O JABUTI “MISSIONÁRIO”

 

 

 

 

O JABUTI “MISSIONÁRIO”

 

 

 

Aqui em casa, além de centenas de passarinhos livres e soltos, e que aqui vivem, comem e bebem, há também uma tartaruga e um jabuti, que me foram dados como presente.

 

A tartaruga hoje está bem adaptada. Com os três recantos de águas que há no jardim, ela acabou por encontrar seu habitat. Já o jabuti, bem mais adaptável, pois é bicho de chão, de tocas, de barro, de terra, de folhas, e de tudo o que no chão natural se encontra com facilidade, é, todavia, um ente estranho.

 

De fato ele é o jabuti mais inquieto e “atrás de algo” que eu já vi na minha vida. Anda como um gadareno o dia todo, levando aquele casco pesado, circula o jardim [que não é pequeno] muitas vezes ao dia. Sobe e desce em tudo. Se esforça, parece quase gemer para cumprir certas tarefas que ninguém impôs a ele. Às vezes o casco dele não cabe entre dois pés de taboca e ele não passa. Então tem que fazer voltas difíceis a fim de achar outra passagem. E vai… E anda e anda…

 

Mas, agora mesmo, para provar meu ponto, como se soubesse que estou escrevendo sobre ele, cá está o bichinho, no lugar onde escrevo, ao lado da churrasqueira, de onde tenho bela vista de tudo, mas que não é jardim. Sim! Aqui está ele, sob meus pés, tendo até roçado em mim.

 

Eu disse que era para provar o meu ponto porque esse bicho tem terra e jardim em fartura, mas só faz sua caquinha aqui, no lugar pavimentado e coberto. Lugar este que Adriana chama de “a igreja”, pois, o jabuti, a quem ela apelidou de “missionário”, anda por aí, rodando sem muita finalidade, ansioso, inquieto, sem rumo e sem trilha, a esmo, em busca do ele não sabe o que é, sempre carregando aquele peso sobre as costas, mas, apesar disso, só vem à “igreja” para fazer caquinha.

   

 

É pra rir, mas é para pensar também!

 

 

Caio

 

09/02/08

Lago Norte

Brasília

DF