A VELHA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
Escrito em 7/9/03
Paulo escreveu aos Colossenses e pediu que sua carta fosse lida também aos cristãos de Laodicéia.
A carta que ele escreveu aos de Laodecéia nós não temos, mas imagino a “pérola” que deve ter sido.
João escreveu às sete igrejas da Ásia menor—hoje Turquia—, e entre essas igrejas estava a de Laodicéia, conforme o Apocalipse.
Eis um trecho da carta que Paulo escreveu aos Colossenses e pediu que também fosse lida em Laodecéia; afinal, as cidades eram bem próximas.
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Quero que vocês saibam quão grande luta tenho por vocês, que vivem em Colossos, e também pelos que estão em Laodicéia, e por quantos não viram face a face.
Luto, mesmo estando longe, para que os seus corações sejam animados; estando vocês unidos em amor, e enriquecidos da plenitude do entendimento para o pleno conhecimento do mistério de Deus.
Ora, o mistério de Deus é Cristo. Nele encontramos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento!
Digo isto, para que ninguém engane vocês com palavras persuasivas, porém falsas, como se houvesse “mais” o que se pudesse saber, para além do que em Cristo se pode encontrar.
Porque ainda que eu esteja distante de vocês quanto à presença física, contudo, em espírito, estou com vocês. E, ainda que ausente, me regozijo, vendo a ordem e a firmeza da fé que vocês têm em Cristo.
Portanto, assim como vocês receberam a Cristo Jesus, o Senhor, assim também andem Nele!
E vocês me perguntam “como”?
Ora, andando arraigados e edificados Nele, e confirmados na fé; assim como vocês foram ensinados; sempre abundando em gratidão pela Graça Nele recebida.
Por isso, tenham cuidado para que ninguém faça de vocês sua própria “presa”, usando os artifícios das filosofias e das vãs “sutilezas”, conforme as tradições dos homens, segundo os “rudimentos” morais, religiosos e filosóficos deste mundo; e não conforme o Evangelho de Cristo!
Tudo o que vocês e todos, em qualquer lugar e em qualquer outro tempo precisam ou precisarão, está em Cristo.
Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade!
Nele também vocês têm toda a plenitude de que precisam.
Ele e’ o Cabeça de todo principado, potestade, poder e saber.
Nele vocês também foram “circuncidados” não com a circuncisão religiosa de um rito que corta um pedaço do prepúcio da carne.
A circuncisão que vocês tiveram não foi feita por mãos humanas, mediante o simples cortar de um pedaço do corpo da carne de vocês.
A circuncisão de vocês é a circuncisão de Cristo!
E como isto aconteceu?
Aconteceu na Cruz!
Em Cristo vocês foram sepultados, e o batismo simboliza esta realidade que Nele já se realizou.
E assim como vocês foram com Ele sepultados; assim também com Ele vocês foram ressuscitados pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.
Assim aconteceu com vocês e com todos nós, que antes estávamos espiritualmente mortos nos nossos delitos e pecados.
Antes vivíamos na “incircuncisão” da nossa carne—pois sem a Cruz nenhuma circuncisão humana realiza coisa alguma!—, mas fomos salvos pela Sua morte e ressurreição; pois Ele nos vivificou juntamente com Ele mesmo na ressurreição; perdoando-nos de todos os nossos delitos.
E, além disso, na Cruz, Ele também rasgou de uma vez e para sempre todo o escrito de dívida que havia contra nós, conforme as ordenanças da lei.
Ora, esse escrito de dívidas era completamente contra todos nós. Mas Ele o removeu totalmente e o encravou na Cruz.
E quando assim fez, Ele estava despojando os principados e potestades; e desse modo, os exibiu publicamente ao desprezo; e sobre todos eles Cristo triunfou na Cruz!
Por esta razão não permitam nunca mais que quem quer que seja julgue a vocês pelo que vocês comem, ou pelo que vocês bebem, ou por causa de dias de festas religiosas, ou de cerimônias judaicas, como as celebrações da lua nova; nem tampouco submetam-se ao jugo das obrigações dos “sábados” ou dos “dias santos”; porque todas essas coisas são passadas, e eram apenas sombras das coisas que em Cristo viriam, e já se materializaram em nosso favor.
Agora nós estamos no Corpo de Cristo!
Não permitam que ninguém se constitua como árbitro contra vocês, sob o disfarce da humildade, ou evocando falsas espiritualidades, como culto aos anjos; ou alegando que o que dizem receberam por “visão”.
Tais pessoas estão é inchadas pelo ventos de suas próprias vaidades de entendimento carnal e presunçoso, não retendo a Cabeça do Corpo—que é Cristo!
Todo aquele que já compreendeu o que Cristo fez, sabe tudo o que estou dizendo. E, esses que assim crêem, sabem que nosso crescimento vem da Graça que faz todo o Corpo crescer provido e organizado pelas juntas e ligaduras do amor; e, assim, vai crescendo conforme o aumento concedido por Deus.
