A DISCIPLINA DO FETO PELA IGREJA!

 

 

 

 

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From: A DISCIPLINA DO FETO PELA IGREJA!

To: [email protected]

Sent: Thursday, December 18, 2008 5:58 PM

Subject: Condenado pela essência para manter a aparência!

 

 
Amado pastor Caio,
 
 
Estou teclando para compartilhar minha tristeza por algo que me ocorreu há alguns dias. Talvez este e-mail não seja respondido em breve, mas tenho certeza que será lido. Como quero que o senhor participe da minha história não serei breve em minha explanação, por favor, perdoe-me por isso. Espero não estar incomodando-o em seu descanso pré-operatório.

 
Já escrevi anteriormente para o senhor, porém é bem provável que eu não lhe seja familiar pelo grande número de e-mail que o senhor recebe. Sou pastor de uma pequena congregação filiada a uma igreja histórica. Cerca de dois meses antes do meu casamento (oficial), eu e minha mulher descobrimos que esta estava grávida. Pedi conselho ao senhor que me disse (se possível) para manter em segredo. Orei ao Eterno e senti paz em fazer conforme sua palavra. Passada a cerimônia civil (não quisemos a religiosa), contei para os diáconos (um casal e uma irmã) da congregação; antes de serem “oficiais” são meus amigos, sendo este fato comprovado na alegria e no amor com que receberam a notícia. Logo que fizemos um mês contei a congregação também, que recebeu com alegria a notícia por já conhecerem nosso histórico de três anos naquele lugar.
 
Contudo, nem tudo foram flores. Duas das esposas dos pastores da igreja “matriz” perceberam as mudanças no corpo da minha mulher e logo assim fui chamado para uma reunião. A igreja é composta de quatro pastores: um presidente, um outro mais jovem e “pastor-oficial” e dois outros que são líderes da comunidade. Esta igreja fundou a congregação onde pastoreio e me ajuda com um salário. Fui primeiramente questionado se minha mulher estava grávida, logo respondi que sim e que nosso bebê já tinha três meses. Então veio aquela velha pergunta: “Porque o senhor não nos comunicou de tal fato?” Respondi que a pequena congregação sabia (inclusive a liderança), contudo não me senti a vontade de contar aos mesmos por conta da nossa relação, meramente institucional. Disse que assim o fiz para preservar minha mulher. Após três anos de trabalho na congregação, eles iriam-me “empossar” na igreja, sendo assim me questionaram se eu podia prosseguir com tal situação (mas qual?), respondi que sim e a “punição que me deram foi que não seria empossado agora (talvez quando a coisa esfriasse), sendo que esta decisão foi tomada em oração, ou seja, Deus havia respondido. Como este fato (posse) era irrelevante para mim, concordei com a decisão.
 
 
Depois de duas semanas, eu estava me preparando para ir à escola bíblica no sábado, quando o pastor-líder me ligou dizendo que teriam uma reunião na congregação (sem a minha presença) para discutirem a situação do meu casamento. Logo à noite, liguei para uma diaconisa e recebi a notícia: tinha sido destituído do cargo de pastor para “preservar meu ministério e a obra” (não necessariamente nesta ordem). E mais: os pastores impuseram tal decisão sobre a congregação que apesar de todos os argumentos quiseram que eu permanecesse.
 
No domingo pela manhã, estavam lá todos os diáconos, diaconisas e pastores da igreja matriz; somente o pastor líder falou. Primeiramente ele disse que em essência eu estava certo, contudo havia as condições sociais, estatais, eclesiásticas, etc. Disse que eu havia pecado por vários motivos: 1) Deus disse para “deixar pai e mãe”, isto quer dizer (segundo ele) o local que onde se mora; 2) Fui desonesto e antiético a não comunicar o fato para o clero, digo, para a liderança da igreja; 3) Havia desobedecido a ordem institucional. E repetiu: para preservar meu “ministério” e a “obra” eu estava sendo desligado. Contudo faltava “a misericórdia evangélica”: “Está nos doendo muito fazer isso.”
 
