EU SOU INIMIGO DO MUNDO INTEIRO…
“Não ameis o mundo, nem as coisas que no mundo há; pois se alguém amar o mundo o amor do Pai não está nele”.
Eu não gosto do mundo…
Eu gosto da vida!
Não gosto do mundo porque não gosto de vaidade, inveja, mentira, cobiça, arrogância, culto a aparência, ao dinheiro, à estética, ao “sucesso”, e, sobretudo, não gosto de como os homens tratam os homens segundo os modos e costumes do mundo.
Para mim o mundo é burrice feita único modo de existir; e isto segundo a gestão do diabo, que é o animador do mundo; em quem, aliás, o mundo jaz.
Gosto da vida porque ela é vida; porque ela é entrega…; é vontade do bem…; é gerar com esperança…; é comer paz e beber serenidade…
Sim, gosto da vida porque ela é natureza, é variedade de criaturas, é grandiosidade tecida por Deus em bilhões de anos…
Gosto da vida porque nela nada morre nem quando morre…
Gosto da vida porque nela não há mal; há apenas seqüência de vida se dando pela vida… Sim, pois viver é também saber que a vida se faz de entrega e sacrifício; pois, quem viverá depois de um ser vivo que, existindo…, não se deu por nada e por ninguém?…
Vivo no mundo; estou no mundo; minha missão é nele.
No mundo sou chamado a viver como sou: uma luz; sou chamado a manifestar o que há em mim: sabor de sal; sou enviado a viver entre lobos sem perder a pureza e a simplicidade dos cordeiros sem culpa…
Entretanto, o mundo não consegue me dizer nada além de sua loucura e de sua morte.
De fato eu não amo o mundo e nem as coisas que neles há…
Quando olho para trás vejo que o mundo me encantou na adolescência…
Então, aos 18 anos, encontrei Jesus mesmo; e vi o mundo; e percebi como ele todo jaz no maligno… E como eu encontrava o maligno todos os dias, de muitos modos e formas, minha convicção sobre “o que era o mundo” apenas aumentou com o tempo…
Aí vieram os anos 90 e o mundo pela primeira vez em minha vida adulta e responsável me encantou…, me enfeitiçou… e me derrubou de mim mesmo…
Sim, a verdade de minha alma me manda dizer que entre 1992 e 1998 minha alma surtou de impressões “boas” sobre o mundo [na mesma medida em que a “igreja” havia ficado “pior que mundo”…]; e, assim, julguei que eu tinha sido radical demais com o mundo.
Pobre mundo!… — pensei enganado.
Todavia, como Deus é bom, me ama, e, de alguma forma misteriosa, gosta de mim… — Ele mesmo derrubou minhas ilusões em tempo, antes que o mundo entrasse mais fundo em meu ser…
O mundo é sedução na direção de tudo o que mata e faz sofrer; mas as pessoas entram assim mesmo…; pois, as promessas de prazer, de poder, de liberdade, de largueza, de abertura, de experiências, de maturidades, de inesgotabilidade de tudo… — são otariamente cridas…
Sim, são cridas…; e isto ainda que o pavimento do caminho do mundo seja feito de maldade, engano, mentira, ciúmes, invejas, tramas, egoísmo, e uma total insatisfação, mas que ganha o nome de ambição, a qual, aliás, passou a ser virtude no mundo dos negócios e em qualquer que seja o projeto de “sucesso”.
Sinceramente, não me entenda mal, mas preciso dizer que quem quer que ame o mundo… ou está completamente cego, ou, então, se fez filho do maligno sem sentir…; e, agora, serve ao diabo pensando que persegue um melhor modo de viver ou de marcar sua passagem pela vida.
Assim, amo esta manhã de sol…; amo a luz que é doce…; amo a boa comida e a boa bebida…; amo minha mulher, meus filhos, e, hoje, agora, neste instante, amo minha filha e meu netinho que estão aqui… enquanto esperam o igualmente amado Fonseca fazer uma carne para gente comer… Amo a criança que acabou de me ser trazida pelo pai, que trabalha aqui comigo, e que tem a mim e à Adriana como padrinhos… Amo o que seja vida, o que seja natureza, o que seja criação de Deus.
O mais, sinceramente, não me diz mais nada, não me seduz em nada, me cansa e me nauseia…; pois, sinceramente, há quem goste, mas, no meu sentir, o mundo é uma droga de inferno que entra nas veias, vicia e mata.
Pense nisto!…
Caio
8 de agosto de 2009
Lago Norte
Brasília
DF