EU CONFESSO QUE CONFESSO



Quando fiquei sem pregar, entre o fim de 98 e o final do ano 2000, eu dizia a mim mesmo que se voltasse a pregar, diria tudo aquilo que sempre cri e disse; porém disse de modo bem menos agudo do que desejava expressar. Minha angustia vinha do fato de que muitos compreendiam o que eu falava, e usufruíam de liberdade de consciência na Graça. Porém, a maioria, condicionada pelos mesmos termos, os quais eram usados a fim de dizer o contrário por outras pessoas, eram capazes de ouvir com entusiasmo as loucuras de um palestrante, e, a seguir, no mesmo evento, aplaudirem-me também, sendo que o que eu diz era o oposto do que antes tinha sido falado. Eu dizia: “Não é possível. Quem diz ‘amém’ para uma coisa, não pode dizer ‘amém’ para a sua negação”. Então eu vi que não adiantava. Até os vocábulos estavam viciados. Além disso, tantos eram os tabus, que até mesmo aquilo que era dito com clareza, ou pelo menos com sutileza insinuante, não era discernido jamais. Isto sem falar que havia milhares de paradigmas “feitos” valores santos, e que precisavam ser “quebrados” como a estátua de Dagon. Hoje vejo como a Graça de Deus me despiu de tudo a fim de me deixar livre para dizer o que penso, e o que discirno, conforme meu entendimento no Evangelho. E mais do que isto: para ficar livre para registrar o que sinto que seja o aplicativo do Evangelho nas situações mais diversas da vida—conforme se lê nas Cartas—; e fazer isto de modo explícito e escrito; abrindo-me para toda sorte de interpretações; porém sendo muito mais útil para quem quer de fato encarar a verdade do seu próprio coração, conforme o apelo do Evangelho. É por esta razão que considero as perdas como ganhos para o chão de minha alma; pois, de tudo o que para muitos “perdi”, ganhei em liberdade na intenção de ajudar a quem deseja caminhar conforme a simplicidade do Evangelho. Com isto, declaro: não estou vivo para me poupar em qualquer coisa que envolva a Palavra do Evangelho e a Verdade de Jesus. Muito menos para deixar de dizer o que creio que é o espírito de Jesus em relação aos seres humanos, conforme discirno a Jesus pela fé nos evangelhos. Portanto, que ninguém se surpreenda comigo. Afinal, está confessado! Nele, Caio