A NATUREZA HUMANA

 

 

 

 

 

A NATUREZA HUMANA

 

 

 

 

No evangelho de João está dito que Jesus não se “confiava a ninguém, pois Ele bem sabia o que era a natureza humana”.

 

Foi meu pai quem me chamou atenção para essa passagem quando eu ainda era bem novinho na fé, nos primeiros meses da caminhada.

 

De fato, algo havia acontecido a uma pessoa que me parecia inatingível por problemas humanos do tipo: luxuria e lascívia — e eu fiquei escandalizado.

 

“Mas ele é um homem de Deus, prega com unção e sabedoria, sabe a verdade, então, por que isto está acontecendo com ele?” — indaguei mais angustiado com o que poderia acontecer a mim, do que de fato com a própria pessoa. E fui logo ficando revoltado, sem saber que minha raiva dele era medo acerca do que eu mesmo poderia fazer e não queria admitir para minha própria sobrevivência espiritual.  

 

“Meu filho! Você, eu, ele e todos somos da mesma natureza!” — disse-me papai, para, logo a seguir, citar o texto de João acima transcrito.  

 

Hoje eu sei que “a natureza humana” é um diabo.

 

Comemos daquele fruto e não ficamos semelhantes a Deus, mas sim dessemelhantes Dele e cada vez mais parecidos com o diabo, a quem, segundo Jesus, muitas vezes, buscamos satisfazer aos desejos.

 

Não existe natureza humana absolutamente transformada na Terra.

 

Sim! Por mais que alguém tenha consciência de Deus e do Evangelho, e por mais que ame a Jesus, ainda assim a velha natureza está presente, mesmo que inibida pela nova consciência, porém, sempre latente ela espera uma ocasião para se manifestar transformando desejos contidos em possibilidades exeqüíveis e praticáveis.

 

Quando perguntaram ao ex-presidente Clinton por que ele “usara o charuto” e tivera suas viagens libidinosas com sua então estagiaria, Mônica, ele disse: “Pela mais visceral de todas as razões do poder: Eu podia!”.

 

Poder concedido à natureza humana sempre desemboca no estimulo à sua manifestação pior que animal.

 

Sim! Porque o que se manifesta no homem é pior do que qualquer instinto animal. Afinal, os animais têm saciedade e não vão além do que neles já esteja saciado.

 

No homem, entretanto, não existe saciedade. Ele sempre quer mais… E quando está de barriga cheia, ainda assim quer “estocar”, quer ter como “sobressalente”, quer fazer “poupança” de possibilidades para “outra hora”.

 

Desse modo, não basta nunca o que se tem como necessário, tem-se que ter para além do necessário. Se eu posso, algo em mim me diz: Então tenha!…

 

Portanto, o fruto da Árvore do Conhecimento não nos deu saciedade, mas sim insatisfação; e não nos fez conhecedores de nada como Deus [promessa da serpente, não de Deus], mas apenas nos deu a presunção do conhecimento do bem e do mal, colocando-nos tão somentemje eu sei que A

 na situação dos que se conflituam entre o bem e o mal sem saberem com certeza o que é um ou o outro, sobrando nesse caso apenas a Lei como determinante de um e de outro. 

 

Como disseram os profetas e o salmista, ambos citados por Paulo em Romanos, “não há quem entenda, nem há quem busque a Deus…“, posto que “todos se extraviaram e se desviaram pelo caminho”. 

 

 

Assim, quem se confia à natureza humana se faz maldito, pois, maldito é o homem que põe em outro homem a sua confiança!

 

A “natureza humana” é corrompida, e feliz é aquele que a ela não se confia ingenuamente.

 

Todo homem é capaz de tudo, dependendo das circunstancias e do nível de angustia e desespero!

 

Esta é minha honestidade básica com minha própria queda, e é dessa certeza de fraqueza que posso ser fortalecido pela Graça de Deus que se aperfeiçoa em minha fraqueza consciente, porém, entregue ao Espírito de Deus em quebrantamento.

 

Pense nisso!

 

 

Nele,

 

 

Caio

 

28/01/08

Lago Norte

Brasília

DF