Se você crêem que morreram com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que ainda se deixam sujeitar por ordenanças, como se vocês ainda vivessem das sombras de um antigo e apavorante mundo?
Ora, essas “ordenanças” se manifestam do seguinte modo.
“Eles” dizem a vocês: não toquem nisto, não provem aquilo, não manuseiem aquilo ali!
Meus irmãos, tudo isso é bobagem, ainda mais porque todas essas “coisas” perecem com o tempo e o uso.
Sim! me respondam: Se vocês morreram com Cristo, por que ainda andam segundo os preceitos e doutrinas dos homens?
Ora, essas “doutrinas” têm, na verdade, alguma “aparência” de sabedoria, mas de fato são “culto de si mesmo”, “humildade” fingida, e “severidade” apenas contra o corpo da carne.
Mas eu lhes digo: elas não têm valor algum no combate contra a idolatria dos sentidos, que é a sensualidade.
Quanto mais se as segue, mas seus monstros nos perseguem!
Epafras manda abraços para vocês. Ele é filho de vocês, e também é servo de Cristo Jesus. Quero que vocês saibam que ele sempre luta por vocês nas orações que faz a Deus, pedindo que vocês permaneçam íntegros na fé e plenamente seguros acerca de toda boa vontade de Deus.
E acho justo dizer a vocês que ele tem grande zelo por cada um de vocês, como também pelos que estão em Laodicéia, e pelos que estão em Hierápolis.
Lucas, o médico amado, e Demas, nosso companheiro, também mandam um abração para cada um.
Mandem nosso carinho para os irmãos que estão em Laodicéia; e para Ninfa, e também para a igreja que se reúne na casa dela.
Depois que esta carta for lida por vocês, façam com que ela também seja lida na igreja dos laodicenses; e a carta que eu mandei aos de Laodicéia, por favor, leiam-na vocês também.
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Bem, não temos a carta de Paulo aos de Laodicéia, mas temos a carta de João aos laodecensses.
Simplesmente a transcreverei conforme foi ditada por Jesus ao Seu apóstolo, João, que estava exilado na ilha de Patmos.
A igreja em Laudicéia, todavia, anos depois de receber a carta que Paulo lhe enviara, e também depois de ler a carta aos Colossenses, não mudou os seus caminhos.
Ficou parada no tempo e não cresceu na Graça de Deus.
Você pergunta: como era Laudicéia?
Ora, era uma cidade era rica. Conheço Pamukali e os seus balneários, e as maravilhosas fontes de águas termais. É um lugar lindo e ótimo para o laser. Nos dias de Paulo já era assim.
Hierápolis, cujas ruínas estão bem preservadas até hoje, estava nas redondezas. Todos faziam parte da mesma geografia, e foram influenciados pelos mesmos agentes religiosos do engano pseudo-cristão. A prosperidade de Laudicéia estava presente no “espírito” da igreja. Os tecidos lindos que produziam, o pó Frígio que servia de colírio para os olhos enfermos, as águas mornas que tinham poderes curativos, e as riquezas comerciais que ali aconteciam, acabaram por criar, dentro da igreja, um espírito de arrogância e poder.
Laudicéia aderiu à primeira versão cristã da Teologia da Prosperidade.
E ficou exatamente como estão hoje as “igrejas da prosperidade”: cheia de ufanismo, decretos de poder e soberania.
Não lemos a Carta de Paulo aos Laudicenses, mas sabemos o que o próprio Senhor Jesus mandou o apóstolo João dizer a eles.
Leia com atenção, pois, o que se disse a eles é o que se diz a nós.
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Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve:
Isto diz o Amém, a Testemunha Fiel e Verdadeira, o Princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente!
Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca.
Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas.
Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te.
Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.
Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
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Agora, quem não for completamente burro de espírito, leia e entenda.
E quem puder, responda, por si mesmo, as seguintes perguntas:
1. Onde Jesus estava em relação àquela igreja: dentro ou fora dela?
2. Que porta é essa na qual Jesus está batendo: o coração dos “pagãos” ou o dos presunçosos “cristãos”?
3. Se Ele estava de “fora” da igreja de Laudicéia—que era uma “creche de inocência” se comparada àquilo que hoje chamamos de “igreja”—, o que nos faz pensar que com os últimos dois mil anos Ele mudou, a ponto de não nos dizer no mínimo a mesma coisa?
Responda com honestidade!
Paulo nos diz o que fazer e o que não fazer a fim de não nos tornarmos “laudicenses”.
João nos diz o que Jesus disse que faria com toda “igreja” que se renda ao espírito de Laudicéia.
Quem souber ler, pelo amor de Deus, entenda!
Nele,
Caio