OBRIGADO POR TER CAÍDO AQUI: assim eu Caio!
Ó minha alma, espera alegre no Senhor, pois Dele e somente Dele vem o teu tesouro.
Quando dentro em mim o riso dói como vinagre; e a gargalhada machuca como um soco; e quando a consolação de palavras é como navalha — meu espírito volta-se para Ti, ó Deus de minha vida, e em Ti encontra o silêncio doce da consolação que afaga, puxa para junto do peito, e deixa que o calor, o cheiro e o silencio sejam o balsamo que a tudo cura.
Quantas vezes, ó meu Pai, lamentei um dia ter saído daqui, mesmo sabendo que Tu me levaste. E quantas foram as vezes que desejei ardentemente voltar!…
Tu, no entanto, me dizes que foi tudo muito bom; e que assim tinha que ser. Então, me consolo com o Teu desejo.
Deste-me a alegria de estar presente em tudo sempre, em todas as lutas, em todos os agravos. Mas sinto falta de ter estado aqui nas grandes e muitas alegrias e vitórias.
Ó, como Te agradeço por ele e ela, os meus velhinhos!… Sim! Por terem passado por cima de brasas sem queimarem os pés, e por terem atravessado as muitas águas com os pés enxutos.
Obrigado porque nos piores dias eles nunca me desconheceram. Obrigado por que eles nunca duvidaram. E obrigado por nunca terem me tratado diferente do tempo em que eu seria o orgulho de todos os pais vaidosos.
Obrigado por me deixares ver, nas minhas dores e perdas, que eles não eram orgulhosos de mim, mas apenas me amavam incondicionalmente.
Obrigado porque neles todos os problemas morriam, e todas as catástrofes eram feitas adubo, e todas as perdas sempre significaram ganhos.
Obrigado por ter caído na casa desse Caio e dessa Lacy. Junto a eles ninguém cai. Ele dizia: “Não caia, pois eu sou Caio!”.
Então, até Talita Cume acontecia!
Sim. Mesmo quando meu nome, de Alegria virou Tristeza, deles nunca me veio nada além de benção e esperança.
“Caio Cume!” — era o que deles me vinha!
Obrigado por ter tido tais dons paternos, e que me foram não dons naturais, mas dons da Graça mais singular; pois, ter nascido entre eles foi um chamado e um grande privilégio.
Obrigado porque só me vejo eu mesmo tendo tido todas as chances que por eles me deste, do contrário, sob outros pais, quem seria eu?
Um homem tão tendente ao que é pecado como eu, tinha quer ter recebido superabundante Graça paterna.
Sei que foi por minha fraqueza que precisei de pais tão fortes!
Obrigado porque deles digo o que Paulo com menos propriedade disse que Filemom acerca de Paulo deveria dizer: “Eu alego que a eles devo a própria vida!”.
Pai Eterno, essa é a gratidão de um homem a caminho de envelhecer e que carrega em si a gratidão de um menino amparado numa casa de Deus — cheia de Caio e de Lacy.
Com o perdão dos meus pecados,
Caio
16/09/07
Manaus
AM