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From: A ADVOGADA, O MONGE, A IGREJA E JESUS! – a história de um monge católico.
Sent: Saturday, February 07, 2009 10:25 PM
Subject: intolerância religiosa
Prezado Sr. Caio.
Este contato é um desabafo e um testemunho do que estou vivendo.
Conheço o Monge Paulo Roberto Ferreira Feijó há 11 anos. Hoje, além de amiga, sou sua advogada, pois querem matá-lo e destruir a sua Ordem religiosa.
Este pai de família de 59 anos vê e fala com Jesus desde 1998.
Cresceu no ceio da Igreja Católica. Mesmo assim, até hoje, o Arcebispo de Porto Alegre RS não o conhece, pois não quer falar com ele. No entanto, o Bispo fala mal dele, quer matá-lo, aqui a história a Igreja Católica continua como sempre foi, pois mata as pessoas depois diz que é Santo para ganhar dinheiro à custa das pessoas de boa vontade.
Este assunto está na polícia, no ministério público, pois não vamos deixar assim.
Afinal, vivemos em um país laico, democrático. Ñão podemos aceitar uma ditadura da fé. Deus nos deu livre arbítrio. A lei garante a liberdade religiosa. Vamos fazer valer.
O Bispo diz que ele não é Monge porque não é monge católico. Ora, monge existe a mais de 5000 anos. Não tem nada a ver com religião nenhuma. Tem a ver com um modo de vida.
Atualmente está afastado do ceio da família, morando no seu Monastério, a base de doações, não vende nada, não lida com dinheiro, usa hábito 365 dias por ano.
Jesus novamente está sendo crucificado. Ele está no meio de nós e a humanidade não o aceita. É muito triste presenciar tudo o que vejo, sou testemunha de tudo o que digo. Este Monge está vivendo a via sacra. Jesus está sendo condenado novamente.
É tão diabólico o plano armado, que até boletim de ocorrência falsificado tem dele. Falsificaram a sua assinatura para incriminá-lo. Hoje é réu em processo crime.
Querem calar Jesus, pois muitas vezes a verdade dói.
Mas Jesus vencerá.
Não vamos deixar assim. Lutaremos pela liberdade religiosa. É um direito de todos, inclusive dele.
Obrigada por sua atenção.
Seu puder ajudá-lo, agradeço.
Precisamos de ajuda. Precisamos divulgar o que está acontecendo. Precisamos impedir a morte deste justo.
Obrigada
Valéria Medici Martins da Silva
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Resposta:
Prezada Valéria: Graça e Paz!
Recebi sua carta e fui pesquisar o assunto na Internet, e, confesso a você que continuei sem saber do que se trata…
A Internet fala de maçons desejosos de acabarem com ele. Você fala do Bispo Católico querendo matá-lo. Em meio a tudo, também vi que ele é cheio de opiniões normais, como, por exemplo, o amor dele por artistas e músicos, conforme vi na Net [http://cifrantiga.wordpress.com/2007/05/10/morgana/ ]. Entretanto, nada se diz além do que você diz; que é, de fato, quase nada.
Por exemplo:
1. Por que ele está sendo perseguido?
2. O que ele fez que para que gerasse o tal B.O. falsificado?
3. Por que a insistência dele
4. Qual o interesse dele na permanência na Igreja Católica?
5. Por que não se torna monge em casa?
6. Por que, se ele viu Jesus, não viu ainda que Jesus nada tem a ver com “ordens religiosas”, “monges religiosos”, “guerras religiosas”, “importâncias religiosas e institucionais…”, e tudo quando a isto se pareça?
Enfim, me perdoe a ignorância, mas, pela sua carta e pela Internet, me ficaram apenas nuvens…
É claro que ninguém deve ser ameaçado por coisa alguma.
No entanto, não basta que você diga: “Ele vê Jesus!”; ou: “Ele é um monge!” — pois, de fato, as questões continuam, não sobre a Igreja Católica, que nós todos já conhecemos há 1700 anos, desde Constantino, mas sim sobre as razões do monge para ficar na briga…
Ver Jesus, ouvir Jesus, é normal para quem anda com Ele. Se vê Jesus pela fé todos os dias; e ouve-se a voz Dele todos os dias no mundo todo; e a maioria das pessoas não são religiosas e muito menos monges.
