CONFUSÃO EVA-ANGÉLICA

Pastor Caio Fábio,

Graça e Paz do Senhor,

Tenho 39 anos e estou há três meses divorciado e precisando de ajuda.

Sou evangélico e tenho tido algumas dificuldades em minha vida sentimental e eclesiástica.

Tenho um grande respeito pelo senhor, e gostaria que, se possível, recebesse um aconselhamento, sobre o que vou relatar:

Há vinte anos comecei a namorar uma moça, naquela época eu com 22 e ela com 13 anos.

Namoramos o primeiro ano e, no ano seguinte, ficamos noivos. Três anos depois casamos.

Desse relacionamento tivemos dois frutos maravilhosos: duas meninas.

Casamos com uma tranqüilidade muito grande, em todas as áreas. Nossas famílias moravam no mesmo prédio, portanto, tinham bom relacionamento; situação financeira estabilizada (eu um executivo de uma multinacional e ela cursando o pré vestibular). Nosso apartamento era próprio e totalmente reformado e mobiliado; carro do ano; conta bancária estabilizada—enfim tudo começando dentro daquilo que todo casal brasileiro sonha e muitas vezes envelhece e morre sem ter tido.

Era uma condição financeira tão confortável, que houve ano que eu troquei de carro 10 vezes.

Dois anos depois de casados veio a nossa primeira filha. Esta fase era melhor do que no início de nosso casamento. Nesse ano, eu recebia pela 2ª vez consecutiva, o prêmio de o melhor gerente do Brasil (concorrendo com mais de 750 gerentes), indo, nós dois, inclusive, para os Estados Unidos como prêmio. Era a glória! (do homem!).

Casamos em uma igreja católica, com uma bela recepção. Durante os 03 primeiros anos de casamento, éramos os verdadeiros católicos: são aqueles que dizem crer em Deus, mas só vão à igreja vez por outra e não entendem nada o que o padre fala.

Minha ex-esposa veio de uma família, em parte evangélica-desviada, e o pai católico. Já com 04 anos de casados, meus sogros estavam com a sua situação financeira em queda livre. Perderam sua empresa, seus imóveis e estavam morando em um apartamento alugado.

Certo dia, meus sogros estavam assistindo um programa na televisão, FALA QUE EU TE ESCUTO, da Igreja Universal do Reino de Deus, e resolveram no dia seguinte fazer uma visita ao templo local desta igreja. Chegaram falando maravilhas e crendo que ali começava uma nova vida.

Mesmo tendo uma condição financeira equilibrada e um relacionamento estabilizado, eu era extremamente dedicado ao meu trabalho, chegando ao ponto de não perceber muita coisa que acontecia ao meu redor; e ao mesmo tempo, sempre procurei levar a minha vida, sem estar preocupado ou me envolvendo na vida dos outros.
Sabia da crise e outras coisas que aconteciam com meus sogros, porque vez por outra, minha esposa relatava. As coisa aconteciam e eu só ia saber, muitas vezes, meses depois.

Quando minha segunda filha nasceu, convidei minha esposa para irmos até a Basílica Católica, da padroeira local, para agradecer pelo nascimento dela. Só neste dia é que fiquei sabendo que minha esposa estava freqüentando a Igreja Universal, ou seja, quase 04 meses depois dela ir e não me informar, pois, sua mãe achava melhor eu não ficar sabendo para não brigar com ela
A influência de sua mãe sobre ela e a sua irmã é terrível até hoje!

Venho de uma família numerosa, todos católicos e com certeza totalmente contra os evangélicos, chamados por nós de PROTESTANTES. E, realmente, jamais aceitaria a conversão de minha mulher, como não aceitei—principalmente na Igreja Universal—que naquele tempo estava sendo exposta em coisas que eu detestava.
Foi uma confusão tão grande, que proibi tanto ela de ir só, como de levar minhas filhas.

Foi um golpe muito grande. Me senti traído!
Passei de um marido caseiro—que nunca havia adulterado—e tranqüilo, para um farrista e mulherengo.
Bebia todos os dias e cantava todas as mulheres que estavam ao meu redor!

