—– Original Message —–
From: APRENDENDO A PROSSEGUIR… ainda que só!
Sent: Tuesday, January 09, 2007 12:18 PM
Subject: aprendendo a prosseguir…
Prezado Caio!
Acabei de dar uma passeada pelo seu site e admito, tive uma grata surpresa. Ao ouvir seu nome,de pronto eu já relacionava ao Dossiê Cayman e tudo o mais. Mas também não dava muita bola. Não porque lhe dava ou não razão. Na época pouco me importava com o ocorrido, de uma forma geral.
Enfim, não dava bola porque na mesma época eu me encontrava no meu próprio processo de saturamento com Igreja (no caso, Batista; filho, neto, bisneto de batistas).
O caso foi que, ler alguns de seus artigos, me fez sentir menos monstro com relação a minha fé.
Explico: após ter sido, por vários anos a fio, um evangélico mais compelido do que chamado, acabei, inevitavelmente, explodindo; posto que todos os desejos, anseios e dúvidas que habitam na mente de um jovem de 20 e poucos anos (na época) não resistiram à forma engessada do ambiente evangélico onde estava inserido.
Foi um período difícil, onde as lembranças de igreja, fé, Cristo, sempre vinham acompanhadas de culpa. Como não bastasse, nenhum de meus amigos “evangélicos” conseguiu manter amizade comigo, então tachado de desviado.
Passaram-se vários anos, envelheci um pouco, formei-me e, pela Graça de Deus, percebi que, embora não mais vinculado ao grupo evangélico, ainda sentia o amor de Deus; a verdade da morte de Cristo.
Com isto não espero passar por um cristão renascido, exemplar, muito pelo contrário. Tenho um milhão de coisas para me acertar com Deus.
O caso é que eu penei um bom tempo para me libertar de religião, de posições absolutamente superficiais e burras, inculcadas em mim desde criança; e, por fim, do sentimento de culpa; não aquele que se sente quando se peca, mas aquele clandestinamente injetado pelos chamados evangélicos que me rodeavam.
Hoje, tenho certeza de poucas coisas; a não ser que Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida, que ninguém “vem ao Pai” senão por intermédio Dele; e dentro desta simples verdade tento viver.
Infelizmente, por estar saturado de tanta evangeliquece, não consigo me adaptar a qualquer igreja que acredite nisso.
Uma vez que você passou por tanta coisa, foi julgado e execrado de tantos meios evangélicos e, pelo que observo de seu site, prosseguiu ainda mais forte, lhe pergunto como você conseguiu prosseguir com outros irmãos, em comunhão, não mais pertencendo a igrejas, nem ao “meio evangélico”?
Penso que sua experiência talvez me ajude a encontrar um lugar onde possa viver o cristianismo com outros irmãos… sem babaquices, sem preconceitos, sem “evangélicos”.
Atenciosamente,
C.R.B.
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Resposta:
Meu amado amigo na fé e na única certeza: Cristo em nós é a esperança da Glória!
Você disse que hoje não tem muitas certezas, exceto que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida, e que ninguém “vem” ao Pai se não por Ele. Mas pergunto: O que mais é necessário? O que mais há a acrescentar a tal certeza? Ou: O que mais interessa? Sim! Porque quem tem essa única certeza tem tudo; mas quem não a possui, mesmo que tenha muitas outras “certezas”, está certo de nada!
Dou Graça a Deus pela obra do Espírito Santo em você — constante, permanente, essencial e imorredoura!
Quando o tal Dossiê Cayman aconteceu, com ele outras coisas piores e mais malévolas vieram juntas.
Veja: o próprio ex-presidente Fernando Henrique espontaneamente pediu que o seu ex-secretário, Eduardo Jorge, fosse depor em meu favor. O que de fato veio a acontecer no ano que passou. Entretanto, os “líderes evangélicos” que não me suportavam pelo que eu sou e dizia (e digo) — derem graças aos seus “deuses” pelo que me estava acontecendo; ou seja: pelo que eles consideraram ser a minha morte!
Desse modo, em relação a mim, houve mais Graça no FHC do que nos líderes dos “evangélicos”.
Assim, pior que o Dossiê, foram as ações dos “irmãos da morte” e dos “amigos da onça”.
Fizeram tudo o que puderam para me fazer ser uma página virada e em branco!
Desse modo, o que fiz a vida toda foi trocado pelo meu dia mau. Sim! Até hoje eles fazem tudo o que podem para me “congelar” em 1998. Deus, porém, não me congelou, antes, me aqueceu, e me deu forças e vontade de viver para Jesus mesmo que fosse contra tudo e todos. Sim! Nasceu em mim uma disposição primitiva, como se eu fosse um ser só, mas sem precisar de nenhuma companhia além da dos três que são Um: o Pai, o Filho, e o Espírito Santo!
Esta é a Vitória que vence o mundo, qualquer mundo, até o mundo dos “evangélicos”, até o “Cristianismo”, até o Templo, até os sumo sacerdotes, até o diabo — pois, quem me banca é poderoso, e no Seu amor não há medo!
Na realidade, humanamente falando, minha maior ajuda veio daquela que hoje é a minha mulher. Ela já me acompanhava há vinte anos. Lia tudo. Ouvia tudo. E levava o povo da comunidade que ela, sob a liderança da Silvia, pastoreava na Urca, a me ouvir sempre que eu pregava no Rio — sem falar que o programa de televisão Pare & Pense era objeto de assistência carinhosa e ávida da parte dela.
Ora, quando 98 aconteceu…— ela brigou com todo mundo.