Portanto, para mim, fica a questão não da liberdade de fé e consciência, que é tão real como valor espiritual quanto o ar, a água e o pão o são como valores da existência — mas sim permanece a questão de por que um homem que supostamente conhece a Deus com intimidade, emprestaria valor ao que Jesus não deu valor e ao que o Novo Testamento chama de abominação, que é a espiritualidade como valor religioso disposto à guerra…
Como homem que vê Jesus, creia: a primeira coisa que a visão do Jesus dos Evangelhos [não o Jesus inventado pela Religião] faria na vida dele, seria abrir-lhe o entendimento para perceber que Jesus mesmo não tem interesse em NADA do que parece inspirar e fazer o monge desejar enfrentar como guerra da fé.
Assim, minha amiga, temos duas coisas:
1. A perseguição religiosa ou maçônica feita ao monge; e que é caso de policia;
2. A disposição do monge de lutar pela Ordem Religiosa; e mais: sua capacidade de declarar que vê Jesus todos os dias desde 1998, quando, por exemplo, Paulo, o apóstolo, quando viu “coisas inefáveis, as quais não é lícito aos homens referir”—nada disse a respeito, e, quando disse, falou com extrema parcimônia.
No que tange ao 1º aspecto, creio que você, como advogada, deve fazer tudo o que a Lei garante como proteção a ele, e, também, como punição aos que o ameaçam.
No entanto, não use essa coisa de que ele é como Jesus, e que, portanto, estão crucificando a Jesus outra vez — e isso porque o homem é monge e diz ver o Cristo —, pois, creia: nesse caso estão crucificando a Jesus tanto os que perseguem quanto o perseguido. Os 1ºs por total falta de Deus na vida. Já o monge, por deixar-se envolver em uma briga religiosa que nada tem a ver com Jesus; e que, no caso de Jesus, ninguém nem mesmo o encontraria para discutir o tema…
Quando Jesus foi para Jerusalém, que era o Vaticano Judeu, não foi para discutir os Seus direitos; foi para morrer…
Ora, se o monge julga que sua causa vale o enfrentamento e a morte, então, à semelhança de Jesus, que faça isto como Ele fez: entregando-se sem questões.
Mas se deseja defender-se e acusar seus acusadores, sugiro que assuma que a questão é mundana mesmo, que os interesses são religiosos, que Jesus não tem nada a ver com isto.
Falo de Jesus. Sim, de Jesus mesmo! E digo: Ele nada tem a ver com a Igreja Católica, ou com a Ortodoxa, ou com a Protestante; ou ainda com qualquer esquema humano de religião.
Portanto, faça diferença entre as causas do monge. No que tange aos seus direitos de cidadão, digo: ele tem que ter toda defesa e todas as proteções. Mas no que diz respeito à fixação do monge em ser monge católico e em viver em um monastério católico, para mim é simples: quem concorda, fica; quem não concorda, sai.
E mais: quem conhece a Jesus mesmo, sabe pelos Evangelhos que Jesus jamais se interessaria em fazer o monge ficar na Ordem Religiosa até a morrer; antes, lhe diria: “Monge, deixe aos mortos o sepultarem os seus próprios mortos. Quanto a ti, vem e prega o reino de Deus!”
Creia: o que passar disto é misticismo feito em nome de Jesus e é produção mental acerca do Jesus imaginado, mas não se está vendo e nem ouvindo Jesus, a menos que Jesus tenha se esquecido de Quem Ele é e do que Ele ensina.
Uma das marcas de quem conhece a Jesus é andar como Ele andou. E isto nada tem a ver com evasão do mundo, posto que Jesus também tenha nos mandado não sair do mundo, mas apenas vivermos livres do mal.
Receba meu carinho e minhas orações por você e pelo monge, na esperança de que ele seja preservado em sua segurança, na mesma medida em que me alegraria muito se ele deixasse essa guerra para lá…, e se ao invés de evadir-se da vida, como monge, ele se entregasse ao mundo, como sal e luz, conforme Jesus disse que deveria ser.
Nele, que nos chama ao coração da vida e nunca às questões que não são vida,
Caio
8 de fevereiro de 2009
Lago Norte
Brasília
DF