O Mundo Cabe Numa Casa!

O MUNDO CABE NUMA CASA!

 

Assim foi o sonho que tive.


O mundo inteiro cabia numa casa grande e labiríntica.


Rostos de centenas, milhares de pessoas, todas conhecidas, umas mais outras menos, mas todas transitaram ou ainda transitam pela minha vida—nos ambiente interior, no sonho, todas estavam vivas e juntas.


Eu às vezes era visto e percebido, mas na maioria das vezes eu percebia que eles no máximo viam a minha aparência, mas nada sabiam de meu coração.
De súbito cada passo deles deixava rastros, pegadas inapagáveis, e eu podia ver claramente como seus caminhos se cruzavam entre si…e como se cruzavam em relação a mim…alimentando ciclos infindáveis de ilusão!


No fim…sim…no fim…tudo um grande desperdício.


Interpretações infundadas, sentimentos exacerbados, projeções equivocadas, transferências adoecidas, medos focados de modo difuso em pessoas erradas, antipatias oriundas de inseguranças e projeções do próprio ser percebido como reflexo no comportamento de um outro e que chamam o ódio à existência—ódio de si mesmo, é claro!


Gente, muita gente…e quase nada era verdade.


Reações desproporcionais, ações poluídas pelo pré-conceito, juízos fundados na invenção de um rejeitado em seu amor e que decidiu que aquele que um dia amara virara diabo por não haver correspondido…


Existências inteiras animadas pela irrealidade!


Sonho?


Sim! sonho…é o que descrevo.


Apenas sonhos?


Simplesmente a cara da vida!


Vaidade de vaidades, tudo é vaidade!

 

 


Caio Fábio