IRONIAS DA VIDA E DA HISTÓRIA
Eu tenho vivido para ver como a vida é cheia de ironias e de coisas tão contraditórias, que quase que de todo me convenço de que todos se encontram, ainda nesta vida, com o bem sendo feito por aquele que um dia recebeu de nós o mal.
Ou também o contrário: todos se encontram, ainda nesta vida, com o mal sendo feito por aquele que um dia recebeu de nós o bem.
Eu passei a vida adulta, depois de convertido, tentando fazer aquilo que realizava o bem ao meu próximo. No entanto, em 1998, eu me vi no meio de uma trama diabólica, de natureza política—ambiente no qual eu nunca havia andado, pois, nunca nele confiei—, a qual, pela sua própria natureza, em sendo verdade, faria bem ao país, mas não sendo verdade, poderia fazer muito mal a algumas pessoas, entre elas o Presidente Fernando Henrique Cardoso.
Ora, mesmo que fosse verdade, mal faria a ele e a sua casa, pois, o país se livraria de uma eventual corrupção, mas nem por causa disso os implicados deixariam de sofrer muito, e, provavelmente, alguns até inocentemente.
Minha vocação e minha natureza clamam pela defesa, sempre; nunca pela acusação!
Isso porque o Evangelho entrou em mim, e, em quem ele entra, não há lugar para o papel de juiz ou acusador.
Que os mortos sepultem os seus próprios mortos; e que os vivem de leis, julguem-se uns aos outros. Eu, porém, fui chamado apenas para pregar o Reino de Deus, o Evangelho da Graça; e nada mais.
No entanto, parece que o ano de 1998 estava designado para ser um ano inteiro carregado de um único Dia Mal em minha vida.
Não é à toa que sonhei com os números 8 e 9 o ano anterior inteiro. Todas as noites: 8 e 9; ou 9 e 8. Eu não conseguia entender o significado daquilo.
Então, no final de 98, lá estava eu, sendo noticia em todas as mídias, por mais de um mês, e sendo caçado pela mídia, não podendo nem mesmo dormir em casa.
Era o tal amargo “Dossiê Cayman”!
Quando Deus me der permissão, falarei claramente acerca dele. Mas esta não é a hora.
Por hora, quero apenas dizer o seguinte:
Muitas vezes na vida eu havia servido aos meus adversários, pois esta era e é minha consciência. Algumas vezes vi os adversários não agüentarem as brasas vivas do bem sobre suas consciências, e, assim, renderem-se ao amor que recebiam.
Mas eu jamais esperaria que o Presidente Fernando Henrique Cardoso haveria de autorizar e estimular o seu secretário de governo, Eduardo Jorge, a ser testemunha em meu favor, no processo que o próprio Ministério da Justiça havia movido contra mim, em razão do envolvimento do meu nome no chamado “Dossiê Cayman”.
Assim, aprendi mais uma importante lição na vida, e dela jamais me esquecerei.
Deus é Aquele que muda o coração dos reis assim como muda as curvas de um riacho.
E isso tudo sem que houvesse qualquer que fosse a intervenção humana no processo.
A cada dia que passa, mais aprendo que Deus tem a vida de todos em Suas mãos, e que remove reis e estabelece reis, e que com um sonho, muda o curso da História.
Ri-se deles o Senhor!
Eu sei que Deus já riu muito de mim!
Por isso, me curvo à Sua Soberania!
Nele,
Caio