A MENSAGEM É A MESMA!
—–Original Message—–
From: Atilio Cruz Junior
Sent: sexta-feira, 25 de junho de 2004 02:06
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Subject: A MENSAGEM É A MESMA!
“Portanto visto que temos este ministério pela misericórdia que nos foi dada, não desanimamos…” II Cor 4-1.
Oi Caio!
Você já escreveu em diferentes textos que não há nada de novo na sua mensagem. Visto que há vinte anos ela é a “mesma”.
Fiquei curioso com essa afirmação; então fui ler “Confissões de um Pastor” e “Sal fora do Saleiro”.
Olha, “Confissões” eu li em três dias!
Como a misericórdia de Deus se manifestou em sua vida desde quando estava longe, a conversão do seu pai, e a disciplina de sua vida cristã, a sabedoria de sua mãe – que mulher de Deus! -, me impressionaram demais.
Ao final do livro eu pensava em como era possível que seus “amigos” e mesmo pessoas que não te conheciam, mas sabiam da sua vida e compromisso, puderam te maltratar tanto!
Mas isso é passado…
É incrível como “Sal fora do Saleiro” é atual!
E quando você escreveu sobre fanatismo, nós não tínhamos nem Bush e nem Bin Laden!
Em várias passagens de ambos os livros, você escreveu a respeito da Graça de Deus, e seus efeitos nas vidas dos homens, da mesma maneira que escreve hoje.
O que mudou, então?
A “igreja” e os pastores te liam, ouviam, citavam…
Parece que se impressionaram com o homem Caio Fábio, e que para eles, talvez, seria o “Super-Caio”; e se decepcionaram; pois viram que você não era o “Super-Caio”, líder dos evangélicos, mas “apenas” Caio, um homem dependente da graça de Deus.
Aliás, o livro “Confissões” é todo prova da manifestação da Graça e misericórdia de Deus, e não um relato de um super-crente!
Caio, quero te dizer que seu combate é bom e não é em vão!
Não desanime!
Sei que você já sofreu nessa jornada,; então oro pra que Deus cuide de você com todo o carinho, como só Ele pode cuidar!
Um grande abraço,
Junior
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Resposta:
Meu querido Junior: Jesus é o mesmo Ontem, Hoje e para Sempre!
Obrigado pela carta tão carinhosa e meiga. Obrigado mesmo. Seu carinho me dá animo no Senhor.
O momento espiritual de cada um de nós, muda; a Palavra, no entanto, é a mesma.
Nesses últimos 31 anos de caminhada pregando a Palavra, eu mudei muito, mas foi a Palavra que me mudou na Verdade e na Vida.
Muitas vezes eu tive e tenho que conhecer a Verdade contra mim. Outras vezes como Verdade em meu favor. Mas mesmo quando ela é contra mim, é em meu favor que ela revela o meu engano. E isto para que em mim haja Vida.
Com relação a como fui tratado, também não me espanta. E com isto eu não estou dizendo que algo em-si se justifique, nem de mim para com eles, e nem deles para comigo.
Meus pecados são meus e de Deus, e em Cristo foram e são cobertos!
No entanto, eu entendo o processo na cabeça das pessoas; e é justamente por entendê-lo que eu não me espanto.
Tudo teve sua própria revelação naquele sonho que já narrei aqui no site, e no qual “cinco de mim” eram levados para um pelotão de fuzilamento. 1) Eu como era quando me converti. 2) Eu como era quando ESTAVA GRANDE (e, em quem, no sonho, ao invés de existir minha própria face, no lugar havia um espelho). 3) Eu quando o sonho aconteceu, em 98-99. 4) Eu como sou hoje. 5) E eu amanhã, mais velho, e que parecia com meu pai. Pois bem, o “eu” como eu era em 98-99, morreu. Mas as minhas outras “estações existenciais” prosseguiram…
Aquele “eu” que todos diziam ser um “super-qualquer-coisa” era apenas uma pessoa em quem as pessoas viam o que queriam. Aquele “eu” tinha um papel de “reflexo” e era objeto de “projeção” dos outros. Era como se as pessoas achassem que “eu” poderia viver por elas, e representá-las naquilo que elas não podiam, não sabiam ou não conseguiam por elas mesmas.
Quando escrevi o “Confissões” meu desejo era deixar mais que claro que aquele “Caio Grande”—o do espelho—, era apenas uma projeção, e que o que viam “nele” eram elas mesmas, não a mim.
E Deus sabe quantas vezes, em centenas e milhares de ocasiões, eu expus minha humanidade de maneira visceral, mas todos achavam que era invenção minha, que era apenas uma maneira “humilde e íntegra de falar”, que não passava de expressão poética de minha condição humana.
Não existe poesia sobre a verdadeira condição huamana que não tenha que ser vista como verdade, não como “poesia”. Quem “poetiza a vida” a enfeia se não vivê-la.
Hoje dou muitas graças a Deus pela liberdade que Ele me deu para poder servir a minha geração, e a tantas gerações quantas Ele desejar, e isto sempre com a confissão da Graça de Deus na plenitude de minha humanidade em Cristo.
Ora, a vida é muito mais bonita quando todos os irmãos recebem os dons da Graça uns através dos outros sem que se tenha o engano de que o mensageiro ou veiculo do dom seja, em si mesmo, nada além do que todos os demais seres humanos são na Terra.
“Elias era homem semelhante a nós…”
Antes eu foi tornado um ídolo para muitos, embora eu me confessasse dos pecadores o maior. Agora, muitos me consideram um grande pecador. Pois que assim seja, visto que assim continua a ser. E se isto puder fazê-los me verem apenas como um homem de Deus, e de Deus apenas um homem—ou melhor: sobretudo um homem; pois é isto que Deus me fez: um homem—então, ficarei muito feliz, visto que saberei que é será Palavra que estarão dando ouvidos, não a mim como homem .
Obrigado pelo carinho de ter ido conferir o que digo. A vantagem que tenho exclusivamente pela misericórdia de Deus, é que tudo o que hoje digo, já foi há tempo dito antes, e tudo está documentado e escrito.
Mudou, sim, talvez, a forma de dizer; e sem dúvida também mudou a profundidade do meu sentir, mas a Palavra é a mesma. E é nela que creio.
Portanto, em minha boca, pela Graça de Deus, ela não terá mudanças; visto que jamais mudou em meu coração; só para melhor; e somente para ser mais ela ainda, em mim!
Nele, que nos marcou com o selo do que é,
Caio