Atas do Sexo, e alguns importantes anais!

—–Original Message—–
From: Mulher Crente
Sent: sexta-feira, 8 de agosto de 2003
To: [email protected]
Subject: Sexo Oral ou Anal

Mensagem:

Olá Pastor Caio, a paz de Jesus!

Gostaria de saber o que o senhor acha do sexo anal, e do sexo oral, qual seu ponto de vista a respeito?
Segundo a Bíblia é pecado?
É abominação para Deus, como muitos dizem por aí??
Andei lendo alguns artigos evangélicos a respeito do assunto (por curiosidade), e ao que me pareceu, essa prática é considerada um pecado terrível no meio da igreja.
Será???
Onde esta escrito?
Gostaria que o senhor me esclarecesse melhor.
Um casal (crente) deve abominar essa prática do seu relacionamento sexual?


Agradeço desde já
Um abraço
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Resposta:

Minha irmã:

Pecado terrível não vem da região anal, vem do coração, de onde procedem não anais desígnios, mas mau desígnios—conforme Jesus.
E o pecado da língua não é sexual, mas é o uso perverso e mentiroso da língua para destruir toda uma carreira humana—conforme o irmão de Jesus, Tiago.
A Bíblia não fala disso.
Pecado sexual a gente comete até transando com o conjuge que a gente não ama, às vezes, até detesta.
E há muita mulher que transa com o marido e vai pro banheiro vomitar, até de culpa!
As mulheres sabem do que estou falando!
A Bíblia não se refere ao que um homem e um mulher devem fazer na cama.
Não há descrição de “posições sexuais” boas ou más na Bíblia.
Há sim, em Cantares de Salomão, a afirmação de que a genitália da esposa era o copo de vinho do marido. Mas o pudor dos “tradutores”, mudaram a zona descrita para uma região uns poucos centímetros acima da genitália, e traduziram por “umbigo”.
Sobre como o cristianismo é sexualmente uma religião doente, recomendo a leitura do livro “Eunucos Por Amor ao Reino de Deus” (você pode achá-lo nas boas livrarias seculares).
Prosseguindo:
Depois que Paulo diz que o corpo do marido não pertence a ele, e sim à sua mulher; e que nem o corpo da mulher pertence mais a ela, mas sim ao seu marido; fica difícil desejar criar zonas proibidas no corpo.
Daí em diante passa a ser apenas questão de gosto mútuo, como em toda a relação sexual.
Daí também a maioria das mulheres que já foram casadas com homens que elas não amavam, terem ficado a vida a toda no Missionary Position, até que encontram—seja pela viuvez, seja pelo divórcio—, o homem de sua vida, e, assim, pela primeira vez, foram de fato completamente conhecidas.
Nabal não conheceu sua “esposa” Abigail.
Davi, que veio a desposá-la após o enfarto do malvado, com certeza conheceu Abigail completamente.
Por isto, é que a experiência ensina o seguinte:
Uma mulher que não quer se dar toda, é porque ainda não encontrou tudo.
Quem encontra, não restringe; e, muito menos, tem qualquer grilo sobre o assunto.
Quem está grilada (o), é porque ou ainda está sob muita neura religiosa; ou porque está se escondendo atrás da Bíblia pra não conceder intimidade a quem não ama tanto, ou nem ama; ou mesmo porque pensa que Deus está preocupado em diminuir o prazer humano.
Portanto, que ninguém se entregue a quem não ama de verdade.
A promiscuidade nasce da banalização do encontro sexual.
Me se houver amor, vá firme e seja muito feliz.
Quem proíbe, geralmente é porque não tem, e gostaria de ter; ou, não quer ter com quem tem o direito da intimidade; e , por isto, não quer que mais ninguém tenha; ou proíbe porque está apenas expressando sua própria doença sexual como proibição para os outros.
Tem tarado de todo tipo!
E mais: 80% dos crentes que estão lendo esta resposta, fazem o que sabem que gostam, mas, ainda assim, guardam uma “culpinha pro gasto”. Parece até que sem culpa não há santificação!
Sem rodeios e sem conversa fiada, é isto que digo a todo mundo há pelo menos 20 anos.
E recomendo a leitura de meu livro Entre um Homem e Uma Mulher: um texto sobre Cantares de Salomão.
Que Deus a abençoe!
Mas lembre, você tem todas as razões do mundo para não se entregar a alguém que você não ame!
Respeitosamente,
Caio
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Outra pessoa, outra carta, a mesma questão.
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—–Original Message—–
From: G.
Sent: terça-feira, 12 de agosto de 2003
To: [email protected]
Subject: Acerca do que pode no sexo…

Mensagem:

Querido pastor Caio,

Em Rom.1:26 está escrito assim:

“Por causa disso os entregou Deus a paixões infames, porque até suas mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas, por outro contrário à natureza;” e continua…

Pastor, já no seu livro “Brincadeira de gente grande” e agora no site em sua resposta a uma carta, “Sexo oral ou anal”, eu entendi que o sr. desconsidera Rom.1: 26. Gostaria de saber porquê.
Um grande abraço da
G.
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Resposta:

Minha amada irmã e querida amiga:

Paulo falava dos bacanais de lesbianismo e de homossexualismo em Roma.

César era o amante de todas as esposas, e era a mulherzinha de todos os maridos.