Seis meses depois, recebi uma proposta irrecusável para trabalhar em outra cidade, para gerenciar uma concessionária da Mercedes.

Aceitei imediatamente, pois não agüentava mais conviver com aquela situação de sogra, Igreja Universal e cia.

Cheguei na outra cidade com toda a pompa e glória que um homem do mundo gostaria de ter. Por conta da empresa eu tinha casa mobiliada, carro, telefone convencional e celular com a conta paga, passagem aérea quantas vezes eu quisesse por mês para visitar os parentes, gasolina e U$ 5.000,00, limpo no final do mês, e o melhor: longe da sogra, do sogro e da Igreja Universal.

Novamente o homem do mundo estava sobressaindo. Recebi um departamento de peças naquela altura com um faturamento de U$ 100.000,00/mês, e terminei o ano faturando U$ 365.000,00.
Era impressionante como eu conseguia multiplicar tudo que colocavam em minhas mãos. Depois fui chamado na diretoria para assumir a gerência de vendas de veículos novos e usados. Era um novo desafio, pois a minha especialidade era peças originais. Mais como sempre, confiava em meus braços, aceitei a proposta. O melhor faturamento daquele departamento até então, era a venda de 56 veículos/mês entre novos e usados. Um mês depois de assumir, fechei o mês com 176 veículos novos e 47 usados, vendidos.
Era incrível, principalmente numa cidade pequena como aquela. Nesse mesmo mês, pela primeira vez em minha vida, após 09 anos de sucessos e glórias, fui DEMITIDO.
Motivo: redução de custos.

Foi um choque tão grande, que quase me suicidei. Como alguém dando um resultado tão grande poderia ser avaliado como alguém que representava alto custo? Era Deus começando operar em minha vida!

Neste tempo, eu trabalhava tanto, que nem percebia que minha esposa continuava freqüentando a igreja evangélica. Só que já não era mais a Igreja Universal e sim uma outra, pois a “praga” da minha sogra e do meu sogro, já haviam mudado de “igreja”.

Novamente começou a confusão, chegando ao ponto de eu expulsa-la de casa, levá-la ao aeroporto de noite e manda-la com as minhas filhas de volta para a casa da mãe.

Passei 15 dia morando só e revoltado com toda aquela situação, voltando a beber, sem entretanto procurar me envolver com mulher.

Passados os 15 dias, ela retornou e liberei a sua ida para a igreja, desde que ela não levasse minhas filhas.
Depois liberava minhas filhas; em seguida proibia todos; depois liberava de novo; e o que mais me chamou a atenção, era a submissão dela a tudo que exigia.

Era impressionante. Cheguei a desconfiar que havia alguma coisa por trás, tipo ela estar envolvida com o Pastor, e passei a segui-la.

Como não achei nada, comecei a deixá-la e a buscá-la na igreja, sem entrar, é lógico!

Aos poucos fui ficando mais à vontade na porta da igreja e sempre que terminava o culto, o Pastor e a sua esposa vinham até o carro me cumprimentar, mais eu ficava dizendo para mim mesmo: “pensam que vão me convencer!”

Num Sábado, enquanto estava realizando um dos grandes Feirões de veículos que realizava nos finais de semana, fui surpreendido pela visita do Pastor daquela igreja, dizendo:
Meu irmão, Deus mandou eu vir até aqui te dizer para você ter cuidado, pois nesta cidade, são realizados muitos trabalhos de umbanda no rio e nas matas”.

Fiquei sem entender nada e continuei trabalhando achando que aquele homem era louco.

O mais interessante é que fui demitido uma semana depois!

Minha casa, todos os finais de semana, era repleta de “amigos”, com bebidas e churrasco a vontade.
“Coincidentemente”, fui demitido num Sábado. Neste mesmo dia, todos sumiram.

