ACERCA DO INCONSCIENTE COLETIVO
E aí meu brotherzaço em Cristo (sinto liberdade pra tratá-lo assim com respeito) Como diria o cara da rádio notícia CBN, Armani Pinto: “Direto ao assunto! Amei sua convicção acerca do assunto dos Etês. Você tratou com a simplicidade costumeiramente profunda sem isolar sua maravilhosidade. É impressionante este saber. Não estaria apto para responder sobre este assunto, por reservas de ignorância e o receio de expressar heresias contra a convicção da fé no Senhor. Eu disse estaria, porque agora percebi mais ainda o que realmente pode produzir nosso Inconsciente Coletivo. Você disse com todo bom senso (ousadia minha dizer isto como quem sabe) aquilo que sabemos sem saber. Isto explica a razão de que em anos idos, quando em Sampa ouvi você pregando, na Igreja do Evangelho Quadrangular (devia ser Circular, mais suave…), não conseguia me conter. Você estava desenvolvendo uma idéia sobre julgamentos humanos no texto em Zacarias Cap 03, onde o sacerdote Josué estava recebendo oposição de Satanás. Bem, você desenvolvia a idéia e aquilo me atingia com uma aprovação incontrolável. Era muito grande para que me calasse; e, então, glorifiquei a Deus antes que você terminasse o pensamento. Eu sabia não sabendo. Loucura para a lógica limitada. Lembro-me que você exortou a que não se glorificasse antes que o pensamento se completasse. Acostumado a ver expressões sem consciência, você fez o certo. Mas, eu, estava em delírio delicioso pela consciência que me adentrava para além daquelas limitações a que tava “acostumado” a ouvir. Hoje, após a leitura desta idéia, compreendo por que sei muitas coisas sem saber. Tive um sonho! Quero narra-lo, e saber como observar isto à luz do teu entender em Cristo? O sonho: A atenção estava inicialmente focada no firmamento. Uma parte específica deste firmamento tremulava como quando se lança um pequeno objeto na água criando pequenas ondas circulares a partir de um ponto. Essas ondas ocorriam porque a partir daquele ponto do firmamento soava um alarme parecido com o de campo de Concentração Nazista, indicando perigo. Do lugar onde eu estava, o que eu via parecia ser uma grande praça; olhava então para minha esquerda. Olhei e vi uma longa avenida, avistando todo seu contorno com prédios ao longe. O som continuava. E, então, como se pressentisse, olhei na direção dos altos prédios ao longe, e vi que pelos menos dois começaram a desabar. Rapidamente olhei para o firmamento, e quando tornei a olhar para os prédios observei que estavam em estado normal. Expectativa. Logo diante de mim, eu via como no interior de um daqueles prédios um grupo de pessoas examinando um homem de pedra caído, num grande hall de um destes prédios. Sabiam aquelas pessoas que aquele ser enorme de pedra estava morto. Então, se dirigiram a mim perguntando o que significava aquilo. De imediato eu estava tão surpreso quanto eles. Então ocorreu o inesperado: saiu de minha boca a expressão como resposta sem saber: É que a segurança das nações será abalada. A partir daí, vi diante de mim nesta grande praça um aglomerado de caixões com bandeiras de nações que os cobriam. Alguém vem em minha direção, aparentemente trata-se de um transeunte empurrando um carrinho com um bebê dentro. Ele me pede: “Por favor, tome conta dele. Eu preciso registrar este momento por ser histórico”. E saiu. Minha primeira reação foi olhar para dentro do carrinho, e vi que o bebê era de origem asiática. Entendi como se fosse japonesa. O sonho acaba… Acordei e pensei sobre aquilo tudo. O sonho se repetira na mesma noite. Foi em 1995. Minha dedução foi: Se isto provém de Deus haverá um abalo naquilo que se tornou a segurança do homem. Sua tecnologia, estrutura e saber. Isto começará pelo Japão (por causa da criança no carrinho). Pois bem, em novembro do mesmo ano, a embaixada do Japão, no Peru, foi invadida por terroristas. No ano seguinte, o Japão desencadeou uma crise de contorno mundial, por causa, pasmemos, de crise financeira. Depois foi tudo uma seqüência… até chegar no fatídico setembro americano. Hoje o que se fala mais entre todas as pessoas é: Não há segurança. Caio, diante do que você expôs sobre o Inconsciente Coletivo, como se discerne este tipo de coisa? Paz e bem, e aguardo sua resposta Pr. Ailton _____________________________________________________________ Reposta: Querido amigo Ailton: Graça e Paz! Primeiramente me perdoe pelo acontecido na Igreja Quadrangular. De fato, muitas vezes na vida pedi para as pessoas darem “Aleluia” com entendimento, e não quando se diz algo como “o salário do pecado é a morte”, e que, muitas vezes, se faz acompanhar de um “Aleluia” por parte de pessoas que dizem “Aleluia” como quem apenas diz “É isso aí!” No entanto, jamais isso aconteceu numa perspectiva pessoal ou individual. No entanto, se lhe conteve em algo muito mais profundo, me perdoe de coração. Sobre o Inconsciente Coletivo. O que você acha que fez com que os soldados dos Midianitas se pusessem a conversar sobre “um pão que girava em torno da tenda do comandante”, e que haveria de “dar contra ela e lançá-la ao chão”? Ora, os Midianitas vinham tomando o trigo de Israel há décadas, ano após ano. E, depois de tanto tempo de roubo e de exposição de trabalhadores à fome, eles próprios, os Midianitas, apesar de mais