E DISSE DEUS: HAJA ANO NOVO!

E DISSE DEUS: HAJA ANO NOVO!

 

E disse Deus: Apareçam corpos luminosos nos firmamento do céu da Terra, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles também para sinais e para estações, e para dias e anos; e sirvam de luminares no espaço do céu, para alumiar a Terra.

E assim foi.

Deus, pois, fez os dois grandes luminares avistados da Terra: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; fez também as estrelas que cintilam ao longe.

E Deus pôs o Sol no céu da Terra para aluminá-la, para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas.

E viu Deus que isso era bom.


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Quando não estou em Brasília, moro em Copacabana. Daqui de casa, enquanto escrevo, isso ainda às seis da tarde, já ouço o estampido dos fogos, e o brado exultante que a eles se segue.

2004 vem aí!

É um novo ano, e a humanidade se alegra.

É bem verdade que a humanidade não tem do que se alegrar. Os prenúncios que o planeta nos dá são de que as dores de parto estão para começar.

A natureza nunca gemeu tanto!

Geme pela tortura lenta, sistemática, voluptuosa, tarada e cega que nós, os humanos, lhe impomos.
A Terra aceita eras glaciais, quedas de asteróides, dilúvios, terremotos, maremotos, vulcões, furacões, tufões e o que dela mesma vier.

Nada é trágico quando é uma ação da natureza, pois tais ações nunca são contra ela própria; ao contrário, são nela mesma e para ela mesma.

São apenas estações da própria natureza. Melhoram-na sempre.

O gemido de agora, todavia, não anuncia um parto natural, mas uma sangrenta e primitiva cesariana.
Tem que haver uma Intervenção de Fora da própria natureza para salvar a vida. Do contrário, os humanos acabarão com a Terra.

Sem essa Intervenção de Fora a parturiente Terra não teria espaço para deixar passar o monstro que se engendrou em seu ventre, e que parece desejar nascer para a morte e não para a vida: a humanidade caída!

Os céus terão que ser rasgados.

Estrepitoso estrondo terá que ser ouvido.

Então se verá o Filho do Homem, com poder e grande glória, vindo sobre as nuvens, com os anjos do Seu poder.

E todo olho verá!

Mas os estampidos de Copacabana não anunciam esse Dia. Anunciam o ano de 2004.

Fiquei pensando na contradição humana. Todo mundo com medo da morte e se reunindo para celebrar um ano a menos de existência na Terra.

Para quem não carrega no peito a esperança do Filho do Homem e de Sua volta, o bum, bum, bum dos fogos deveria ser um bum, bum, bum, de celebração da proximidade da morte, não da vida.

Mas não temos como não nos alegrar com o futuro. Fomos feitos para o Sempre. Antes da Queda as estações não anunciavam a nossa morte, mas a nossa vida.

Até que o fruto nos matou…

Entretanto, a ordem para que comemorássemos os tempos, não deixou de nos afligir com esperança.
Então, bum, bum, bum, mesmo que seja incoerentemente soltando fogos para a chegada do dia da morte.

Sei que parece uma fala antitética em relação à Data.

A questão é que aqueles que conhecem a Deus já passaram da morte para vida. Esse assunto já não existe mais, pois se vivemos, para o Senhor vivemos; e se morremos, para o Senhor morremos; quer, pois, vivamos ou morramos, nós somos do Senhor.

Estou mais velho na Terra e não estou mais próximo da morte. Que coisa!

Bum! Bum! Bum! estou a cada dia mais próximo do que já é, e em mim será, pois Nele eu já sou.

Feliz 2004!


Nele, em Quem somos,


Caio