Só quem veio para minha casa foi um amigo, que era fornecedor, e sei que foi Deus quem o enviou pois era irmão de verdade. Veio com a esposa. Ficaram o final de semana todo ao nosso lado dando palavras de conforto.

Na semana seguinte, um pouco refeito da “paulada”, comecei a procurar emprego. Liguei para os Escritórios Regionais da Fábrica, afinal eu era o melhor gerente de peças do Brasil, e com certeza eu estaria empregado em poucos dias. Todas as portas se fecharam.

Decidi então que iria ficar morando ali mesmo e mostraria para meus ex-patrões como se ganhava dinheiro.

Aluguei um ponto, montei uma loja com entrega à domicílio (inédito na cidade), comprei um carro novo, aluguei uma casa, comprei telefone convencional e celular, mobiliei a casa; enfim, trouxe para mim todas despesas que eu não tinha antes.

Aquele irmão, que havia ficado ao meu lado no dia da demissão, nunca me abandonou e sempre aos domingos me levava para a sua igreja e em seguida saíamos juntos, as duas famílias, para jantar ou lanchar.

Realmente, com exceção da demissão, não senti muito a mudança, pois continuava mantendo um padrão razoável de vida, entretanto, sentia um vazio muito grande em minha vida e eu não conseguia entender, pois tinha uma família linda, amigo, a condição financeira era razoável, mais existia um vazio.

Um dia eu parei o carro em baixo de uma árvore em uma praça e fiz a oração mais simples que já fiz em toda a minha vida, dizendo: Senhor tira este vazio que sinto; muda a minha vida e eu prometo que me torno até um CRENTE.

Daquele em dia em diante, realmente tudo mudou. Começou a faltar o produto que eu vendia no mercado, e como eu vendia muito, meu estoque acabou e não tive como fazer reposição do mesmo. Conclusão, passei quase um mês com a loja fechada, pois não tinha sequer um pacote do produto para vender.

Neste período, já conhecendo um pouco da Palavra, questionava à Deus—se eu havia pedido para mudar a minha vida, como estava acontecendo tanta reviravolta na mesma?

Como já tinha feito amizade com o Pastor da igreja da minha mulher, procurei por ele e pedi que me orienta-se no que estava acontecendo.

Fui informado que era necessário eu fazer a minha parte do acordo com Deus; ou seja, virar um crente. Passei uns dias indo diariamente naquela igreja, sem contudo tomar a decisão de servir ao Senhor.

Dias depois, minha cunhada foi demitida da empresa em que trabalhava lá em nossa cidade de origem e foi passar uns dias conosco. Em seguida fui surpreendido com a chegada de meus “abençoados sogra e sogro”. Como estava passando por dificuldades financeiras, confesso que naquele momento, achei agradável aquela visita, pois acabamos ficando muitos carentes de tudo.

Meses depois entreguei a minha vida para Jesus e o aceitei como o único e verdadeiro salvador da mesma; tornei-me um CRENTE.

No dia seguinte, numa sexta-feira, fui até ao banco pedir para o gerente cobrir mais um cheque que iria passar e que não tinha saldo suficiente. Fui muito humilhado.

Ao retornar para casa à pé, sob o sol escaldante de 1:30 da tarde, vinha chorando feito uma criança pela rua, foi quando ao passar pela frente de uma loja escutei alguém chamando pelo meu nome.

Quando olhei para cima, era o proprietário da loja na frente da qual eu estava, me chamando de seu escritório.
Entrei e continuei chorando. Ao me ver naquele estado, pediu para eu me acalmar, pois, caso contrário, não poderia me dar a boa notícia.

Me refiz e fui surpreendido com um convite para assumir a gerência de sua matriz em minha cidade natal.
Quase desmaiei!

A proposta era tão boa que, dias depois, retornei para minha cidade, deixando minha família onde estávamos até o final do mês, em virtude do calendário escolar.
Aluguei um apartamento e providenciei para vir toda a nossa mudança, pois havia recebido um convite de meus sogros, para morarmos juntos, mais não concordei.

