Uma das tarefas desta existência é fazer o rosto refletir o ser.
Assim como o rosto corresponde ao rosto no espelho, assim deve ser o ser.
No início, na infância, a gente é quem a gente é.
É o crescer, com as demandas de assemelhamento ao meio, o que vai nos deformando.
Em qualquer que seja o berço, um menino nasce como qualquer outro menino.
O meio tentará — e quase sempre conseguirá — formatá-lo.
Então, quando nos tornamos “homens”, nos tornamos menores que meninos…
Sim, mergulhados em miragens, em falsas aparências, geradas pelos calores que sobem do chão do deserto de nossas morais, normalidades, opressões, tentativas de clonagem e tiranias.
Pode ser a idade,
pode ser o cansaço,
pode ser a esperança,
pode ser a verdade,
pode ser um desígnio,
pode ser a loucura,
pode ser a aventura,
pode ser o que for…
Mas Deus sabe: eu quero me parecer com minha alma.
E quero que minha alma e meu rosto se tornem um.
Esta é minha oração.
Este é meu sonho.
Esta é minha vocação.
09/05/2004