Logo após esse discurso ele nos disse: “Se você tivesse nos contado isso seria diferente.” Ai eu questionei: “Seria diferente como?”“, ele fez aquela cara que não saberia como seria a reação, então eu emendei: “Se senhor não sabe, quem saberá?”
 
 
Minha visão sobre o caso:
 
1) Ora se o pastor mesmo afirmou que eu estava certa essência não será isso o fundamental? Parece que  as coisas que o Eterno afirma só tem valor quando igreja consente. Fatores sociológicos são secundários assim como os eclesiásticos, mas diante da “teologia moral” eles se tornam primários. O interessante é que hora nenhuma fui questionado sobre a essência do casamento: se casei por amor ou por “pressão da moral”.  Claro que casei pelo primeiro e assim já estava casado antes de qualquer cerimônia. Todavia, pouco importa tal coisa para os homens da lei.
 
2) Quando se afirma que “deixar pai e mãe” é algo referente ao local (casa dos pais) caímos em alguns problemas: a) Se um (a) jovem não morar mais com seus pais, este está liberado para “transar antes do casamento”? Diante de dessa visão creio que sim. O problema é que aqueles que querem “transar por transar” terão base legal para fazer isso. Fora que condenaremos milhares de cristãos que, oprimidos pela pobreza, não tem condições de ter uma casa própria, sendo que acabam morando com os pais. Coitados, os pobres não tem direito de gozar… Se algum desses líderes resolvessem dar uma casa, alugá-la ou fornecer um emprego a esses irmãos, eu até que levaria a sério tal pessoa, mas dessa forma são como os fariseus que “colocam fardos pesados e com um dedo não querem movê-lo.”
 
3) Lembro do início da minha jornada na congregação: Disse ao pastor-líder no ano de 2006 quando questionado pelo mesmo acerca do meu relacionamento, que não havia casado ainda por falta de recursos financeiros. O que ele e a igreja fizeram? Pagavam-me apenas um salário mínimo quando podiam pagar mais e olha que a igreja cresceu de quatro membros freqüentes para 16 irmãos e dezenas de crianças e outros visitantes. Acho que até na IURD eu seria mais “recompensado”. Contudo, preferiram construir um templo novo (para atrair as pessoas, ai, ai), equipamentos novos de som, patrocinar eventos teológicos, etc. E o pastor que se vire. Ahhh quando eu lembro do Mestre dizer que era Senhor do Sábado e mais do que o templo…
 
4) A premissa para minha condenação foi baseada na desonestidade e falta de ética, porque “eu não tinha ido até eles e sim eles até mim.” Engraçado, não é o pastor que vai atrás da ovelha? Não decido quem eu deva contar ou não? Não tenho mais vida privada? Imaginei se José fosse ovelha destes pastores, coitado. No ano de 2006 até metade de 2007 fiquei sozinho na congregação, só passaram a dar alguma atenção quando construíram o templo (sempre este templo). Porém, ele falou bem: “houve um problema institucional”. Eu que pensei que a igreja era outra coisa além de uma instituição. Como instituição, estes precisam de um bode expiatório, um boi de piranha par saciar a justiça evangélica. Talvez na visão destes nem valha a pena ir atrás da ovelha perdida porque ela faz parte da “perda necessária” para se manter o rebanho.
 
 
Enfim, há muito mais coisa que poderia lhe dizer contudo acho que já está um pouco desgastante ler tanto sobre alguém que pouco conhece. Eu decidi me desligar de vez da igreja evangélica. Em 2001, com 21 anos, eu já havia desistido de ser evangélico por tudo isso que vi e tenho visto. Além do que, não dá para ver tanta desobediência a Bíblia, tanta falta de amor, tanto legalismo e luta pelo poder como se tem visto e ficar indiferente. Creio que esse foi o acontecimento necessário para tal rompimento. Apesar de triste por não estar mais com os irmãos que tanto amo e ensinei nesses quase três anos, estou em paz por não estar mais amarrado a esta instituição. Não há ódio ou raiva em relação a qualquer pessoa, só tristeza por tantos caminharem tanto tempo com Cristo e agirem de tal forma. Queria visitar a iniciativa do Caminho da Graça aqui em São Luís-MA, contudo após alguns contatos não tive nenhum retorno.
 