Durante todo o mês de Junho, meu sogro “colou” no meu pé com medo que eu me encontrasse com meus irmãos e voltasse a beber.

Freqüentei as reuniões da igreja deles durante todo o mês de junho, entretanto, não me sentia à vontade, pois, lá na cidade anterior a igreja era pequena (mais ou menos 200 membros). Agora eu não me sentia à vontade com cultos de 3.000 pessoas.

Quando minha família chegou, continuamos indo algumas semanas aquela igreja, até que comentei com minha esposa que não estava satisfeito e perguntei-lhe se poderia procurar um novo lugar para congregarmos, para a minha surpresa, ela concordou.

O detalhe é que sempre que havíamos de tomar qualquer decisão juntos era necessário esperar alguns dias para ter a resposta definitiva da parte dela.

O interessante era que a resposta dela sempre coincidia com o posicionamento da mãe, as vezes não mudava nem as vírgulas e pontos.

Na semana seguinte, fui até uma igreja indicada por um amigo e procurei ir pela manhã, fora do horário de culto, pois gostaria de perceber como era a mesma. Para a minha surpresa, o pastor era a pessoa que eu havia vendido o meu carro antes de me mudar para a outra cidade e ele lembrou de mim na mesma hora. Foi uma visita tão agradável, que estou lá até hoje.

Na quinta-feira da mesma semana, fomos até aquela igreja para assistirmos o nosso primeiro culto. Foi tremendo!

Minha esposa e minhas filhas adoraram!

Alguns dias depois, quando percebi, lá estava meu sogro, minha sogra, minha cunha e seu marido, também participando dos cultos. “mais que inferno! – eu dizia.

Cinco meses após eu ter retornado da cidade pequena, recebi uma proposta de uma concessionária Mercedes de caminhões e ônibus, que iria inaugurar, e prontamente aceitei, retornando assim para a minha atividade principal.

Deus me abençoou, onde pude reconquistar tudo aquilo que havia perdido.

No início do ano seguinte coloquei minhas filhas em uma escola evangélica e aluguei um apartamento bem maior e próximo da escola, pois a concessionária situava-se na saída da cidade, portanto, era necessário um local próximo da escola. No decorrer do ano, meu salário aumentou bastante e conseguimos fazer umas economias.

Minha esposa começou a pressionar para que comprássemos um apartamento e saíssemos do aluguel.

Sem eu perceber começou a procurar um apartamento no mesmo condomínio em que seus pais moravam.

Eu confesso que fui muito ingênuo!

Quando percebi, lá estava morando perto daquela família “abençoada”.

Passamos três anos com toda a família “tralalá” (adjetivo que uso para a família de minha esposa, baseado na revista em quadrinhos da Minie e suas sobrinhas).

Minha esposa já fazia parte do ministério de louvor (vocalista) e eu já fazia parte do grupo de homens que auxiliava os Pastores em certas atividades da igreja.

Sempre, lógico, a minha “abençoada” sogra, discordando com algumas coisas que o Pastor pregava (ela sempre teve esta mania de “saberete” ,que só ela sabe de tudo) e ainda por cima estava cursando um Instituto Teológico).

Certo dia, em um culto de libertação, meu sogro se meteu, sem autorização dos Pastores, à impor as mãos sobre as pessoas que foram convocadas à se apresentarem, para libertação.

Nosso Pastor principal, ao perceber, fez um sinal para que ele se retirasse daquela pessoa em que ele estava impondo as mãos.

Minha esposa, que estava logo atrás, viu a cena e tirou suas próprias conclusões.

Meu sogro se retirou chorando, dizendo que nunca havia sido tão humilhado em sua vida (contando lógico a sua versão para os fatos) e coincidiu de a minha esposa ter visto apenas os gestos.

Na realidade o que o Pastor estava dizendo era que ele deixasse aquela pessoa, pois a mesma estivera toda à tarde no gabinete e o Pastor já sabia do que se tratava.

No dia seguinte, meu sogro foi até a igreja e passou a ofender nosso Pastor com todo tipo de palavrões e gestos obscenos que se pode imaginar. Lógico, como não podia ser diferente, foi convidado à se retirar de nossa igreja.

