O SURTO ESPIRITUAL GLOBAL
Paulo falou em “paixões da carne”. Jesus advertiu contra as conseqüências da embriaguez, da orgia e das preocupações deste mundo.
As paixões da carne nos são comuns, diz Paulo, tanto pelo egoísmo do desejo de posse, como também em razão das induções do curso deste mundo. São comuns em nosso estado degradado, mas não devem ser jamais um status aceito por um discípulo para a sua vida.
Jesus, porém, advertiu não apenas quanto a práticas pessoais da embriaguez, da orgia e das preocupações deste mundo, mas também acerca das conseqüências de tais coisas na alma humana em geral, em todos os moradores da terra, afirmando que as implicações das conseqüências de tais coisas seriam um fenômeno global.
Desse modo, não basta não praticar a embriaguez, a orgia e evitar o excesso de preocupações deste mundo, pois mesmo os que nada disso fazem ainda estão no mundo, e, no mundo, Jesus disse que prevaleceria o torpor, a embriaguez, a dissolução e o culto ao ter e ao possuir.
Portanto, as “conseqüências” de tais coisas é que acabam nos pegando… e esfriando o amor em sua alegria pura, roubando o prazer na sobriedade e, sobretudo, tirando de nós a confiança em Deus e abismando-nos no culto aos bens, às posses e às seguranças materiais.
O fato é que as “paixões da carne” são alimentadas também pelo espírito reinante, que se impõe até sobre quem não pratica tais coisas.
É por isso que as pessoas vão ficando cada vez mais surtadas e indispostas a qualquer sacrifício ou mesmo a qualquer coisa que lhes demande paciência e perseverança sem aparente recompensa e galardão hedônico e erótico.
O que mais vejo é a explosão de paixões da carne!
É muito surto. É muita des-compensação emocional. É muita ira. É muita raiva. É muita falta de educação. É muito meter-se na vida do outro. É muita vontade de vingança. É muito riso perverso. É muita antipatia gratuita. É inveja demais. É loucura o tempo todo.
Sobreviver em tal tempo é uma grande tribulação para a alma que ama o amor e a justiça.
A sensação que dá é que quase todos estão embriagados.
A lucidez se foi…
O que ficou foi a pulsão, o desejo, o capricho, o tesão de cio, a falta de dignidade, o excesso como coisa natural…
No que concerne ao espírito o que se vê é o culto ao não-espírito.
Por isso, o mundo irá ter que viver na maior crise possível, a fim de aprender que não vem do homem a sua segurança.
Enquanto isso, todavia, é aqui que estamos!
Sim! Somos também invadidos todos os dias pelos bilhões de indução que vibram no ar, nas freqüências de rádio, TV, na Internet, nos livros, nas conversas, nas atitudes, nas esquinas de ofertas de descaminhos; bem como somos também invadidos por tudo o que seja troca; troca afetiva, profissional, etc.
Manter a saúde mental e emocional nestes dias é o maior desafio do discípulo!
O nome mais comum nos nossos dias para a experiência descrita acima é “carência”.
“Carência” é o termo que santifica tal doença em nós!
Entregar-se à “carência” é aceitar a inevitabilidade das conseqüências da embriaguez, da orgia e das preocupações deste mundo.
Jesus, porém, mandou ficar “Acautelado e Vigilante”.
Disse que mantivéssemos a mente em oração a fim de vencermos nestes dias tão maus.
Quem for sábio andará atento, e não carente.
Nele, que nos fala,
Caio
19 de janeiro de 09
Lago Norte
Brasília
DF