Porque você escreveu esta carta meu irmão? O senhor deve estar se perguntando. Para receber uma palavra de direção nesse momento novo. Não que eu queira uma palavra conforme o meu querer, nada disso. Espero apenas uma palavra de alguém que tem demonstrado graça e amor para com o semelhante. Lembrando que quando falei que o senhor me aconselhou em momento algum lhe transfiro a culpa; fiz conforme penso que foi (e é) a melhor opção por causa dos “olhos maus” do outro.
 
No mais, apesar de estar desempregado, estou muito feliz pelo fator de estar com minha “neguinha” e de estar esperando um dos meus maiores sonhos se concretizar: o de ser pai. Louvado seja o Senhor Jesus por me abençoar com estes tesouros.
 
Um beijo temperado de graça meu pastor, saiba que meu amor e apreço pelo senhor são verdadeiros.
 
 
Em Cristo (somente nEle),

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Meu mano amado: Graça e Paz!

 

 

É incomentável o que você contou.

 

Sim! Dizer o quê?

 

Eles amam a mentira e a recompensam sempre. Eles odeiam a verdade, e, por isto, a punem sempre. Eles se sentem os donos da vida, por isto, gravidez sem validação deles é gravidez indesejada, e é objeto de aborto moral.  

 

Não precisa ir longe. De fato é o mesmo espírito do Cristianismo Medieval presente ainda hoje, pois, essa “igreja” que está aí é um ente até pré-medieval, pois, existe na Idade das Trevas em tempos Pós-Modernos.

 

Os clérigos da Idade Média determinavam tudo sobre tudo, até sobre o gozo da mulher e a ejaculação do homem, orientando também sobre que parte do corpo poderia ser tocada, e quais as partes impuras para jamais serem tocadas, chegando ao requinte de que um adultério era muito menos grave do que o gozo da mulher na cama com o marido, podendo ser que o adultério fosse perdoado com uma penitencia, mas o gozo sexual, mesmo com o marido, poderia levar a morte.

 

Mas eles não ficavam aí. Gatos, ratos, ovelhas, bois, pulgas, porcos, etc. — eram julgados por crimes de todas as naturezas; e isso com corte, juiz, advogado de defesa e promotor; com júri e com audiência.

 

Ora, o espírito é o mesmo!

 

Eles sempre amam mais a si mesmos e aos seus juízos do que à misericórdia e aos fatos simples do viver.

 

Mano, saia dessa!… Você não é o rato deles!

 

Encaminharei a sua carta a uma dos mentores do Caminho. Ele orientará você sobre um grupo mais próximo.

 

Fique firme e nunca desista.

 

Espero abraçar você e sua esposinha. Que o neném de vocês chegue sob a unção do amor de Deus e de vocês dois.

 

Leia abaixo uns links que lhe contarão as histórias dos julgamentos dos ratos, ovelhas, porcos e pulgas. Sim! Esses são os inimigos da “igreja”. Rsrsrs!

 

 

 

http://www.pem.ifcs.ufrj.br/Real.pdf

 

 

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL752559-5602,00-ANIMAIS+ERAM+JULGADOS+E+ATE+EXECUTADOS+NA+IDADE+MEDIA.html

 

 

http://www.fotolog.com/lisetegomes/59199875

 

 

Receba meu amor no Senhor!

 

 

 

Nele, que ama as pulgas, os ratos, os porcos, as serpentes e todos os seres que Ele criou,

 

 

 

Caio

28 de dezembro de 2008

Lago Norte

Brasília

DF