LÁGRIMAS PARA INUNDAR O AMAZONAS



Ah, meu Amazonas! Jamais pensei que te veria seco. Seco pela ignorância dos homens que com fome de pão, derrubam a Padaria da Terra. Seco pela ganância dos que se escudam atrás de leis, e de Selos Verdes, a fim de praticar a hipocrisia ecológica da Madeireira Mil. Seco pela ciesta eterna dos políticos que se balançam nas redes da corrupção. Seco porque é filho de um planeta que cansou de chorar. Ah, meu Amazonas! Como és forte e frágil. Forte como um Amazonas, porém delicado como asas de uma borboleta. Como é triste ver tuas margens secas…; e teus rios amigos, morrendo de sede. É triste ver teus peixes buscando vida fora d’água; teus igapós vazios de água e cheios e lama; tuas várzeas amareladas de barro; e teus barrancos com cara de Saara. Teu amante de vida, que atende pelo nome de Rio Negro, só não te perdeu porque no dia em que morreres, ele morrerá; pois, assim, enquanto tu viveres, lá ele estará, mesmo que humilhado, por ver suas margens tão distantes dele mesmo. Ah, meu Amazonas! Agüenta firme, pois a Terra espera muito de ti! Caio