TREZE ANOS DEPOIS…



TREZE ANOS DEPOIS…


Há treze anos eu estava vivendo na Flórida num fim de ano como este…

Mas estava morto, me sentia um fantasma, os que me viam meneavam a cabeça, os que antes corriam para abraçar você, agora atravessavam a rua…

Eu sabia que eu era eu ainda… Mas era como se não fosse!

Morri… Assisti meu funeral… Vi os que foram e choraram… Também vi os que de longe gargalhavam…

Então… virei um fantasma!

Sei como é ser um ente etéreo…

As pessoas vêm… mas atravessam você!

Por isso escrevi o livro Nephilim.

No livro o personagem Abellardo Ramez II era eu sem mim…

Era um homem que era… mas que já não estava!

Os que o viam sabiam que ele era ele, mas preferiam que não mais fosse…

Assim, me defini o personagem como um ente que era sem ser…

Era para si e para uns poucos, mas tornara-se um assombração a ser evitada pelos demais…

Então… as imputações e as amputações!

Ele está milionário… Fugiu com uma menina de 16 anos para Miami… Está negando que Jesus é o Senhor… Descreu de tudo…Virou esotérico… Está possesso… Abandonou a família… etc.

Meus filhos, toda-via, estavam todos comigo.

Os amigos se faziam ex sem que você soubesse…

Filhos na fé negavam que me conhecessem…

Milhares, toda-via, oravam… Enquanto milhões me degradavam…

Meus pais sofriam calados… Meus filhos fingiam que nada estava acontecendo…Eu…sozinho…chorava e chorava…

Porém, de modo algum voltaria atrás…

Meu arrependimento era para frente.

Sabia que não tinha feito as coisas certas no desejo de realizar o que fosse melhor para a minha alma e a dos meus filhos!

Sofria por isto… Mas não tinham “perdão” a pedir a nenhuma “igreja” de juízes e algozes.

Minha Igreja era feita de pessoas… A mãe dos meus filhos, meus filhos, meus pais e alguns amigos. A eles me confessei. A eles pedi perdão!

Também escrevi e dei algumas entrevistas nas quais pedia perdão aos que me amavam e não entendiam o que estava acontecendo… Mas para instituições formais e malévolas… eu sabia em Deus que nada tinha a dizer.

Desliguei-me de tudo… Derrubei tudo aquilo que dependesse da minha “presença evangélica” para continuar… Não havia regressos a fazer. A dor era pra frente. O arrependimento era para a vida, não para o passado!

Eu só não sabia que havia uma Adriana em Copacabana que me seguia desde jovenzinha, e que dizia: “Deixem esse homem em paz! Ele tem direito a três vidas de descanso. Creio que ele fez algo que só se entenderá depois”.

Até que o fantasma encontrou uma mulher que não temia assombração!

E… à medida em que ela me acolhia, minha condição etérea dava lugar a uma nova concreção!

Ah, tanta coisa aconteceu…

Lukas foi para a glória e a graça veio sobre mim!

Meu paizinho foi para a glória, mas me deu sua capa!

Novos amigos. Velhos e fiéis amigos. Graça. Muita graça!

Sem retumbâncias tudo foi mudando sem que eu visse…

Então, de súbito, vi que Deus criara em Sete dias algo maravilhoso, mas que no dia a dia eu não percebera.

Hoje aqui estou! Grato! Satisfeito! Feliz!

Aos não sabem como será o próximo ano, sugiro apenas amor e confiança!

Amo Aquele que me amou primeiro!

Amo também a todos os que me amaram depois!

Amo ainda os que não me ama [ou até me odeiam] até hoje!

Deus é bom!

É só o que tenho a dizer!


Nele, que me segue quando não o vejo e a Quem eu sigo quando tenho a Graça de ver,


Caio

31 de dezembro de 2012