CULTOS DA ALMA E DO ESPÍRITO

 

 

 

 

CULTOS DA ALMA E DO ESPÍRITO

 

 

 

Jesus disse que Deus é espírito. Portanto, a adoração a Ele tem que ser em espírito e em verdade humanos, conforme a verdade de Deus.

 

Adorar a Deus em espírito é adorá-Lo pela fé. Pois somente a fé faz mediação do espírito para o mundo exterior assim como somente mediante a fé se tem qualquer coisa com Deus.

 

Sem fé é impossível agradar a Deus!

 

Sem fé o espírito está morto!

 

Quando a genuína fé nasce é porque o espírito foi levantado pela Palavra da Vida — que é espírito e é vida, segundo Jesus.

 

Sim! Sem fé não há nada que seja concernente à adoração genuína a Deus. Posto que a fé é o único “elemento” a se manifestar no ser humano e que leve em si a mesma natureza do espírito.

 

Fé é espírito em ação pela via do crer. A fé, por isso, é o modo do espírito, e sem fé nada há que seja espírito.

 

Fé não é crença.

 

A crença é feita de um conjunto de valores culturais que são passados de geração a geração. A crença, portanto, é aprendida e facilmente absorvida pela via natural da identificação psicológica do indivíduo com as tradições do meio.

 

A crença é um fenômeno humano. Já a fé é um fenômeno divino no homem.

 

Alma e crença andam juntas. Sem alma não há crença e sem crença a alma fica sem roupas.

 

A fé, entretanto, não é crença. Assim como a verdadeira fé não é aprendida, visto que a “fé aprendida” é apenas crença. Mas a genuína fé é revelação que se torna fator existencial que energiza o espírito.

 

A crença se anima com emoções e tradições palpáveis e sensoriais.

 

Já a fé é pertinente ao que sendo… — não é visto e nem sentido à priori.

 

Daí a crença ser pertinente ao fenômeno da alma, mas a fé só acontecer como conexão com o invisível, sem nada além da certeza de assim ser.

 

Fé é ver o invisível…

 

Entre os cristãos, todavia, quase nunca se adora a Deus em espírito e em verdade, mas quase sempre apenas em alma e em sinceridade…

 

Afinal, é em alma e sinceridade ou em espírito e verdade que se deve adorar a Deus?

 

Ora, as nomenclaturas tradicionais dos cultos cristãos bem ilustram o fato de que se adora a Deus com a razão [até onde dê…] e com a alma [onde quer que haja sinceridade emocional e afetiva para com o “sagrado”]. Mas quase nunca em espírito e em verdade.

 

Veja os nomes dos cultos oferecidos a Deus e veja no que eles têm relação com o espírito.   

 

Culto de doutrina: no qual a adoração é o zelo à sã doutrina.

 

Culto de oração: no qual se ora com a alma ao Deus que é espírito. Ou seja: tem-se a crença no poder da oração, não no poder de Deus. “A oração tem poder” — dizem.

 

Culto de pregação: no qual se adora a Deus dizendo aos outros como eles estão longe de Deus.

 

Culto de edificação: no qual se ensina coisas que supostamente fazem o individuo saber mais de Deus.

 

Culto de Exortação: no qual se ensina aquilo que disciplina o fiel com a Escritura.

 

Culto de louvor: evento no qual se canta muito…

 

Culto de cura e libertação: show de milagres feitos para o louvor de Deus e a exaltação do curandeiro.

 

Culto da família: no qual se louva a Deus pelas famílias e se ora pelos que desejam uma para eles… Portanto, trata-se do culto afetivo e emocional da carência dos crentes.

 

Culto jovem: é a adoração com os instrumentos que os velhos não gostam.

 

Culto de fé: é quando se grita mais… e o suor pinga mais do que o normal; pois, nesse culto, as orações são mais fortes. É o culto dos ginastas da crença.

  

Culto de adoração: é uma redundância… — o que prova que o que deveria ser não é.

 

Culto forte: é para compensar pelos cultos fracos.

 

Culto quente: é para aquecer e fazer dançar com musica sagrada.

 

Culto na montanha: é o mais poderoso, pois, pela “proximidade” e “elevação”, deixa o homem mais perto de Deus. Afinal, na montanha fica-se mais perto do céu.

 

Culto público: é o culto que se faz para os outros.

 

Culto doméstico: é o culto que se faz a fim de provar para a família que ela é uma família.

 

Culto pessoal: é culto rapinho que se faz a fim de poder dizer que se ora a Deus não só em público.

 

Culto de ação de graças: é quando não se pede nada na reunião, mas somente se agradece. Nesse dia é proibido pedir…

 

Culto de líderes: é o culto dos que estão e são mais chegados a Deus. Há uma deferência divina especial para esse culto.

 

Culto da prosperidade: é o culto ao dinheiro feito em nome de Deus.

 

Assim, pergunto:

 

Se não houver nem mais um arrepio, nem mais uma emoção, nem mais um sentimento eufórico, nem mais um tempo de demonstração de milagres, nem mais uma estação de cânticos felizes — você ainda assim seguirá louvando a Deus entre lágrimas, tribulações, tristezas, aflições, e sem nenhuma emoção “feliz”?

 

Sim! Se toda emoção se for de sua vida, o que nela restará de Deus?

 

E se apesar de toda doutrinação acerca da verdade como pacote pedagógico, você tiver que passar por um corredor polonês no qual nada faça sentido?

 

A maioria dos “justos” que conhecemos anda em alma e sinceridade, mas não em espírito e verdade; pois, os “justos” dos crentes só estão com Deus se a pele se arrepiar…; posto que o “Deus” deles habita a epiderme… e não o coração-espírito.

 

O justo vive pela fé. Mas o “justo” que anda apenas em alma e em sinceridade, só conhece a fé como emoção e cafuné [crença emocional], mas quase nunca como certeza das coisas que se esperam e como convicção de fatos que se não vêem.

 

 

Pense nisso!

 

 

Nele,

 

 

Caio

 

09/09/07

Manaus

AM