O PODER DA MENTE SOBRE O CORPO!
Papai, em razão de sua fé no Evangelho, sempre creu na regeneração de tudo, de qualquer coisa.
Levava sua fé a tal extremo, que nos primeiros anos de caminhada, me dizia com naturalidade:
“Meu filho, nunca beba veneno e nem coisa alguma que faça mal. Mas se beber sem saber, e depois vier a ser informado, não se desespere. Apenas creia, em nome de Jesus, que aquilo não lhe fará mal. Porém, saiba: isso somente é válido para a nossa ignorância ou se formos obrigados”.
Com relação ao tema da regeneração, ele o levava para todos os campos, inclusive para o da neurociência antes de ela existir com tal designação, pois, papai, nos hospitais, nas visitas que fazíamos pelas manhãs, leito a leito, me dizia diante de pacientes em coma:
“Nunca creia que eles não podem se comunicar. Sempre fale, pregue e ore. Se os médicos acharem ridículo, não se importe. A fé comunica direto ao espírito. Além disso, a ciência diz que tecidos nervosos não se recuperam apenas porque é ainda ignorante, mas quando deixar de ser, verá que tudo se regenera, até o cérebro.”
Muitas vezes ele me pediu para dizer uma palavra e orar para pessoas em coma, e, algumas vezes, diante do escárnio de médicos, ele me dizia:
“Prossiga meu filho. Nós trabalhamos para a eternidade”.
Algumas vezes vimos médicos e enfermeiras silenciarem em seu escárnio em razão de o comatoso começar a derramar lágrimas.
Quando ele enfartou a segunda vez, no meio de um procedimento de colocação de um stent em uma das vias do coração, mandou que o médico — que estava em pânico em razão de que muita gente telefonava para ele dizendo que cuidasse muito bem daquele homem velho de Deus — me chamasse.
“Meu filho, diga a ele que seu pai está bem, e que ele não tem poder algum além do que está exercendo. Diga a ele que Aquele que tem o poder é Quem me guarda”.
E assim foi. Expliquei ao médico que papai estava tranqüilo. Que a morte não nos matava. E tudo o mais…
Então, ele, enfartando, disse:
“O nosso amado doutor verá Jesus fazendo muitos igarapés no meu coração, para substituir essa artéria entupida. Ele verá, meu filho. Diga a ele”.
Meses depois ele estava cheio de igarapés no coração, o que para ele era natural.
Ano passado, no longo e maravilhoso rito de sua partida, na UTI, outra vez me comuniquei com ele todas as vezes que se fez necessário, mesmo quando tecnicamente se dizia que ele não estaria pronto ou capaz de ouvir.
Falávamos nessas ocasiões na freqüência espiritual que com ele aprendera nos primeiros anos, nos hospitais, quando, andando com ele, andei bem de perto com Jesus, como se eu mesmo estivesse vendo o Seu modo de a tudo tratar através dos modos de meu pai, conforme a simplicidade do Evangelho.
Hoje já é praticamente ponto pacifico nos ambientes da mais evoluída neurociência, que tecidos nervosos podem se regenerar ou serem substituídos por outros, criando respostas diversas e espontâneas de restabelecimentos inexplicáveis.
Sim! Hoje se sabe que o espírito pode alterar o cérebro. Ou seja: que decisões da “mente” mais profunda e dos pensamentos podem alterar conexões de áreas do cérebro.
Assim, por decorrência, também se sabe que, pela fé que produz os melhores pensamentos e sentimentos, se pode superar até aquilo que antes se julgava irregenerável.
Afinal, Jesus disse:
“Tende fé em Deus”.
“Tudo é possível ao que crê”.
Caio
22 de outubro de 2008
Lago Norte
Brasília
DF