Foi um Deus nos acuda!

Resumindo: Meu sogro retornou para uma igreja pentecostal que já havia freqüentado; minha sogra, juntamente com a minha cunhada e meu concunhado, foram para a Universal; e eu, minha esposa e minhas filhas, permanecemos em nossa Comunidade.

Passei o ano seguinte inteiro sofrendo da parte de minha esposa uma pressão violenta para sairmos da igreja.

Não concordei e ela teve que se submeter.

Minha sogra, então, passou a minar o nosso relacionamento.
Sempre que estava só com minha esposa, lançava dúvidas constantes sobre tudo que era pregado em nossa igreja.

Virava e mexia, lá vinham dúvidas de minha esposa e lá íamos parar no gabinete pastoral para solucionar tais dúvidas.

Paralelo à isso, ainda tínhamos da parte do meu sogro, a sua “peregrinação” nas casas dos irmãos, para falar mal de nosso Pastor.

Em Julho daquele ano nossa igreja já estava metida na Visão Celular, no modelo dos 12; e eu e minha esposa fomos convidados para fazer parte dos 12 casais que o Pastor havia separado para andar mais próximo dele, e juntos começarmos a multiplicação da igreja.

Minha esposa, para aceitar o convite, exigiu a presença de nosso pastor em um jantar em nosso apartamento, para tirar todas as “pendências” que ainda circulavam em sua mente.

Nosso Pastor prontamente aceitou o convite juntamente com a sua esposa, compareceram e creio que, naquela noite, não tenha ficado mais nem uma dúvida com relação à tudo que estava na mente de minha esposa.

Até o final do ano minha esposa tornou-se uma verdadeira auxiliadora. Deixou sua mãe restrita aos finais de semana, quando havia tempo, e passamos a produzir para o Senhor.
Ganhamos muitas vidas juntos, evangelizamos e nos sentimos úteis.

Nesse mesmo ano, meu sogro foi expulso, agora da igreja pentecostal onde estava. Novamente levantando-se contra os Pastores daquela igreja, e submeteu-se à sua esposa e foi para a Igreja Universal.

Para a minha esposa, aquilo sim, que era um ato de amor, pois seu pai estava cedendo para a sua mãe. Falei-lhe que, com certeza, ambos estavam fora da Palavra e que era questão de tempo para aparecerem os problemas.

Em Janeiro do ano seguinte, em virtude de algumas coisa erradas que eram necessárias serem feitas em meu trabalho, resolvi entregar meu lugar.

Já vinha conversando com meu Pastor à respeito de tais fatos e o mesmo vinha juntamente comigo, buscando em oração uma saída. Tive paz em tal decisão e parti para montar meu próprio negócio.

Após receber a indenização, sentei com minha esposa, e resolvemos em comum acordo, comprar uma Padaria que havia bem em frente ao nosso condomínio.

Investi tudo o que eu tinha neste negócio, U$ 20.000,00, e louvava ao Senhor, pois sabia que, com certeza, teria mais tempo para a obra Dele.

Ao assumir o negócio, chamei minha sogra, (eu mesmo chamei, que fique bem claro), e fiz uma proposta para ela (ela é formada em Administração) : Ela assumiria a gerência daquele empreendimento e eu dava-lhe um prazo de 10 meses para que ela começasse a me retornar o investimento realizado, em 10 parcelas, pois já sentia em meu coração, um chamado para a Obra.

Portanto, daquela data em diante, ficavam juntas, minha sogra e minha esposa o dia todo.

Como eu fui inocente!

Em Março daquele ano, após uma noite de oração, senti a necessidade de fazer algo que—confesso que até aquela data—tinha medo de fazer: entregar minha família, esposa e filhas e tudo o que eu possuía, ao Senhor.

Na noite seguinte, preguei na reunião de célula, sobre Gênesis 32 : 22 – 32, onde Jacó transpõe o vau de Jaboque com toda a sua família e tudo o que possuía, para ter um encontro com Deus.

