LÍNGUA ENFERMA: a sua, a minha, a nossa!

 

 

 

LÍNGUA ENFERMA: a sua, a minha, a nossa!

 

 

Já me curei de muita coisa na Graça, e muito mais há a ser sarado em mim.

 

No entanto, de tudo o que se deve buscar, o mais importante é que, pelo amor, se aprenda a controlar a língua e seus juízos amargos ou suas tolices inocentes.

 

Tiago, o irmão de Jesus, disse que a língua é o mal maior do mundo.

 

Sim! Por ela vidas são destruídas para sempre, sem falar que é também pela língua que destinos são mudados para pior, que ódios se estabelecem como “honra e razão”, que mentiras deliberadas viram a “história do outro”, e isto sempre inflamando a alma com as chamas do inferno.

 

Hoje, busco como homem ver quais eram as coisas do tempo de minha juventude na fé, mas que eram virtuosas e genuínas, e, assim, busco recuperá-las na minha vida.

 

Sempre disse tudo o que pensava e cria, embora sempre respeitando a ocasião e os modos.

 

Entretanto, depois de 1994, meu cansaço ficou tão grande e minha desesperança tão aguda em dor e frustração, que, devagar, fui me tornando uma pessoa que vigiava bem menos a minha língua. Ora, foi o tempo em que entrei em negócios de outrem: o tal Dossiê Cayman.

 

Busco aprender a ouvir bem mais, a ponderar bem mais, e a não me sentir com necessidade de dizer nada.

 

Nunca entreguei segredos verdadeiramente a mim confiados; e é por isto que as pessoas confiam e me escrevem tudo.

 

Mas não é disso que falo. Falo mesmo é de exercitar isto em casa, no casamento, na família, entre irmãos, e em relação a tudo o que se sabe, mas que, em sendo dito, pode acabar com a vida de alguém.

 

E mais: não falo de confissões que nos sejam feitas, pois é óbvio que têm que ser preservadas sempre. Falo antes daquilo que brota como briga e como raiva, e que pode, em sendo ventado, acabar com a existência de um ser humano.

 

Não seja instrumento do inferno emprestando a sua língua para a maledicência!

 

Esta é a Lei do Amor e da Graça!

 

Tenho aprendido com a Palavra e com a experiência que não se deve dar a menor vazão que seja aos derrames das muitas opiniões sobre tudo e toda e qualquer coisa.

 

Quero, todavia, me tornar cada vez mais apenas aquele homem pronto para ouvir, e que é tardio para falar, e, por conseguinte, também tardio para se irar.

 

Em tal empreendimento espiritual o mais difícil é calar-se quando se sabe tanto, mas não é sábio dizer o que se sabe. Ou, sobretudo, quando o que se tem a dizer pode definir o destino de alguém, e, eu, como discípulo de Jesus, não fui chamado para fazer isto, exceto pela pregação da Palavra.

 

Grande, todavia, é a alegria daquele que segura a sua língua mesmo quando poderia vencer uma peleja mediante a confissão de um segredo do outro.

 

Aquele que encobre a transgressão adquire amor” — diz o Provérbio bíblico.

 

Assim, amor é algo se adquire mediante o silencio que não se vinga e que encobre a transgressão do outro confiando em Deus; e crendo que o Caminho Dele é sempre o melhor.

 

Cada vez mais quem desejar servir a Deus com sinceridade e genuinidade terá que desenvolver o controle da língua em seus relacionamentos.

 

Uma bobagem dita pode gerar um inferno de incompreensões.

 

É um ciúme. Uma energia ruim. Um gesto agressivo. Uma palavra dura. Um olhar intensamente agressivo. Uma atitude estabanada ou atropelante… Um olhar distraído. Enfim, qualquer coisa… — e o mal se instala; e, depois disso, dissolve-lo somente com muita paciência e tempo.

 

Quero aprender com a paciência e a confiança de Jesus. Sim! Pois somente quem confia em Deus mesmo é que aprende a ficar em silêncio e a controlar a língua, mesmo quando ela teria coisas verdadeiras a dizer.

 

Afinal, a única verdade que importa é a que é dita com amor e sabedoria, pois, sem esses dois, toda verdade fica corrompida pelo meio: a atitude, a língua, a energia de palavras, ou as agressividades.

 

Jesus também disse que de toda a palavra frívola dita por nós hoje, dela prestaremos conta no dia do juízo.

 

Os cristãos, entretanto, preferem vigiar o vizinho o invés de a si mesmos; e, em si mesmo, com prioridade absoluta, vigiar a língua.

 

Quem aprende a controlar a sua língua controlará também a sua ira e o seu espírito de juízo, sem falar que adquirirá amor e sabedoria.

 

Você quer ser sábio?

 

Lição número um:

 

Controle a sua língua, e, assim, adquira amor e sabedoria, pois aquele que controla a sua língua se tornará mestre de suas emoções e de seu coração.

 

Assim se adentra a senda do Varão Perfeito.

 

Pense nisto; mas ponha em prática!

 

 

Nele,

 

 

Caio

Seis de agosto de 2008

Lago Norte

Brasília

DF