A CRIAÇÃO COMO TESTEMUNHA DO EVANGELHO ETERNO!
Paulo disse que pela manifestação de Deus na Criação, por tudo o que ele via de modo espetacular, grandioso, magnífico, imenso, misterioso e lindo, mesmo quando fosse catastrófico — se poderia discernir Deus, Seu eterno poder e Sua divindade.
Ou seja: ele disse que quem Deus era [os atributos invisíveis de Deus] poderia ser percebido por meio das coisas criadas.
Portanto, para Paulo, a Criação era uma das maiores pregadoras do Evangelho do Amor Eterno entre homens; dando testemunho do cuidado, da harmonia, da generosidade natural, das ofertas infindas de bens orgânicos, minerais e vegetais; e, assim, ecoando as Palavras de Jesus, quando disse que o Pai fazia vir bondades sobre todos, maus e bons, justos e injustos.
Até no poder assombroso e destruidor Paulo sugere que se busque ver o poder de Deus, pois, por mais catastrófico que nos pareça, é uma expressão de Quem Deus é e de como Ele é no todo da existência, no cuidado não apenas com os humanos, mas com todas as criaturas e com toda a criação.
Na Criação fica claro que Deus é Deus também do homem, mas não é Deus apenas para o homem.
Deus ama a tudo e todos os que Ele criou, nós é que achamos inconcebível, tamanha é a nossa cegueira, arrogância e presunção.
Nosso antropocentrismo é o diabo!…
É por isto que quando lemos Paulo em Romanos falando tais coisas, sempre pensamos logo no resto do texto, e no juízo prometido aos que não vêem Deus em tais coisas, e, por isto, tornam-se idolatras e promíscuos.
Entretanto, apesar de ser verdade o que Paulo diz, também é verdade que nós, os cristãos, ficamos tão atraídos pela descrição do juízo prometido aos surubentos contumazes, que, à semelhança deles, não cultuando ídolos, mas cultuando a nós mesmos como diferentes deles — do mesmo modo também não temos olhos para Deus em Sua revelação na Criação.
De fato os cristãos deveriam ser os maiores estudiosos de todas as ciências, de todas as buscas de compreender as coisas criadas, pois, para um discípulo, mergulhar no mundo quântico, por exemplo, é como entrar no Santo Lugar [não no Santo dos Santos] da matéria.
Quando vejo o modo simples como a natureza trata a morte; quando vejo que toda perda natural é ganho global para a vida; quando vejo que a morte de um é o equilíbrio de muitos; quando vejo que a entrega de um é a sobrevivência de um sistema inteiro de vida e seres interconectados na natureza — vejo o principio da Cruz em operação; e, por isto, vejo Graça no sacrifício, e vejo que ninguém morre quando e enquanto a vida segue seu caminho…
Hoje, todavia, com tanto conhecimento revelado e manifesto, com tanta ciência e tanto saber sobre a Terra, o mundo e os Universos — fico pasmo quando percebo a cegueira que impede as pessoas de apenas adorarem.
Sim, não precisariam adorar a nenhum Deus com apelido monoteísta, mas apenas curvarem-se em perplexidade encantada ante a grandeza das complexidades a cada dia discernidas.
Mas é o oposto…
A maioria fica mais cega, mais presunçosa; e, assim, não adoram a criatura como um ídolo de pedra, mas adoram o homem como o mestre do saber, e cultuam a ciência como mediadora do saber do homem.
De outro lado temos os cristãos. Parados e esperando o fim chegar. Com raiva de toda ciência. Desligados de todo saber. Crentes que Deus odeia quem estuda a criação.
Acho tudo isto uma pena…
Afinal, em Jesus temos a cara de Deus para a relacionalidade com o homem e os seres conscientes. Mas nas Suas manifestações na criação estudável, tem-se a cara de Deus ante aquilo que não existe como consciência-de-si, mas que para Ele existe; e existe em amor; e mais: revelam-nos parte das complexidades Daquele a Quem chamamos nosso Deus.
Sim, pois tudo o que Deus criou é lindo e bom.
Até o diabo aprenderá que seu não-sentido fez sentido naquilo que ele odiaria que tivesse sentido!…
Tudo ajuda algo em algum lugar…
Tudo compre um dom, um talento, um papel, um significado.
No fim se verá que até a barata fazia sentido… rsrsrs.
E mais: se verá que o Pai a acha linda.
A bichinha apenas se vira em nosso lixo…
Nele, em Quem tudo subsiste,
Caio
11 de maio de 2009
Lago Norte
Brasília
DF