números e mais fortes, já haviam transformado seu saque anual em culpa acumulada no Inconsciente Coletivo, e de tal grandeza era essa culpa, que eles estavam para experimenta-la voltando sobre eles próprios como fantasmas da noite. Ora, a culpa já se havia comunitarizado de tal modo entre eles, que, agora, o Inconsciente Coletivo dos Midianitas já estava impregnado de uma energia psíquica de auto-destruição. E isto se estabeleceu de maneira tão intensa e coletiva que até os sonhos deles já estavam tomados pela certeza de um juízo que faria com que o trigo roubado virasse um “pão-míssil” caindo sobre eles. Daí Gideão não ter precisado fazer nada, a não ser um pequeno espetáculo de tochas acesas e latões batendo… e todos os midianitas bateram em retirada, deixando tudo para trás, e acabaram por ser aniquilados no caminho de fuga. Quem rouba trigo acaba sendo bombardeado por pão-míssil”! Ou é o caso daquele Gadareno do Evangelho, e que era o para-raio de toda a sua comunidade. O homem era de Geresa, cujo nome procede da raiz de uma palavra semítica que significa “o possuído”, ou ainda “o invadido”. Ora, desde 300 anos antes do “Gadareno” existir que aquela região chamada de Decápolis estava sempre sob alguma forma de ocupação estrangeira, tendo sido possuída de modo alternado pelos Selêucidas e Ptolomeus, e, depois, pelos Judeus—depois da Revolta dos Macabeus—; sendo que 90 anos antes daqueles dias, os Romanos ali se haviam postos como senhores; e mais que isto: naqueles dias havia uma Legião Romana acampada na região, promovendo um regime de exceção e controle. Não é à toa que os habitantes de Geresa tenham gostado tão pouco do fato de Jesus haver “libertado” o homem de seus “espíritos imundos”, os quais entraram nos porcos e os arremessaram para dentro do lago, onde se afogaram. O homem quebrava correntes feitas para serem quebradas, arrombava cadeias feitas para serem arrombadas, e era alimentado por alguém ou alguns, ainda que fosse declarado um perigo. Ou seja: havia uma cumplicidade inconsciente entre a cidade e seu possesso. E por que? Ora, num ambiente de opressão contínua, o volume acumulado de sentimentos de loucura e dor é muito grande; e tal acumulação acontece no Inconsciente Coletivo. E é assim de tal modo, que acerca daquele Gadareno, se pode dizer que ele estava possesso de espíritos malignos tanto quanto estava possesso da Loucura Coletiva, e dos sentimentos de opressão reprimidos nos psiquismo individuais, e que, como conseqüência, se armazenaram no Inconsciente Coletivo daquela grande comunidade formada por 10 cidades. Daí, quando Jesus perguntou pelo nome dos espíritos maus, a resposta ter sido “Legião é o meu nome, porque somos muitos”. Havia uma Legião Romana no lugar. Eles eram muitos. E, como resultado, havia uma Legião de espíritos malignos e de psiquismos humanos que se misturavam na região. É por essa razão que os espíritos rogam a Jesus que não os mande para fora do país. Sim, como eu disse em vários outros lugares, a serpente se alimenta do pó da Terra, assim como os principados e potestades se alimentam da poeira da produção dos humanos. A cultura, a produção psíquica individual e coletiva, são o “país”, o ambiente dos principados e potestades. Desse modo, não há como separar os eventos históricos dos espirituais, posto que toda ação humana gera um grande volume de carga psíquica que se acumula esperando sempre a hora de se derramar gerando novos fatos históricos que alimentarão a continuidade do processo. Em meu livro “Batalha Espiritual” eu falo mais extensivamente sobre o tema. Quanto ao seu sonho, sem dúvida que ele está carregado de arquétipos apocalípticos. Se os humanos prestassem mais atenção no que sonham—conforme faziam os antigos—, notariam que há muito mais informação que nos está sendo comunicada pelo Inconsciente Coletivo do que se imagina. Mas a noite dos humanos está esquecida de seus próprios sonhos! Eu apenas recomendaria a você que não tentasse fazer leituras tão literais, dando preferência sempre a uma leitura mais ampla dos arquétipos do sonho. Por exemplo: um japonês não é necessariamente um japonês, mas sim, na maior parte das vezes, a representação de alguma coisa, podendo ser até mesmo da Ásia toda, ou, quem sabe, de um certo espírito ou poder que de lá se origina ou procede, ou que em você se associe a algo que você sente como asiático. Isso, é claro, sempre depois de perguntar o que o tal sonho pode ter a ver diretamente com sua vida psíquica e emocional. “Estátuas que falam” são estátuas de pedra que perderam o seu poder. É uma simbolização poderosa do poder humano que se desumaniza e que, por fim, acaba por se auto-destruir. Sugiro que você reexamine seu sonho à luz de uma visão mais ampla, e que comece se perguntando “o que eu posso ter a ver com isto”; para, então, depois, olhar numa perspectiva mais ampla a possibilidade de que o sonho seja profético. Todavia, é bom buscar também lembrar quais foram as emoções e sentimentos que o sonho causou em você. Digo isto porque já tive muitos sonhos que me pareciam proféticos, e que eram, de fato, extremamente psicológicos, expressando apenas a tentativa de meu inconsciente de me contar alguma coisa acerca de mim mesmo, e não acerca do mundo. Receba meu carinho! Nele, que fala conosco também em sonhos, Caio