Naquela noite, realmente e verdadeiramente, entreguei tudo ao Senhor.

Foi uma noite de muito choro e de alianças, pois todos os que estavam presentes, comprometeram-se de alguma forma, com a obra do Senhor.

Minha esposa, nessa noite, havia ficado em casa, com a minha filha mais velha que estava com febre. Nosso Pastor, estava visitando a nossa célula e, virei para ele, e informei: “Pastor, eu não sou um dos 12, apenas estou. Mais quero lhe dizer que, mesmo que seja necessário a minha saída deste ministério, nunca vou te abandonar sem o teu consentimento e benção.”

No final ele liberou uma Palavra profética que daquela reunião sairiam Pastores, Evangelistas e Missionários em virtude do grande quebrantamento perante o Senhor.

Daquela noite em diante, começou toda a reviravolta em minha vida.

Minha esposa na semana seguinte, saiu do ministério de louvor e me informou que estava saindo de nossa igreja e seguindo seus pais para a Igreja Universal. Foi um baque tão grande que a minha vontade era matar minha esposa.

Percebi a besteira que havia feito, convidando minha sogra para trabalhar junto conosco e a expulsei de minha empresa.
Começaram então uma série de brigas e saídas de casa, onde culminou com o divórcio.

Minha esposa levantou-se contra a Palavra de Deus, contra nosso Pastor e pior de tudo, levantou-se contra a maior autoridade sobre a sua vida depois de Deus que era o seu marido.

Na primeira briga, peguei minha filha menor e saí de casa de madrugada e fui dormir na casa de um irmão da igreja. No dia seguinte, retornei e tentei conversar, mais ela permanecia irredutível em sua decisão de permanecer naquela Igreja e ainda por cima, tornou-se junto com a sua mãe, OBREIRA da Igreja Universal.

Passaram-se mais alguns dias e novamente outra briga. Saí de casa novamente, só que desta vez passei 15 dias fora. Nesse período, procurei o Pastor da Universal e contei-lhe o que estava acontecendo, e perguntei-lhe como alguém com uma situação dessas poderia ser uma OBREIRA. Ele me informou que era muito difícil me dar qualquer reposta sem antes falar com ela e me perguntou se eu me importava de retornar à noite para o culto e após o mesmo conversaríamos todos juntos. Aceitei sem problemas e na mesma noite estávamos todos juntos.

Após ouvir ambas as partes, aconselhou-a que voltasse a congregar na minha igreja, pois, ela tinha que se submeter ao seu marido, principalmente porque eu era um Cristão.
Aconselhou-a ainda que rompesse o “cordão umbilical” com a sua família, e que ela entendesse que a sua família era ela, seu marido e suas filhas. Ao sair dali, ela chorava feito uma criança, sem concordar nem em voltar para a minha igreja e muito menos romper com a sua família. Naquela noite, retornei para casa.

Nosso negócio, à partir daquele período começou a declinar e decidi vendê-lo.

Vendi, paguei todas as dívidas e comecei a procurar emprego.
Passávamos 02 dias de bem e de 10 a 15 brigados e dormindo em quartos separados.

Lembro-me que, certo dia, acabaram-se todas as reservas e eu não encontrava emprego.

Acordei cedo, sentei-me na cama de minha filha onde dormia e perguntei à Deus o que faria com aqueles R$ 5,00 que sobrara.

De repente, ela entrou no quarto e pediu dinheiro para o lanche de minha filha menor. Respondi-lhe que não tinha. Ela imediatamente foi até o nosso quarto e acordou a mais velha e juntamente com a mais nova, me apontou no rosto e disse: “ Olhem ai; quer ser o cabeça e não dá conta nem de botar comida para dentro de casa”.

Foi a maior humilhação que passei em toda a minha vida.

Levantei-me, troquei de roupa e fui até o supermercado chorando muito. E me perguntava: meu Deus, o que vou conseguir comprar com este dinheiro?

