A VERDADE QUE É MAIOR DO QUE O HUMOR, SE HÁ AMOR!



Recebi na Internet o seguinte comentário. Leia. Depois eu volto fazendo os meus. Caio ______________________________ Caros Irmãos Ouso narrar (ou registrar) algo que considerei ser interessante ao conhecimento dos queridos Irmãos da lista Cristãos Reformados. Tomei conhecimento recentemente que o Rev.Caio Fábio esteve em Abril/05 na Grande Vitória – ES, especificamente num bairro da Serra (norte de Vitória), denominado Carapina, onde periodicamente um Irmão (pastor) costuma promover (mesmo com alguma dificuldade) um café para pastores. Para tal convida personalidades evangélicas de renome no cenário nacional. Caio Fábio chegou por aqui e encontrou mais de 100 pastores das mais diferentes denominações. Foi dito que ele estava demonstrando, sem explicitar, que estava um tanto mal humorado, já que não tinha dormido bem na véspera e também era aniversário (naqueles dias talvez) da morte de seu filho (isso não ficou muito claro no relato). Caio Fábio não poupou ninguém. Disparou uma metralhadora giratória, que na visão do pastor que me relatou (batista da CBN) foi aquilo que se precisava falar. Falou de tudo e de todos, apontou as heresias, as apostasias, mostrando com clareza como as igrejas tradicionais tem sido enganadas pelo “canto da sereia” principalmente da teologia da prosperidade, do gedozismo, dos métodos que prometem grande crescimento, mesmo que de forma velada. E para as neo mostrou o erro fundamental que cometem. E tudo que falou foi estritamente pautado na Santa Bíblia, diga-se de passagem. De forma irrefutável. Mostrou os graves erros dos ditos renovados e seguidores das novidades, mas não poupou aos tradicionais, alguns em letargia crônica. Foi claro e farto em sua palavra. Na verdade, ele falou tudo que precisava ser dito. E como é praxe dessas reuniões não houve qualquer debate. Trata-se mesmo somente de uma palestra seguida do café propriamente. O relator me falou que foi um arraso, no bom sentido. Ao longo da palestra, muitos foram se postando com a cabeça baixa, talvez de vergonha (tomara que tenha sido). Outros, logo após a conclusão, mostraram uma atitude arrogante impar, questionando o anfitrião, dizendo que reveriam suas participações em outros eventos, porque não estão disponíveis para serem humilhados sem poderem se defender. Só que seria defender o indefensável. Alguns questionaram veladamente (fofoca) os problemas enfrentados pelo Caio. Mas nada nublou a verdade que Deus quis trazer através do Caio Fábio, naquela reunião e naquela oportunidade. Em outra palavras, segundo o relator, Deus usou o Caio Fábio de forma poderosa nessa reunião. Meu amigo que tem participado de todas as reuniões, disse que ao final nunca viu tantas pessoas com jeito de envergonhadas, aturdidas, com semblantes de culpa, como naquela oportunidade. Não tinha clima de festa, mas de velório (talvez). Só para constar, nessa reunião tinha pastores presbiterianos reformados, renovados, gedozistas, batistas celulares (não o telefone), com propósitos e sem propósitos, assembleianos das várias correntes, neopentecostais das muitas divisões e metodistas também. Não sei se tinha Iurdianos, mas se tinham ouviram o que precisavam ouvir, com certeza vindo de Deus. Caio Fábio discorreu sobre cada uma dessas “novidades” apontando os erros que elas encerram e como estão fora dos ensinos bíblicos. O relator, enfim, disse que o Senhor usou mesmo o Caio Fábio num chamamento à responsabilidade da liderança evangélica (pastores) do norte da Grande Vitória à luz da Bíblia. Ele foi um verdadeiro profeta do Senhor, admoestando com profundidade e de forma consistente os presentes. Creio que é importante que os Irmãos tomem conhecimento dessas ocorrências, para saberem que o Senhor tem planos que não podemos antever. Ele está agindo, independente do que pensamos ou julgamos. Alias, algo que reformados deveriam muito bem saber e se alegrar, porque é a manifestação de Sua Soberania, a qual Paulo muito bem cantou no Hino de Adoração expresso em Romanos 11:33 a 36 : Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! 34 Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? ou quem se fez seu conselheiro? 35 Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? 