“Vocês estão loucos! Ou vocês acham que aquela Palavra jorrava daquele homem sem afetá-lo? Vocês crêem que alguém pode ter aquelas revelações e ficar a elas impermeável?” — dizia ela entre outras coisas, “saindo no pau” com o mundo dela.
Até o dia de conhecê-la, de ser apresentado a ela (dia 5 de junho de 2000), eu dizia que não pararia de escrever sobre a fé, mas que não queria proximidade com “igreja” alguma, exceto a Catedral Presbiteriana do Rio, a qual, por intermédio de seu pastor, meu amigo Guilhermino, jamais deixou de ser solidária, na prática, inclusive ajudando no meu minguado sustento.
Mas foi a Adriana, juntamente com a Silvinha, que me forçaram a pregar. Nem respeitaram o que eu estava dizendo. Apenas anunciaram que eu pregaria lá. E eu fui…
Depois foi meu velho paizinho…
Ele me incentivou a começar algo em Copacabana, e levantou o dinheiro para que eu pudesse comprar o ponto e adquirir as coisas necessárias ao lugar de reuniões. Além disso, ele e uns amigos dele sustentaram o lugar nos primeiros meses. Pai é pai! E o meu é!
Davi, meu filho, também ajudou muito, tendo dirigido a música por um tempo; até que foi, a pedido meu e da Adriana, cuidar da vidinha dele, o que, pela Graça de Deus, aconteceu com muita benção e prosperidade. Meu filhote Lukas, hoje no céu da Glória, também ajudou no bar do Café com Graça. E Adriana, já minha mulher, cuidava dos detalhes. Eu apenas ia e pregava…
Logo depois de começar a pregar, que era o que eu fazia mais que quase todos…— desde os 18 anos de idade, a alegria foi voltando… Lentamente. Mas foi retornando…
Até que explodiu!
Entretanto, foi pela insistência do Robson, um amigo de São Paulo, e que me doou um site (este www.caiofabio.com), que eu senti a alegria voltar aos borbotões.
No início era como estar só, exceto pela Adriana, os filhos e alguns amigos, como o Paulo Leite, o Guilhermino e o Washington.
Ouvi toda sorte de impropérios. Maldiçoes abundavam. Falastrões me desossavam na televisão e no rádio. Artigos sobre mim eram escritos por “amigos da onça”. E os que antes comiam no meu prato, agora, levantavam contra mim o calcanhar.
Até agressão física sofri…
Sim! Num domingo à tarde, passeando com Adriana e Ciro, numa praça pública, cheia de gente, um cara de Bíblia na mão, grande e forte, veio por trás e me deu um tapa nas costas. Pôs o dedo na minha cara e disse: “Jesus mandou eu dizer que você está em pecado!”
Eu peguei o dedo dele e torci. Segurei o bicho e disse a ele que Jesus era meu amigo; e que o que ele estava fazendo tinha o patrocínio dos Jornais e das Televisões; da mídia, das notícias, dos “evangélicos”, dos Malas e dos Faiais, etc. — mas não de Jesus.
E mais: dei umas “sacudidelas” no homem.
Ele, então, começou a pedir para eu ficar calmo. “Calma reverendo!” — pedia ele, pálido, apavorado.
A ele, porém, eu disse: “Quando Jesus me manda fazer ou dizer algo, eu vou até à morte. Você não agüenta uns ‘paus’ por amor a Ele? Não foi Ele quem mandou você me bater e enfiar esse dedo na minha cara? Agora, meu irmão, já que você não conhece o Evangelho da Graça, eu vou ensinar a você primeiro o dos Gracie”.
O homem bateu em retirada e a Praça toda vibrou.
“Dá nele reverendo!”—alguém gritou.
Outro disse:“Pastor, o livro é bom, mas a mensagem do homem é ruim. Ele passa o dia nessa praça acusando as pessoas. Pau nele!”
Voltando ao assunto…
Preferiam-me calado para sempre do que ver pessoas encontrando Jesus pela Palavra que Ele pôs em minha boca; pois amam mais a gloria dos homens do que a Vontade de Deus. São filhos do mesmo espírito que matou Jesus, pois, não podendo negar que o que Nele acontecia era de Deus, optaram pelo homicídio do Milagre.
Afinal, eles são os “deuses” desse falso “Deus” que eles dizem servir entre sentimentos de ódio, de amargura, de cobiça, de inveja e de morte.
Para esses a Cruz só existe para eles usarem-na nos outros, como morte; e nunca como Vida e Graça!
Entretanto, o que eles não sabiam é que Deus me falara que me desconstruiria e me refaria outra vez. Sim! Durante todo o ano de 97 fui visitado por Deus em sonhos e sonhos, os quais me contavam, por símbolos, essa história que hoje relato a você.
Eu, o “Caio Fábio dos evangélicos”, tinha de morrer muito bem morrido; pois, somente salvo dos grilhões “evangélicos” é que eu iria poder servir a Deus em total liberdade, como hoje acontece.
Assim, meu mano, deve também ser com você e com todos. Um, dois, três — e Ele está em nosso meio. E se Deus é por nós, quem será contra nós? Sim! Quem?
Não sei onde você mora. No entanto, entre no meu site e veja a lista de grupos e Estações do Caminho da Graça; e, em havendo um grupo em sua cidade, una-se a eles; pois, certamente não haverá babaquice; e se houver, me fale, pois, não sou dono de nada, mas lidero sob a Ditadura do Evangelho da Graça.
Leia o site. Ouça a radio dele. E, em pouco tempo me escreva outra vez, pois sei que você haverá de encontrar o que procura.
Receba meu beijo e todo meu carinho!
Nele, que nunca deixa Seus filhos, nem quando estão deitados no coração do abismo,
10/01/07
Lago Norte
Brasília