APESAR DE “PAPAI”, O PAI CUIDOU DE MIM
—–Original Message—– From: APESAR DE “PAPAI”, O PAI CUIDOU DE MIM Sent: terça-feira, 30 de dezembro de 2003 17:41 To: [email protected] Subject: Contato do Site : Confidencial Mensagem: Reverendo Caio, Este é apenas um desabafo. Tenho muitas dores internas e não sei como lidar com elas. Minha vida foi muito atribulada por causa do meu pai. Meu pai se separou da minha mãe quando eu tinha 4 anos de idade. Minha mãe foi morar com minhas tias (3 mulheres no total) e durante todo o meu crescimento meu pai nunca participou. Pelo contrário. Quando muito o que fazia era entrar em minha vida para me punir por alguma coisa que tinha feito e que ele não concordava e depois saía de novo. Me espancou quando eu tinha sete anos, me deixando com hematomas no corpo inteiro, por que eu tinha comido na casa do zelador do prédio na época em que morei com ele por dois meses. Tirando esses intervalos em que tinha que morar com ele, eu era criado com muito amor e respeito pela minha mãe e crescia na Igreja. Infelizmente, apesar de ser uma mulher de luta ela nunca conseguiu impedir a ação destruidora do meu pai na minha vida e negar a ele esses arroubos. Em um outro episódio, já com 13 anos, meu pai queria de qualquer jeito que eu emagrecesse e me levou mais uma vez para morar com ele. Me espancava e me deixava 3 dias sem comer, para que eu emagrecesse pois ele dizia que “gordos não são nada na vida” e dizia que “se envergonhava de ter um filho como eu”; enquanto isso ele estava partindo para o quinto casamento (ficava em média 4 anos com cada mulher pois tinha várias amantes paralelas) e o sétimo filho. Meu pai ficava pulando de emprego para emprego, pois sempre brigava e criava problemas, nunca tendo tirado férias em sua vida, pois nunca completou 1 ano de casa em lugar algum. Nessa época eu repeti a oitava série pois fugia em vez de ir ao colégio e ficava na casa de minha mãe. O resultado de tudo era que eu não emagrecia e ele um dia cansado de sua tática dar errado me levou de volta para a casa da minha mãe e disse na frente da família que eu não era mais filho dele e que nunca mais queria ter alguma coisa a ver comigo pois eu era o erro da vida dele. Passaram-se cinco anos sem falar comigo e de repente voltou a minha vida dando ordens e dizendo que eu seria um fracasso profissional. Nessa época me pediu dinheiro (estava trabalhando e fazendo faculdade então podia emprestar. Emprestei a quantia e ele desapareceu) e sumiu. Sumiu de novo por mais cinco anos. Pensei que tinha melhorado e quando ele voltou a manter o contato, fiz questão de apresentar minha atual esposa. Ele disse que não gostava dela e que eu ainda ia ser um fracassado, colocando defeito em todos os aspectos da minha vida. Hoje tenho 32 anos, sou gordo, sou executivo de uma das maiores multinacionais do mundo, falo inglês, alemão, e estou casado há alguns anos. Ele agora tem me ligado constantemente para pedir dinheiro e para pedir que eu ajude a criar o meu irmão (o sétimo filho) que está em idade escolar e precisa de ajuda para estudar. Credito meu sucesso atual e minha sanidade em primeiro lugar a Deus, pois teve misericórdia de mim; às minhas mães (minha mãe e minhas duas tias), e a criação na igreja, que me proporcionou fé e princípios dentro de um ambiente que é minha âncora. Sempre fui ativo na igreja, me envolvendo com vários ministérios, mas de uns tempos para cá tenho vivido uma fé morna. Tenho evangelizado pessoas no trabalho e tenho conseguido resultados, mas sinto que está faltando alguma coisa. Estou precisando de uma experiência do coração aquecido que mate os micróbios que estão me corroendo. Sinto uma dor muito grande por não