Uma viagem histórica pelo mundo de Paulo nos faz enxergar melhor o que ele estava dizendo.

Ele falava das saunas de promiscuidade; dos banquetes de glutonaria e orgia; e dos grandes e públicos bacanais de dissolvência de todo pudor humano.

Aliás, o contexto histórico nos fala de algo muito mais forte que a mera ocorrência homossexual individual. Veja que todos os termos são plurais. Trata-se de uma descrição de um estado coletivo de existência. E, honestamente, conhecendo a Bíblia como Palavra, a História como contexto, e a realidade da natureza humana como condição-em-si, não poderia ter outra opinião.

Roma, como a senhora e todos sabem, era um grande bacanal publico e oficial.

Em Roma a orgia era parte oficial da instituição. É a História quem nos fala disso.

No mais, minha amada amiga, creio que o que acontece dentro de um quarto de qualquer casal—entre um homem e uma mulher—, concerne apenas aos dois, e a mais ninguém.

Não pode haver abusos. Mas também não deve haver pudores que ofendam a alegria de ambos.

Portanto, quem não quer e quem não gosta, que não faça. Mas também não julgue a quem, na intimidade de sua própria vida, pensa e sente diferente, sem que de nada lhe acuse o coração.


Ou por que dois, dentro de um quarto, haveriam de ser julgados pela consciência fraca de outros dois, em qualquer outro quarto de casal da terra?

Uns fazem distinção até mesmo entre dia e dia—veja o nível de consciência fraca!
Outros consideram iguais a todos os dias—veja o nível de liberdade!

Todavia, repito insistentemente, o de sempre: a fé que tu tens, tem-na para ti mesmo. E, bem-aventurado é todo aquele que não se condena naquilo que aprova. Pois tudo o que não provêm de fé, é pecado.

Portanto, quem não tem fé para exercer sua liberdade conjugal, que fique nos parâmetros de sua própria consciência, mas também não se queixe!

Honestamente é o que penso!

E com isto não estou “ensinando” ninguém a “fazer nada”.

Estou apenas dizendo que “nada”, tem que ser “nada”.
E nada além de nada.
Mas cada um deve saber o que é nada para si mesmo!

Por último, quero dizer que não “desconsidero” Romanos 1: 26.
Sinceramente apenas acho que entendo Romanos 1:26; e não tenho medo de dizer isto.

De fato, não digo nada que eu não creia conforme o meu entendimento da Palavra. E vivo com as conseqüências.


Um beijão filial e carinhoso.

Caio
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—–Original Message—–
From: G.
Sent: sábado, 16 de agosto de 2003 15:10
To: [email protected]
Subject: Anais do sexo


Mensagem:
Caro pastor Caio,
Muito grata por responder o e-mail.
Só que não entendi a resposta!!!!!
Enfim, paciência.
Um abraço da
G.
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Minha amada amiga:

Se ainda for sobre a questão de Rm 1:26, o que lhe digo é Paulo estava falando das relações de homem com homem, e mulher com mulher.

O “contrário à natureza” não é o modo como um homem e uma mulher fazerem amor.
Paulo está se referindo é a anormalidade de ser homem com homem, e mulher com mulher; e em grande orgias, bacanais e surubas, conforme o português bem claro.
Isso é contrário á natureza.

Mas quando Paulo diz: “até as suas mulheres”…—e descreve que elas agiam contra a natureza; ele não fala do “modo” como um casal se relacionava, mas sim que Roma estava um caos tão grande, que homens casados tinham os seus amantes masculinos; e as mulheres casadas tinham suas amantes femininas.

No princípio, conforme a natureza, Deus criou Homem e Mulher.

Um homem e uma mulher: esse é o padrão da natureza.

Nesse caso, o que viola a natureza das coisas?

Bem, estamos falando de sexo e de sua realização.

Nesse caso, veja o que Romanos nos faz pensar que seja contra a natureza; ou seja: desconforme com a ordem original:

Um homem e mais de uma mulher—é contrário a natureza.
Uma mulher e mais de um homem—é contrário a natureza.
Um homem com um ou mais homens—é contrário a natureza.
Uma mulher com uma ou mais mulheres—é contrario a natureza.
Um ser humano com um ou mais animais—é contrario a natureza.

O que é conforme a natureza?

Um homem e uma mulher—é conforme a natureza.

E quanto a como e o que um homem e uma mulher “fazem” sexualmente, deve ser conforme a natureza de ambos goste; de acordo com seus próprios acordos íntimos.

Mas saiba: há uma infinidade de coisas que são contra a natureza, e que nós fazemos, em todas as áreas da vida, e ninguém diz nada.

Nesse caso, mesmo dizendo apenas o que Paulo disse em Romanos 1:26, quero deixar claro que se transgressões contra a natureza foram assim tão importantes, os cristãos deveriam ampliar bastante a lista. Pois, para Deus, o padrão da natureza não se confina ao sexo. Todavia, a fixação cristã no tema, já revela a fixação do tema como realidade psicopatológica na cabeça dos cristãos.

Enquanto sexo for a coisa mais importante, para o mal, nas cabeça dos crentes, a “igreja” será sempre a mais adoecida de todas as comunidades humanas, sexualmente falando.

Espero que esteja mais claro.

Um beijo,

Caio