“ANTES E DEPOIS DE CAIO” – é isso mesmo?

 

 

 

 

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From:ANTES E DEPOIS DE CAIO” – é isso mesmo?

To: [email protected]

Sent: Tuesday, August 14, 2007 10:42 AM

Subject: Você é ou não o antes e depois?

 

 

 

Reverendo Caio,

 

 

Sou de uma das várias gerações de pastores influenciados pelo senhor.

 

No meio dos pastores era costume dizer que a igreja no Brasil era antes e depois de Caio.

 

O senhor concorda com isso?

 

Sei que não é uma pergunta muito fácil de ser respondida com honestidade… Tem  a tal da modéstia… A humildade… Não se louve a si mesmo… Etc. Mas se puder me responda. Quero ouvir sua opinião madura.

 

Obrigado.

 

Celso

 

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Resposta:

 

 

Celso meu irmão: Graça e Paz!

 

 

 

Lembro de você em muitos lugares e situações. Antes de tudo receba meu abraço, em resposta ao seu PS.

 

Minha resposta madura é tolice de analise histórica, o que não tem qualquer sentido diante de Deus; pois somente Ele sabe quem é quem em cada geração — e, em geral, isso está distante das evidências e das obviedades historicamente perceptíveis.

 

Assim, com tal ressalva sincera, digo:

 

Sim e não.

 

Sim se apenas se pensar no que e como muitos evangélicos sinceros se sentiam antes, e como minha vida e ministério deram a eles ousadia e muitos sonhos, por muitos anos.

 

Sim se levarmos em consideração o amor por Jesus que invadiu o coração de milhões, em razão da Palavra que ouviam e pelo modo como viam que ela era tratada em minha vida, como homem.

 

Sim se a onda de alegria no testemunho que dominou a muitos for imputada a tais influencias, de tantos e variados modos.

 

Sim se isso tiver a ver com ter visitado quase cada cidade, grande e pequena, em todos os estados, por anos; pregando, orando com os aflitos, ensinando aos que ensinavam, e usando a mídia “secular” para evangelizar.

 

Sim se o respeito granjeado de todos os lados (algo inédito entre os evangélicos, sempre sob suspeições injustas e justas também) for imputado ao que Deus livremente fez me usando; pois, nunca pedi nada a ninguém; menos ainda fiz trocas ou barganhas.

 

Sim se o afeto reverente que tive de toda a sociedade brasileira for sinal dessa marca.

 

E algumas outras coisas…

 

Não se levarmos em conta que esses milhares (entre pastores) e milhões (entre o povo) me desconheceram em dois segundos, e me trataram como os pagãos tratavam seus totens em desgraça.

 

Não se levarmos em conta que muitos dos que eu cria que, tristes certamente, estariam no mínimo próximos, tornaram-se distantes, silenciosos, e, depois, judiciosos.

 

Não se pensar que alguns dos que se diziam meus “filhos” foram os mais ardilosos e perversos em seus intentos.

 

Não se julgarmos o estado no qual a “Igreja Evangélica” ficou do dia para a noite; especialmente de 1998 para cá; sinal de que pouco da Palavra havia entrado nas pessoas.

 

Não se virmos o cinismo profissional que se abateu sobre muitos dos que se diziam meus discípulos mais engajados.

 

Não se lembrarmos que meu nome virou anátema até nas bocas mais proféticas.

 

Não se apenas virmos que ensino o que sempre ensinei, e eles dizem que enlouqueci; assim, pois, de duas uma: ou nunca de fato me haviam entendido; ou, pior ainda: entenderam, mas amaram mais a oferta do que o altar que santifica a oferta.

 

Não em razão de que eles se tornaram muito mais discípulos de seus próprios interesses e cobiças pessoais, do que comprometidos com o que dizem crer.       

 

Não pela simples razão de que eles demonstraram não ter entendido nada do Evangelho; sendo que tenho a história, escrita, documentada, fartamente embasada, e que mostra que nunca preguei nada que hoje não pregue e ensine; só que com toda liberdade no Espírito, conforme tenho ensinado.

 

Não porque eles não me ouviam, eles apenas se orgulhavam de mim; e do modo mais tolo, vaidoso e fútil possível; porém, só agora, entre amores e ódios, é que estão me ouvindo, para uns soando como música dos céus, para outros como o réquiem de suas almas.

 

Eu, todavia, não vim para nada disso, mas apenas para pregar a Palavra; e é isso que farei até o fim.

 

E sábio é quem der ouvidos não a mim, mas à Palavra da Verdade.

 

Meu coração está longe dessas coisas. Reputação, importância histórica, reconhecimento, honra, dignidade reconhecível, reverencias, juízo humano, prestigio humano, ou qualquer dessas coisas (se antes quase todas elas já me eram tolas), hoje me são refugo; esterco mesmo.

 

Já fui considerado quase tudo de bom aqui (durante décadas) e também tudo de mal (para os muitos pastores, de 98 em diante).

 

Exageraram tanto na medida de qualquer que fosse a tristeza, e partiram para o ódio; e o Senhor viu; e não fez silencio.

 

Minha significação vem de Deus, e não de reputações ou reconhecimentos humanos. Ou não exatamente isso que Jesus ensinou? Ou será que Seu ensino se nos tornou insuportável?

 

Houve apenas uns seis ou sete dos antigos companheiros que não me negaram. Os demais, pelo menos no principio, fugiram de dizer que do meu pão comiam; e muitos passaram a desejar todo o fracasso do mundo a mim. Mas o Senhor viu e vê.

 

Tudo isso é tolice. O que importa é que estão todos perdoados; e, no que me diz respeito, estão todos condenados ao amor de Deus para todo sempre. Amém.

 

 

 

Nele, que divide pelo simples ser — uns entendem, outros não,

 

Caio

 

14/08/07

Manaus

AM