Lembro-me claramente que deu para comprar 01kg de arroz, 01 prato de picadinho (carne moída) e macarrão.

Voltei para casa, peguei meu computador, vendi-o por apenas R$ 500,00 e fui até o supermercado e fiz umas compras e deixei em casa.

Desde esse dia, sei o quanto custa cada coisa que compro.
Passei a minha vida toda sem saber o quanto custava nada.
Nada era impossível para mim.

Nunca soube em minha vida, quanto custava o meu supermercado, pois só fazia pagar a fatura do cartão de crédito.

Hoje sei que passei muito meses sustentando meus sogros, pois meu supermercado dava de R$ 1.200,00 a R$ 1.500,00 / mês.

Arrumei novamente minhas roupas e saí de casa, só que agora passei 60 dias fora.

Arranjei um emprego em uma churrascaria da cidade. O salário não era lá essas coisas, mais pelo menos dava para comprar comida.

Nesse período, novamente busquei ajuda dos Pastores da Igreja Universal, pois ela não recebia ninguém de minha Igreja e não abria mão de permanecer na Universal.

Cheguei a conversar com 06 Pastores da Universal, e nunca vi uma igreja mudar tanto de Pastor em tão pouco tempo, inclusive cheguei a perguntar o motivo dessa mudança e tive resposta que era uma estratégia para que as ovelhas não se apegassem ao Pastor e sim à Deus.

Quando cheguei ao sexto, novamente fui convidado para vir ao culto e….etc… .

A palavra para ela foi a mesma de todos os anteriores, entretanto tudo permanecia igual.

Procurei meu Pastor e informei-lhe que não dava mais para sustentar aquela situação, e informei-lhe que queria me separar.

Sua resposta foi negativa e que eu ainda não havia feito o impossível pela minha família.

Sem entender o que seria o impossível, tomei a decisão sozinho: Voltei para casa véspera de Natal, pedi perdão para meus sogros (não sei de que) e decidi que daquela data em diante passaria a congregar junto com ela na Igreja Universal.
Passei 10 meses naquele lugar.

Foi terrível.

A comparação que eu consigo fazer, é de que eu estava acostumado a comer uma bela feijoada, completa, e de repente passei a receber como alimento, apenas um copo de 50ml de alpiste (comida de passarinho).

Passava o dia inteiro na churrascaria e entrava pela noite. Não sentia vontade de voltar para casa e era a maneira de que eu tinha de não ir para a Universal, pelo menos nos dias semana.

Aproveitava a semana para visitar outras igrejas, pois era a maneira que eu tinha de me alimentar com um alimento mais sólido.

Só procurava não ir na minha igreja, pois minha mulher poderia descobrir e a briga seria fatal.

Em Outubro daquele ano, ela entrou em nosso quarto e disse: “Não sei até que ponto tu eras bom no que fazias, pois olha só, até agora ninguém te chamou para trabalhar”.

Parei, olhei para ela e nada respondi. Mais comigo mesmo pensei: “é, chegou a hora de parar com essa relação, pois acabou o respeito”.

Na semana seguinte à esta colocação dela, consegui através de meu irmão, uma oportunidade de alugar um lava-jato, no centro da cidade. Aluguei o mesmo e retomei a minha vida.

Retornei para a minha igreja, falei com meu Pastor e pedi um conselho, pois, já havia feito o impossível pela minha família.

Como resposta dele, pediu-me que eu tomasse uma decisão definitiva: ou largava de vez ou ficava de vez. Passei dois dias pensando e decidi deixá-la.

Em 03 meses, paguei todas as contas atrasadas, aluguei um apartamento para mim, mobiliei e procurei a Justiça para me separar.

Fui informado de um serviço que realiza divórcios em horas. Fomos até o local onde o mesmo se encontrava e em 06 horas estávamos divorciados.

Ao terminar de assinar o termo de separação, ela virou-se para mim e disse: “Pronto, estás livre, agora pode procurar uma nova mulher e ser um Pastor, pois eu é que não quero essa vida para mim.”

