AMORES ASSASSINOS!
Amor de crente mata!
Sim! Mata mesmo; e não há como sobreviver ao amor dos crentes!
Hoje abri minha caixa de e-mails…
Todos me amam, mas muitos me matam, me xingam, me atacam, me chamam de egoísta, celebram a minha fraqueza em razão de não haver respondido a carta deles, e, em meio a tantas coisas, ainda havia uma pessoa me anarquizando por uma irmã [amada da minha vida e da minha casa] ter morrido de câncer antes de fazer 70 anos.
No caso dessa irmã — com ódio de Deus [em mim] e em razão do ódio que ela supostamente sente em nome da irmã Maria Helena, que morreu antes de fazer 70 anos — é claro seu ódio é da vida, embora seja transferido para mim, como se eu fosse um deus com poderes de ressurreição.
É tudo muito louco. Sim! Você agora é culpado de ser finito, limitado, fraco, humano, ignorante, impotente, cansado, ou mesmo de estar vivo.
Uma das coisas das quais mais fugi na vida foi do amor dos crentes!
Sim! Pois, desde cedo que vi que crente ama você como se isso fizesse de você um endividado de tal amor enfiado a você como a faca de um açougueiro se dá à carne macia.
Desde menino de 18 anos que sou oprimido por amor de crente. Amaram-me tanto que quase me esbagaçaram todo. Amaram-me tanto que me odiaram. Amaram-me tanto que me preferiam morto a estar vivo sem ser deles.
É impressionante. Até no meio do Dossiê Cayman, sofrendo como um cão, ainda havia pessoas que “me amavam tanto” que me escreviam demandando que eu resolvesse seus problemas; e, em meio a tudo aquilo, ainda houve uns amigos que me escreveram dizendo que tiveram “gripes” e eu não disse nada, enquanto eu mesmo estava na UTI, e eles disso sabiam.
Depois, quando meu filho morreu, também fui oprimido pelos que me cobravam uma resposta para a morte dele. Já pensou?
E mais: até para expressar meu amor livre pelas pessoas preciso ter cuidado, ou, quem sabe, ainda que não tenha cuidado, deveria ter todo. Afinal, nada é mais usado como opressão a mim mesmo do que meu próprio amor pelos que amo.
Digo isto porque não raramente sou cobrado de amar alguém e tal pessoa sofrer algo sem que eu tenha podido fazer nada.
Amor de crente mata sim!
Em 1998 vi como “o amor de tantos anos” pode ser ódio pagão disfarçado de devoção perversa a homens impotentes, porém, feitos deuses pelo olhar ateu e pagão dos crentes de homens e de ídolos.
Mas eu não canso. Sigo amando como homem aos irmãos, e não me deixarei parar pela loucura dos que amam como diabo.
Esses são os que me dizem que se eu não me cuidar e não me disponibilizar para eles, e se morrer sem que eu responda sua carta, me odiarão para sempre!
Amor de crente é como culto Maia: os mais amados são mortos por amor ao divino!
Amor de crente é como amor de Israel pelos profetas: amam tanto que não suportam e matam!
Que o Senhor salve os crentes desse amor do diabo!
Que o Senhor seja visto como Deus para os crentes, pois, para a maioria, Deus somente é Deus mediante algum homem ou sacerdote.
Ouve ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Deus!
Filhinhos: fugi dos ídolos!
Nele, que amava, mas que poderia chegar tarde no enterro do amigo,
Caio
26 de dezembro de 2008
Lago Norte
Brasília
DF