O PÓS-GUERRA E O PÓ DA TERRA

O PÓS-GUERRA E O PÓ DA TERRA

 

Escrito um dia antes da 2ª Guerra contra o Iraque acontecer…

 

A Serpente vive de se alimentar do pó da Terra, da produção do planeta e da cultura dos humanos. Assim, não há ação humana que não implique numa tentativa satânica de apropriação dela. Os principados e as potestades se condicionam ao “pó da terra” que nós levantamos atrás de nós.

E ao mesmo tempo, também nos condicionam de volta, retroalimentando indefinidamente o processo.

Ou seja, nós oferecemos a matéria-prima e eles nos devolvem um produto acabado!

Hoje, 18 de março de 2003, esperamos, tragicamente unidos, o desencadear de um processo político-espiritual.

Escrevendo sobre o assunto há alguns meses, eu disse o seguinte:

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Voltando ao nosso tema — de como os Principados e Potestades se alimentam das produções da Terra—, é fácil se verificar isso numa breve olhada na televisão no dia de hoje — 18 de julho de 2002. Você verá, entre várias, uma manifestação clara desse fenômeno espiritual coletivo:

Bush deixa claro que não dará tréguas a Saddam Hussein. Saddam fala aos iraquianos pela televisão. Diz: “Ainda que todos os demônios do mundo queiram lutar contra nós, nós os convidamos a nos visitar”. O povo iraquiano o vê e ouve. Atitudes de oração e reverência são expressas nos seus rostos. Sua convicção: “Nós, os velhos, já vimos três guerras — deposição do Xá, guerra contra o Irã e a Guerra do Golfo — e ainda estamos aqui!”

Ora, o Iraque de hoje já foi a Babel de muito tempo atrás; já foi a Babilônia de Nabucodonozor e todas as histórias da História; já foi a Pérsia de Ciro, o Grande; e foi sempre a terra dos Gênesis, dos começos e dos seres que morrem por causas, em nome de sua antigüidade, seu direito, seu poder, sua riqueza, sua tradição, seus deuses, depois por seu Deus — Javé , Jesus e Alá — e, agora, por sua própria Civilização, ou seja, their own way of life!

No tempo em que o Iraque de hoje ainda era a antiga Mesopotâmia-caldaico-babilônico-persa, o profeta Daniel disse que ali havia um “principado” muito poderoso no mundo do espírito. Esse Principado Espiritual fazia objeção aos movimentos histórico-espirituais do verdadeiro povo de Israel dentro da nação de “Israel” — sobretudo os encarnados e simbolizados em Daniel e seus amigos na corte dos tiranos que se sucederam.

Esse confronto foi tão intenso ao ponto de Miguel, o Arcanjo, ter saído em defesa de um outro mensageiro espiritual, que contra aquele Principado combatia já durante vinte e um dias. Somente depois desse socorro espiritual especial é que o mensageiro celestial pôde falar a Daniel.

A dimensão espiritual do embate somente pode ser negada por um cético sem compromisso nem com o que lê nem com o que diz crer na Bíblia. Era um ser celestial dizendo que havia um Principado Espiritual naquele lugar. E ainda avisa que outros Principados ali habitariam e ali mesmo seriam chamados por outros nomes e culturas.

E a leitura da Bíblia e da História confirmam este fato mundial até a manhã deste dia. Saddam é apenas a versão islâmica de “outros” que o antecederam, ainda que todos, sem o saberem, tenham obedecido ao mesmo Principado e à mesma Potestade espiritual.

Saddam cumpre hoje ali um papel visível também cumprido por outros antes dele. Como, todavia, as culturas, as morais, as religiões e os costumes mudaram — e suas formas de expressão também —, eles, os principados, as serpentes que se alimentam das produções da poeira levantada pelo caminhar dos humanos, continuam atualizados.

Bush que o diga! Pena que ele não saiba como combatê-los! Pois se o soubesse, não lutaria contra eles nem com carne e nem com sangue, mas com oração!

Afinal, está dito, mesmo que não esteja assim “escrito”, porém, “escrito está”!

Ontem eles se apresentaram com cara de Babilônios. Hoje com faces de aparência árabe. Ontem eles eram politeístas. Hoje são monoteístas e servos de Alá. Ontem eles queriam dominar o mundo. Hoje eles não querem ser invadidos pelo “mundo” e, para o evitar, estão dispostos a destruir-se na tentativa de destruir “aquele” que o destroi. Todavia, é o mesmo Principado Espiritual e a mesma doença do poder. O Iraque de hoje ainda é o lugar onde as línguas dos homens estão sendo confundidas.

Do contrário, o mundo inteiro estaria falando a mesma língua, e, quem sabe, falando todos a mesma língua nos “entendêssemos” tão bem, que nos mataríamos mais rápido; ou, no melhor caso: nos sujeitaríamos mais facilmente ao Big Brother Político! a Grande Babilônia, que deseja dominar o mundo! Que ironia! é a Antiga Babilônia tentando se defender de Uma Grande Babilônia, que deseja tomar o seu lugar.

A Grande Babilônia não tem geografia fixa. Já a Antiga Babilônia a possui. Daí, talvez, sejamos tão moralmente mobilizáveis contra ela; afinal, ela tem história e cara visíveis aos olhos. Já a Grande Babilônia é um espírito que possui toda a terra!



