—–Original Message—–
From: Amiga dos Cinco Ministérios!
Sent: sábado, 16 de agosto de 2003
Subject: Cinco Ministérios!
Atenção: Vou começar respondendo “dentro do corpo” do seu e-mail. Ok?
Caio
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Mensagem:
Olá… Estive olhando seu site, e não acreditei no que eu vi. Parece até que fui arrebatada. Não sei se na verdade tudo é maravilhoso como parece no site, mas a proposta é excelente. Na verdade estava navegando, e uma pessoa me falou de você; e embora seja nova convertida, já ouvia falar em teu nome desde criança.
Tudo o que eu li parece ter saído diretamente de meu punho e coração. A minha pergunta é: O que você acha dos cinco ministérios?
Resposta: São dons do Espírito, não são títulos.
A PALAVRA de Deus não é que os cinco trabalhem unidos até que o corpo chegue a varonilidade plena, a unidade de fé? Creio que ainda não chegamos neste ponto.
Resposta: É claro que ainda não chegamos nesse ponto, e nem chegaremos com essa guerra de títulos que aí está instituída.
Falo de Ef. 4:11 a 13. E o objetivo disso, não é o aperfeiçoamento dos santos para o serviço?
Resposta: Estamos falando de dons e ministérios. E ministério é serviço, não privilégio. Quem tem dons, que os exerça. Quem deu foi o Espírito, visando a um fim proveitoso.
Por que os Pastores assumiram o comando de tudo sozinhos e se tornaram “o ministério superior”?
Resposta: Porque os “Pastores” sofreram do mal que hoje se abate de modo ainda mais devastador sobre os atuais “Apóstolos”.
Por que se tenho um chamado de Deus para ser Evangelista, e quero fazer um seminário para melhor servir a Deus e a meus irmãos, recebo o título “pastor”?
Resposta: Se você tem o chamado, anuncie o Evangelho. Se você quiser ir ao seminário, vá. Nenhum pastor pode impedir você de cursar uma Faculdade Teológica. Mas isso, se você desejar.
Eu só entrei em seminários e faculdades teológicas pra dar aulas. E, francamente, nunca senti falta de ter estado assentado lá; e também nunca fui impedido de fazer nada por não ter sentado naqueles santos bancos.
Espero apenas saber o que você pensa disso. Perdoe-me se fui muito intensa ou até mesmo agressiva. São feridas que serão curadas.
Obrigada. Ah, mais uma coisa: mesmo não te conhecendo, te admiro, pois, reconheço que você ama a Deus… e é isto o que importa. Tenho aprendido que quando amamos a Deus, o alegramos muito mais do que quando somos “100% santos” por obrigação e religião… legalismo.
Um abraço,
Continuando a Responder:
O Corpo de Cristo é um organismo vivo, não uma organização, com títulos, funções pré-definidas, e sacerdócios oficializados. A mão não pede unção de mão para ser mão. O pé não busca ordenação de pé a fim de ser pé e poder andar. Os olhos não precisam de uma ordem para ver. Nem o coração necessita de uma reunião de concílio de todos os membros, a fim de decidir se bate ou não.
Esses Cinco Ministérios, do jeito que hoje se os apresenta, já são brincadeira. O Corpo não precisa apenas desses Cinco. O Corpo precisa de si mesmo, pleno e no todo.
Oficializar esses Cinco, entenda, é mais uma outra nova-velha questão de poder. Quem é, é! Não precisa ser incluído num pacote, a fim de ser.
Apóstolos não inventam novas visões. Eles são os guardiães do Fundamento Imutável, lançado pelos únicos apóstolos que falaram de modo semelhante aos profetas, e que foram estabelecidos por Deus como aqueles que seriam a base da consciência da Igreja.
Quando você vir um carinha se auto-definindo como apóstolo, saiba: ele não é.
Quando você vir uma “apostolinho” lançando moda que os Apóstolos do Novo Testamento não praticaram, saiba: ele não é um apóstolo.
Quando você vir um “apóstolo” sendo tratado pelo “título” de apóstolo; e se, além disso, ele se sente superior aos demais irmãos, em razão da “ordenação que lhe conferiu o título”, saiba: esse cara não tem a menor idéia do que seja viver um ministério apostólico.
Cada ministério do Espírito para edificação do Corpo de Cristo tem que ser exercido e praticado com naturalidade e amor. Não há apenas esses Cinco. E veja, o único que hoje é objeto de discussão — e que trás os demais temas de discussão a reboque — é o de apóstolo.
E por quê? Porque houve entre nós — e há — alguns que saíram por aí se dizendo apóstolos. O que eles querem é exercer a primazia. São um bando de Diótrefes, conforme o apóstolo João. Eles não cuidam nem da Palavra e nem do Corpo. Eles estão preocupados é com poder, com força política e com o estabelecimento de seus próprios impérios. Não conhecem a Palavra. Pregam heresias. A Cruz de Cristo não é glorificada em suas vidas. E seu deus é seu próprio ventre.
E mais: eles querem transformar aquilo que é singelo e sem aparência visível, em algo pomposo e que dá glória a eles, não a Deus.
Eles todos juntos não suportariam um encontro comigo na mesma sala, auditório ou teatro. Eles sabem que eu sei qual é a deles!
Quanto ao mais, que quem evangeliza o faça com amor; quem ensina, que o faça com zelo; quem exerce profecia, que o faça com dependência do Espírito e buscando a edificação da igreja; quem realiza milagres, que o faça sem propaganda.
Por último, quero dizer que todas as vezes que se tenta institucionalizar aquilo que Paulo diz que é orgânico, e que nasce naturalmente da obra do Espírito, as coisas acabam sempre como elas já estão entre nós: um caos; uma horrorosa e medonha fogueira de egos e de vaidades malignas. O fim disso é a morte da pureza e da singeleza devidos a Cristo Jesus.
Receio que Satanás esteja nos enganando. Leia I Coríntios 12 a 14 e também Romanos 12, com calma e oração. Depois me diga se você precisa de ordem humana para ser quem Deus fez você ser no Seu próprio Corpo. Dons aparecem, os sábios se deixam usar, e o fazem sem jactância.
E tem mais: todos os ministérios do Espírito para edificação do corpo de Cristo, jamais deixaram de ser realizados. O nome não é importante. O nome acaba virando título, e o titulo é uma desgraça que acaba gerando arrogância.
Nós não precisamos de “apóstolos”, precisamos de Fundamento. Não precisamos de “mestres”, precisamos de Ensino. Não precisamos de “evangelistas”, precisamos de Boas Novas. E assim vai…
Um abraço carinhoso,
Caio
16 de agosto de 2003
Copacabana
RJ