ter tido um pai. Por ter sido esmagado e humilhado freqüentemente e consistentemente durante minha infância e adolescência. Hoje, às vezes, estou na igreja e uma canção ou uma menção a paternidade me fazem chorar copiosamente e não consigo me livrar desse passado. Estou vendo um filme em casa e se aparece uma cena onde estão pai e filho, começo a chorar. Isso é uma sombra em minha vida. Tenho buscado ao Senhor constantemente para que Ele me livre desta sombra, mas não tenho tido livramento. Isso me causa insegurança, tristeza, dor e principalmente amargura constante que por vezes fica adormecida e esquecida, mas nunca se apaga. O principal é que hoje tenho medo de ter filhos pois tenho medo de cometer os erros do passado e de transformá-los em mim. Sei que devo procurar ajuda profissional para lidar com essas questões, mas estou demorando a fazer. Sempre acho uma desculpa. O que devo fazer ? ____________________________________________________________ Resposta: “Não vos deixarei órfãos…”—Jesus. Amigo querido: Os Órfãos Movem o Mundo! Você sabia que a incidência de personalidades humanas importantes na História tem nos órfãos seu grande diferencial e abuso estatístico? Ou seja: há proporcionalmente muito mais gente órfã que influenciou a História do gente que teve pai, mãe e todos os confortos. O profeta Isaías já profetizava que a mulher estéril teria mais filhos do que aquela que podia dar a luz fisicamente. Os órfãos são os filhos da mulher estéril, numerosos, e escravos da esperança… Você honrou seu pai e sua mãe! Honrar pai e mãe é sobretudo melhorá-los em nós mesmos, é não adoecer de suas doenças, é apresentar uma humanidade que transcenda as limitações deles. Por isto esse é o mandamento “com promessa”. Quem honra pai e mãe vai bem em tudo o que vier a fazer. Todas as vezes que ouço uma história como a sua, celebro a Graça de Deus! Agora é a Hora da Cura! Deus trouxe você até aqui…e vai continuar levando você em Graça. As estações anteriores foram todas “próprias”. Você cresceu e se tornou independente. Hoje pode até ajudar a quem não ajudou você: isto será agradável aos olhos de Deus! Mas há mais a fazer. Agora é tempo de esquecer. Esquecer coisas que para trás ficaram…e prosseguir para as que estão adiante de você…e serão ainda muitas suas conquistas. José teve dois filhos no Egito: Manasses e Efrain. Manasses significa “esquecimento”. Efrain significa “dupla frutuosidade”. Esqueça e frutifique muito mais ainda! Sua chance de honrar pai e mãe prossegue… Agora não é apenas uma questão de ser filho. Agora você terá o privilégio de ser pai. Ser pai…essa era a coisa que eu mais deseja ser desde de menino. Com certeza porque eu via o prazer que meu pai tinha em ser meu pai, em me ter como seu filho. Eu desejei sentir o mesmo. O problema de ser pai—digo: para um homem como você—nunca está em como a gente tratará os filhos. Você sabe que não será JAMAIS a repetição de seu pai para nenhum de seus filhos—os que Deus lhe der! Ser pai trás dores. Outras dores. Todas boas. Abundantes em sabedorias. Os filhos nos ensinam sobre nossa impotência e sobre nossa necessidade de Educar e Confiar. Eles nos relativizam sempre. Vão da total dependência à total independência. Até que chega o dia em que eles nos vêem. E como é bom esse dia! Eles nos descobrem. E como é bom quando eles se assustam positivamente com a gente! Será útil que você procure ajuda terapêutica apenas para abrir esses casulos e deixar essas borboletas voarem. Faça isto logo! Que essa seja sua meta de para este ano! Não tenha medo. Quem trouxe você até aqui promete que nunca jamais o desamparará! CONFIE E VÁ! Receba meu beijo carinhoso! Nele, que não nos deixou órfãos, Caio