A LEI ESTÁ MATANDO A HUMANIDADE: A MORTE DA CONSCIÊNCIA!
Estava assistindo a mais um episódio do Apocalipse bíblico na CNN e na BBC.
É impressionante que as mesmas sementes históricas, culturais, geográficas, étnicas e religiosas continuem a nos mostrar a cara da Humanidade por mais de quatro mil anos.
Os personagens do Gênesis estão vivos em seus filhos e lutas até hoje. Sobretudo Hoje! De fato, a Bíblia não é somente Palavra de Deus — digo “somente” apenas na perspectiva daqueles que vêm a Palavra “guardada” dentro do livro —, mas também a Palavra da Humanidade.
Eu já disse isto: quanto mais se anda de volta ao Gênesis, mais se chega perto dos personagens do Apocalipse.
Agora mesmo, com o assassinato do novo líder de campo de uns dos grupos terroristas em território palestino, o que se ouviu como “razão e lógica” das duas partes foi apenas denúncia moralista. Ambos os lados são hipocritamente moralistas e religiosos em seu modo de fazer “política e guerra”. Ambos os lados evocam “valores”.
Aliás, o novo nome da Lei, nessa fantasmagórica era pós-moderna, é “Valores”. Muda do singular para o plural, mas é a mesma coisa. É apenas uma maneira psicológica de ser legalista. E eu aqui pensando: “Fundados em valores os dois lados vão afundar até a morte.”
Então, fiquei pensando nessa tirania horrível dos valores; sim, de todos eles; coisas “nobres” como honra, coragem, valentia, dignidade, correção, retidão, soberania, liberdade e o escambau ao infinitesimal. Todas elas umas gracinhas! Lindas de morrer…
Então vi como é difícil para a mente humana o exercício da Consciência. Dá vertigem. As pessoas não sabem onde se segurar. Escorregam… Mesmo andando em chão plano crêem que vão cair… Precisam do corrimão da Lei, da Moral, do Politicamente Correto ou mesmo dos Valores e Princípios.
É claro que não é possível haver vida num mundo caído sem que tais “imposições da queda” possam deixar de se fazer presentes; afinal, consciência é coisa rara na terra. A questão é a Lei mata. Sempre. Assim, sem Lei, nos matamos; e, com a Lei, morremos!
Eu tenho apenas Um acima de mim. Lei nenhuma me dá os parametros de meu existir. Em Cristo a fé gera Consciência, não Lei. Acima da Consciência está Deus. Dele provém toda consciência. As demais coisas, mesmo os Valores, têm que estar a serviço da Vida, não da morte. Portanto, a serviço da Consciência, não sobre ela. A menos que Deus não existisse. Então, seria Tirania pela Tirania, no absurdo existir por existir.
A Consciência tem que aprender a não usar “valores” quando o curso da ação deflagrada vai gerar morte. Aí está a Liberdade!
A Lei está matando o mundo. É a guerra dos Direitos. É a suprema arrogância: “Quem é dono do mundo? ” É a mais ardilosa camuflagem: o sangue. É a mais diabólica mensagem: “Liberdade”. É a mais enganosa liberdade: “Chegou a nossa vez de mandar em vocês!”
Odeio a “inteligência” humana!
Ó, Deus, dá-nos Consciência, e derrama sobre nós a Graça de fazer o que é bom, não o que seja considerado digno de morte como justiça própria.
Caio
(Escrito no início de 2004)