Talvez seja a Antiga Babilônia a força que agora ainda retarde o avanço da Grande Babilônia, e seu anseio por engolir tudo, inclusive almas humanas.



O que é isto?

São os principados e potestades fazendo uma possessão “super bem aculturada”. Aliás, em quase todos os sentidos, nunca uma geração teve tanta chance de assistir à tais fenômenos como a nossa. E pior: de ficar possessa de seus “espíritos”.

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Agora tudo isto já é passado. A guerra está às portas e nós vamos assisti-la como a um show.

O que devemos esperar? Ora, uma vitória rápida dos Estados Unidos e seus aliados!

Que alívio!—diria você!

Nem tanto!—digo eu!

Isto porque, em minha limitadíssima visão, de-viso o seguinte( e o digo com letras grandes):

1. Se Saddam morrer, virará herói. Herói de terroristas e fundamentalistas. Especialmente porque todo mundo sabe que ele foi “educado” pela Cia e conforme os interesses americanos na guerra contra o Irã. O mesmo se pode dizer de Bin Laden, que foi treinado e apoiado pela América na Guerra contra a União Soviética e em apoio ao Afeganistão, quando o interesse americano era o enfrequecimento do comunismo. Prova de que a América só fabrica “serpentes” e que seus encantos são “usados”, mas não seduzem muito tempo. De fato, trata-se muito mais “deles” usando os americanos que os americanos “usando” a eles!

2. Se Saddam não morrer e escapar, virará “Bin Laden”. E à essa altura, provavelmente, ele já tem todo o dinheiro de que precisa para infernizar terroristicamente o mundo. Seu cargo de “estadista” é o que hoje ainda o limita.

3. Os resultados de uma ação americana, não importando qual seja o desfecho, gerará um explosão de terrorismo no mundo. E isto porque os “terroristas” não se vêem como tais. Percebem-se como heróis e como santos de uma guerra que os catapultara direto para o Jardim de Alá, com todas as delicias que lhes foram negadas na Terra. A morte contra o sistema lhes é garantia de salvação!

4. O que o tráfico de drogas é para o Estado, o terrorismos é para o Sistema Ocidental. Ambos são alimentados por ardente desejo de morrer!

5. A ONU se enfraquecerá e cairá em descrédito. A União Européia se unirá enquanto a deusa economia os mantiver movidos pelas mesmas ambições. Mas seus vínculos já se provaram muito frágeis.

6. A China crescerá no cenário mundial e se apresentará como parte das forças do Eufrates, conforme o apocalipse.

7. A Coréia do Norte usará sua Bomba como moeda de troca com os poderes que só respeitam quem tem a Bomba.

8. A África se vulnerabilizará e se revoltará contra a hegemonia do mundo representado pelos Estados Unidos.

9. O terrorismo se aliará ao tráfico de drogas e armas e passará a existir uma “consciência” supra nacionalista e que se espalhará pela terra.

10. Um contingente enorme de jovens se candidatará a missões de morte.

11. A visão de mundo dos países árabes mergulhará cada vez mais no fluxo do xiitismo auto-aniquilante.

12. O mundo se dividirá em blocos: os americanos e seus aliados; a europa-europeia ofendida pela necessidade de lidar econômica e politicamente com a América, porém, odiando-a; os asiáticos se dividirão (Japão e Coréia do Sul ficarão com os Estados Unidos e Coréia do Norte e China usarão seu poder a fim de negociar privilégios com todos); a Rússia terá que ficar na corda-bamba; enquanto os árabes se sentirão reforçados nas suas convicções de que sua civilização não tem como co-existir com um mundo governado pelo poder bélico da América! E Israel será o povo solitário que ainda terá que se defender de tudo e todos—eventualmente sem a ajuda dos Estados Unidos!

13. Enquanto isto, o Profeta Bin fará seus soldados da morte continuarem a explodir alvos, sejam eles nos Estados Unidos, sejam eles na Inglaterra.

14. A gratidão do povo Iraquiano ante os benefícios prometidos pela América dará lugar ao fanatismo fundamentalista.

15. O mundo viverá em permanente estado de medo e os Estados Unidos mergulharão na neurose, especialmente se Bin não for achado e executado.

16. O Armagedom se ensaia. Mas antes os demônios do Eufrates se levantarão.

Este é o pó do pós guerra! E como a Serpente se alimenta dele, não dá para negar que poucas vezes lhe servimos banquete tão farto.

E mais: como Satanás não combate a Satanás, o mundo pode estar “dividido”, mas as forças espirituais estão unidas. E como sabemos, eles estão aí para matar, roubar e destruir!

Na minha opinião Saddam é perverso. Deveria ser eliminado cirurgicamente e sem guerra contra o seu povo. Mas no caso de uma guerra, a realidade-existencial-individual de Hussein se confunde com a desgraça de seu povo. Quem não quer a guerra ainda assim odeia Saddam, mas teme pelas conseqüências do pós guerra.

E não há promessa americana que possa parar esse rio de morte que se derramará pela Terra!

O Islamismo não é seduzível pelo canto das sereias americanas! Resistir a América é uma questão de obediência a Deus, a Alá!

O que vejo adiante é ainda muito pior do que aquilo que hoje, com as armas erradas, se pretende combater!

Se eu estiver errado, cobrem de mim por esse equivoco dentro de cinco anos! Se tanto!

Com temor e tremor, e pedindo a Deus para estar errado,



Caio 

2003