Separei-me no início deste ano. No dia 05 de Fevereiro, o proprietário do lava-jato pediu-me o ponto e mandou que eu procurasse meus direitos na Justiça. Tive que sair sem nem um centavo e aluguei um novo ponto, só que estou começando do zero, sem clientes e ainda tive que reformar o local sem nenhum dinheiro.

Ela, juntamente com seu pai e com o apoio da mãe, já me levaram 02 vezes na Justiça pelo atraso da pensão, e sinto que a vontade deles é me ver preso.

Olho para o texto de I Coríntios 6 e me pergunto até que ponto realmente eles são convertidos.

Soube que ela não é mais OBREIRA e que está freqüentando a TERAPIA DO AMOR, em busca de um novo marido.

Logo que eu me separei, procurei meu Pastor e fui informado por ele que naquele momento ele não tinha nem uma Palavra da parte de Deus, pois qualquer coisa que ele me falasse naquele momento, seria como um amigo, mas que como ele era um Pastor, ele seria cobrado como Pastor, portanto era melhor que déssemos um tempo juntos orando.

Agora em Abril procurei-o novamente, pois, já haviam se passado 07 meses que eu havia saído de casa, e como sempre fui muito ativo sexualmente, estava começando a sentir algumas dificuldades nessa área.
Ele me informou que naquele momento sim, ele tinha um conselho para me dar, pois biblicamente, a minha situação era muito complicada, já que não houve adultério de ambas as partes. Portanto, nem eu nem ela poderíamos nos casar novamente.

Eu e ele fizemos um propósito diante de Deus, de durante seis meses, pagarmos um preço de oração e de jejum todas as quartas feiras, para que Deus dê uma solução definitiva para a minha situação.

“Eu sei, disse ele, que três coisas podem acontecer:

1ª – Você se tornar um viúvo.

2ª – Ela retornar pedindo perdão e se submetendo à minha autoridade.

3ª- Ela casar-se novamente, portanto ela estaria adulterando; sendo que, se Deus viesse à terra hoje, a opção com certeza da parte Dele, seria a 2ª, só que para que isso aconteça, é necessário que Deus leve os pais dela, ou para bem longe ou para a sua glória.”

Veja só: para eu me libertar tem de haver morte. Não vou nunca orar pedindo morte e nem sentindo morte. Não seria mais cristão apenas se reconhecer os fatos como eles são?

Pastor Caio, já tive a oportunidade de ver vária fitas suas e sei que o seu ministério é abençoado pelo Senhor. Sei de muitas histórias à seu respeito através da imprensa, mais sei que todo aquele que é ungido do Senhor é separado; e que Deus não é homem para que minta e nem filho do homem para que se arrependa.

Gostaria de ouvir de sua parte, qual a visão que o senhor tem de toda essa situação. Sei que fica difícil dar qualquer palpite numa situação dessas sem ouvir as duas partes, mais gostaria que o senhor dessa a sua visão dessa situação, baseado no que o senhor está lendo.


Como devo proceder ?

No aguardo de sua resposta.
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Disse a ele o que não digo aqui. Aqui, todavia, digo a todos o seguinte:

Vejam só como sogra, igreja, pastores, movimentos e interferências—mesmo que em nome de Deus e da família—podem arruinar a vida de uma pessoa.

Esse homem vivia bem e em paz em sua superficialidade católica.

Converteu-se à confusão evangélica.

Agora é cristão, encontro Jesus mesmo, mas perdeu sua tranqüilidade.

Fica aqui um lembrete:

Pai, mãe, pastores e outros, têm o seu lugar. Mas tem que ser bem longe da cama da gente e da casa da gente.

Está na hora das pessoas aprenderem a se respeitar e a não permitirem invasões. Ninguém vive a sua história por você.

Cada um assuma, diante de Deus, aquilo que é vida e não morte. E ninguém, que não sejam os filhos de um casal, tem que ter nenhuma forma de preponderância nas de-cisões conjugais.

Com todo o respeito,


Caio