CENTRAURO: A REDENÇÃO DO BICHO-2
Rm 8—todo o capítulo.
No texto anterior a este eu falei do conflito que se instalou entre o instinto e a consciência—digo: instalou-se com a Queda.
Assim nasceram os Centrauros!
Paulo trata desse estado em Romanos 7 e foi acerca disso que também falamos no texto anterior.
Aqui continuo de onde parei e prossigo para onde prometi. Portanto, leia Romanos 8.
Uma vez que Paulo identificou e estabeleceu a incurabilidade dessa guerra entre a consciência e o instinto, o que fica em nós é uma profunda tristeza.
“Desventurado homem que sou!”—clamou Paulo.
A verdade é estranha. Primeiro ela faz o diagnóstico do pior de todos os males e que é doença de todos na Terra. Depois de assim fazer, surge então não um indicador para que se siga determinada regra a fim de se curar o ser desse estado de divisão básica. Não é isto que acontece. Paulo começa tão somente dizendo que “Agora…já não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus”.
A seqüência nos afirma basicamente duas coisas:
1. Deus, em Cristo, pelo amor do Pai e mediante a obra do Espírito Santo, realizou tudo aquilo que se pode esperar em favor de nós, os Centrauros. Agora os bichos de si-para-si-mesmos poderem ser salvos de sua catividade. “Já não resta condenação para os que estão em Cristo Jesus”.
2. Estou livre da morte, mas agora preciso ser curado. Ou seja: em Cristo a assunto acerca da morte do Centrauro ficou afastado para sempre. Agora, livre do medo da morte—e que é a força motriz de desalinhamento entre o instinto de sobrevivência e consciência da vida—nós podemos começar a buscar o caminho do pendor para a escolha da consciência, sem a culpa de se abandonar o instinto; bem como se pode admitir o instinto, mas colocando-o na intensidade apropriada.
De acordo com Paulo esse bem já está definitivamente conquistado. O que nos resta é crescer na apropriação desamedrontada do bem já realizado em nosso favor, ainda que, na pratica, todos nós vejamos os sintomas da presença da desordem ainda nos habitando.
A questão é que a culpa da doença era a doença da culpa. Assim, livres da doença da culpa podemos prosseguir para buscar a cura da culpa da doença.
A pior doença não é mais a doença da culpa, mas a culpa da doença.
E quanto mais nos sentimos tomados pela culpa da doença, mas crescem em nós—outra vez—os sintomas da doença da culpa.
Enquanto a guerra é essa, mesmo que você diga que crê em Jesus, tudo continuará igual—podendo até mesmo piorar, como em muitos casos acontece.
A doença da culpa já foi debelada.
Não há mais risco de morte.
Jesus garantiu isto para cada um dos Centrauros.
“Agora, pois, já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus”.
A cura agora é um processo de pacificação que dura o resto da existência.
Não há, na Terra, um único Centrauro que esteja livre de experimentar alguma forma de culpa da doença como se fosse ainda a doença da culpa.
Toda vez que a doença da culpa volta como sintoma, a maioria dos Centrauros pensa que está morrendo e, assim, entregam-se à culpa da doença e passam mal, muitas vezes achando que o que Jesus fez não resolveu nada.
Resolveu tudo!
Os Centrauros é que não desejam descansar no bem que já lhes pertence. E como não estão mais sob o risco da morte, mas ainda experimentam os sintomas, freqüentemente, ao prová-los como fato, desistem da esperança e abandonam-se ao domínio dos sintomas.
Paulo diz em Romanos 8 que o caminho agora é o de buscar novas inclinações.
Enquanto a primeira interpretação da culpa da doença for “morte”, o coração do Centrauro sofrerá as fobias da morte e pensará que está morrendo.
Somente quando o Centrauro crê que não sofre mais desse mal para a morte, é que pode iniciar-se dentro dele o benefício do bem já conquistado por Jesus.
O Centrauro tem que andar em fé a fim de se apropriar do bem que já é seu.
A fé põe o Centrauro no caminho da inclinação para o outro centro—não o seu mesmo. A doença do Centrauro está no seu próprio centro, que virou um campo de batalha entre ele e ele mesmo.
A inclinação do Centrauro agora tem que se mudar para outro eixo: o da paz que está em Cristo—pois, somente nesse estado é que ele pode começar a usufruir o bem que já é dele.
Mas não há mágicas!
Trata-se de um longo caminho de fé e consciência—onde o instinto e a consciência vão se reconciliando pela ausência da doença da culpa e da culpa da doença.
Caio Fábio