36 Porque Dele, e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele, eternamente. Amém. Abraços _________________________________ Continuando… Gostei do comentário. Louvado seja Deus que há mentes se abrindo. Digo isto porque o grupo da Internet no qual o texto acima foi veiculado, sistematicamente me ataca, e, não raras vezes, sinto que são ataques de quem não viu, não ouviu, não leu, e, assim mesmo, não gostou. Parece que leva tempo para que o que se diz seja ouvido. Estou dizendo as mesmas coisas sempre, apenas atualizando-s conforme o momento histórico. Porém, são as mesmas coisas desde sempre, visto que elas já estavam aí antes, tendo apenas se tornado muito piores. Além disso, a coisa mais estranha para quem já viveu o que vivi, inclusive com os Evangélicos, tentando advertir acerca das mesmas coisas por anos a fio, ao mesmo tempo em que, para fora, fazia o melhor que podia para dês-enfeiar a cara dos “evangélicos” — é ver que nem o sol do meio dia faz as pessoas verem o obvio se seus corações estiverem endurecidos. Sim, porque o que disse lá, digo em toda parte, e nada mudou no meu “discurso”, exceto, talvez, agora, pelo simples fato de que começa outra vez a surgir boa vontade no que concerne a ouvirem outra vez o que, nem louco, eu poderia deixar de dizer e confessar. Fica aqui minha oração no sentido de que Deus desarme os corações bons, os quais, muitas vezes pela distancia ou por ingenuidade, acabam por se deixar condicionar por aquilo que eles mesmos, em seus corações, se expostos a elas, jamais as resistiriam. O comentário acerca do qual o articulista fez referencia, vinculado ao meu “mau-humor” no dia, foi por mim mesmo comentado nos seguintes termos, e está aqui no site em Histórias. Veja: Hoje, terça-feira, 5 de abril de 2005, eu acordei com extremo mau humor. Na realidade eu ando meio cansado. Tenho me sentido exausto. Além de que passei a última semana extremamente saudoso e nostálgico em razão do aniversário da partida de meu filho Lukas. Domingo fui ao Caminho, em Brasília. Preguei a noite. Dormi lá. De manhã gravei um programa para a televisão. Tive alguns encontros, e viajei no fim da tarde. Cheguei em Copacabana já à noite. Aí pelas 11 da noite dei uma passada aqui no computador, e vi algo piscando… Era minha irmã perguntando no Skype se eu havia recebido a ordem de passagem para uma viagem bem cedo para Vitória. Eu havia esquecido por completo. Tratava-se de algo agendado no ano passado, um encontro de pastores. Então me senti como nos velhos tempos, quando todo dia sabia que viajaria para algum lugar no dia seguinte. Tive sentimentos estranhos. Não gostei de não ficar quieto no dia seguinte após a chegada de Brasília. Dormi às 3 da manhã e acordei às 5. O Vôo saía do Galeão às 7. Dormi do Rio a Vitória. Cheguei lá meio perdido de sono. Uma das pessoas que me pegou no aeroporto me perguntou se era a minha primeira vez em Vitória. Eu, com mau humor, e como se o rapaz tivesse a obrigação de saber que eu já estive lá muitas e muitas vezes, bem como em praticamente todas as outras cidades de 200 mil habitantes para cima existentes no Brasil, respondi “Milhares!”, num daqueles exageros irritados… Chegamos no auditório… Um jovem pastor era meu cicerone, bem como o organizador do café da manhã de pastores no qual eu haveria de falar. Todos muito carinhosos. Mas eu estava de mau humor. Aqui ou ali alguém dizia algo que aos meus ouvidos mal humorados soava tolo ou básico de mais, e, de súbito, lá estava eu respondendo com certa agudeza, com alguma impaciência, ou coisa desse gênero de emoção. Então me expuseram os motivos do encontro. Tudo bonitinho, porém, incapaz de dar certo em razão da mentalidade pastoral. E disso…, de comunhão… de unidade… de carinho e fraternidade… eu fui pai e mãe na intenção de ajudar a fomentar… inutilmente… “O que você acha?”—perguntou o jovem pastor. “Acho que só vai ser possível se os pastores se converterem ao Evangelho!”