja uma história e não um conceito defendido como tal, é o episodio da “mulher do fluxo”; o qual nos apresenta um monte de mãos pegando e apalpando Jesus, mas apenas uma pessoa tocando Nele de fato-divino-fato…; ao ponto de Pedro [ente externo a Jesus], dizer a Ele que a Sua pergunta “Quem me tocou?” ser absurda em razão de que centenas estavam tocando Nele simultaneamente…
Era real que muitos tocavam Nele…
Era fato o que Pedro afirmava…
Sim, ambas as coisas eram tanto reais quanto factuais, mas para Jesus não eram nada além de realidades e factualidades, pois, sem amor e fé nenhuma pegada em Deus se torna toque que conecta a pessoa a Deus!
Portanto, para Jesus o real não é aquilo que apenas se apresenta como realidade aos sentidos, assim como fato aferível aos sentidos é fato histórico, mas, para Ele, não necessariamente realiza fatos divinos, os quais são mais realidades da verdade do que realidades do real/histórico; coisas que se aferem pelos sentidos e pelas medições factuais…, diferentemente do que toca em Deus, que antes disso é feito pelo amor que se derrama em fé…
Quem não entende isso vive a pegar Jesus sem tocar Nele jamais!…
Apalpam Jesus…, mas não o tocam…
Sim, fazem isso de muitos modos…
São ritos, são batismos, são cultos, são estudos bíblicos, são seminários, são ministérios, são campanhas de oração, são encontros de poder, são expectativas pagãs de milagres, são estudos profundos sobre Deus, são missões e muitas missões; são as curiosidades que põem muitos em estado de histeria tocante…; e tudo mais… — sem, todavia, realizarem a verdade como realidade e a realidade como verdade; posto que sejam toques como os da multidão que apalpava para não perder a viagem…, mas que não fizera a viagem para buscar virtude, graça, poder, fé e amor.
Vejo os templos cheios… Tão cheios quanto eram os ajuntamentos com Jesus em Cafarnaum…
Vejo milhares na festa das apalpadelas divinas e supersticiosas […]; sem falta ao culto como toque físico de Jesus…; enquanto apenas uns poucos na multidão de fato suscitam em Jesus a pergunta que espera apresentação verdadeira: “Quem me tocou?”…
Chega de perder tempo…
Só vale a pena ser de Jesus se a cada toque nosso Nele corresponder em verdade a um toque Nele; e não no que sendo Dele, como um manto, um pão, um vinho, um batismo, um culto, uma mensagem… — nos dê a falsa idéia de que a coisa possa representar Aquele que não é coisa, pois é espírito; e, portanto, só pode ser tocado pelo espírito…; e em espírito e verdade…
Qualquer outra coisa pode ser tão real quanto a matéria e tão factual quanto a História ou a Ciência, mas, para Deus, sem amor e fé nada será!
Realidade e factualidade só existem com significado para Deus se forem erguidas no fundamento da verdade sincera e que beija o Significante [Deus] e não apenas toca o significado… [a coisa]…
Creia nisto!
Nele, que pergunta a você: Você já me tocou algum dia em sua vida?…
Caio
4 de outubro de 2009
Lago Norte
Brasília
DF