— eu respondi. Depois ouvi a belíssima música de um grupo vocal e instrumental composto de membros de uma mesma família bela e negra de 10 pessoas. Lindo! Então percebi que havia um tema… o qual me havia sido dado antes, muito antes, ano passado, mas o qual eu havia esquecido completamente. “Sal Fora do Saleiro”. Inspirado obviamente em meu livro com o mesmo título. Nesse meio tempo um missionário muito fervoroso sentou ao meu lado, e me foi possível sentir o seu amor e carinho. Eu, porém, estava tão mal humorado que apenas me ative à insistência dele em que eu deveria voltar a praticar o ministério exatamente do mesmo modo como o fiz até 1998. Ou seja: com muito agito e mídia. Disse a ele que eu não estava a fim… Que se dependesse de mim eu apenas pregaria a Palavra, e, o que mais acontecesse não seria minha preocupação. Mas ele insistia no modelo anterior. Eu dizia que não seria mais daquele modo. Ele, todavia, instava comigo e dizia: “O irmão querendo ou não querendo será assim. O dom que Ele deu ao irmão tem que ser usado completamente. Você pode ser usado por Deus para a gente ver esse quadro mudar na igreja. É muita picaretagem. Você não pode ficar pregando só pra poucos. Tem que voltar à Rede Nacional. Tem que botar o Pare & Pense no ar outra vez…” Eu, porém, estava mal humorado. Por isso, apenas ouvi meio irritado, mas, percebendo as boas intenções e o carinho do jovem e solitário missionário, dei-lhe um abraço de ‘tá bom… tá bom…’ e não mais comentei o assunto. Falei uma hora e meia sobre o significado do sal… sua missão de dar sabor… sua necessidade de desaparecer como sal a fim de poder dar sabor aos elementos… e, também, acerca do significado existencial de ser sal, conforme o ensino do Evangelho. Em meio a isso, muita analise e critica acerca do significado evangélico de ser sal da terra… e sobre as estátuas de sal que isso havia produzido no curso dos anos. Tudo o que eu disse, eu sei, é verdade; porém, dado ao meu mau humor no dia, a coisa toda voltou para mim de modo ruim, como se eu não tivesse pregado o que deveria. Ora, na realidade, nada tinha a ver com o conteúdo por mim ensinado, mas sim com o humor com o qual eu falei as coisas… que não era bom. Então, fiquei mal humorado com meu mau humor! Almocei com um querido amigo e com o pastor que me ciceroniava com tanto amor e carinho. Dormi de volta. Cheguei quebrado de mau humor e já atrasado para um outro compromisso, na Catedral do Rio. Fiquei mais mal humorado ainda… Cheguei em casa drenado. Adriana quis saber o que era… “Mau humor!”, respondi. Sim, mau humor drena, tira a energia, indispõe a alma para a vida, arranca do coração o prazer, e da mente a lógica da existência. Meu humor sempre foi muito bom. Acordava cantando todos os dias e vivia sempre com positividade. Foi assim até 1993… quando… de súbito… comecei a me sentir a cada dia mais impaciente com o volume de coisas que sempre acabavam caindo sobre mim no dia a dia. Em 1998 o telhado caiu… Então, já não era de mau humor que eu estava sofrendo, mas de depressão. Profunda depressão. Desejo de ser levado… Algumas vezes naquele período, na Florida, eu pegava meu barquinho e ia para o meio do mar, amarrava uma corda no braço, pulava no mar aberto, e ficava boiando, indiferente a qualquer perigo que pudesse me rondar naquele mar cheio de tubarões. De fato, fiquei quase quatro anos saindo daquele estado de mau humor e depressão. Adriana, com o eterno bom humor que Deus lhe deu, foi mais que essencial no meu processo de ir ficando livre daqueles pesos históricos e emocionais que me engoliam todos os dias. O dia de terça-feira, ontem, apenas me fez lembrar com um leve lampejo o fato de que eu mesmo não sei como suportei viver quase uma década com mau humor. Foi somente depois das 8 da noite que senti que meu humor estava voltando ao normal, e isso não sem esforço de minha parte no ato de combate-lo. Mau humor é uma desgraça. E pensar que há pessoas que parece que apenas vivem nesse estado! Escrevi isto com dois propósitos. O primeiro é pedir desculpas a todo aquele que tenha sido atingido pelo mau humor no dia de ontem. O segundo motivo é advertir aqueles que se viciaram no mau humor, e que, por tal razão, existem, mas não vivem, pois não há vida nesse chão sem humos. Humor vem de humos. Humos… que fertiliza o chão. Sem humos não há adubo para a vida. Assim como sem humor não há alegria para viver e frutificar. O mau humor não dá frutos de vida para aquele que realiza as coisas. O mau humor não impede de todo a performance, mas aniquila a qualidade de qualquer coisa que se faça. O fato é que o diabo faz a cama dele no leito do mau humor que se instala na alma! Graças a Deus pela existência do bom humor, pois, é dele que vêm os melhores sabores desta vida. Um beijo para todos, _______________________________ Nele, em Quem há tempo para tudo debaixo do sol, Caio