ATRAÍDO E APAIXONADO PELA FILHA
Caio querido,
O fato é o seguinte:
Hoje aos 49 anos, meu irmão está no segundo casamento, e ia bem, até a minha sobrinha (11 anos) manifestar desejo de dormir com ele quando dos finais de semana que passam juntos.
Ela tinha este hábito desde pequena e com a separação, o meu irmão, com medo de perder o amor da filha, passou a ter um comportamento por demais passivo e licencioso – Sem limites! Ele faz o que ela quer, não consegue dizer um “não” e a menina está ficando insuportável! As pessoas (adultos) amigas do casal estão se afastando por causa da postura dele. A criança também está sob a influência da mãe, e vem agindo ou reagindo conforme a conveniência.
Ela conversa e se comporta como uma adulta, além do fato de não desgrudar dele; ela monopoliza; se faz a dona da casa; e ele não assume o papel de pai, mas de amigo.
Caio, a relação chega a parecer incestuosa; é como se ele amasse a filha como a uma mulher que ele idealizou.
Ele não contradiz a garota, não a disciplina, chegando ao ponto que, quando eles saem, é a menina que diz a hora de voltar e aonde quer ir.
Assim, a sua mulher está numa situação difícil. Ele diz que é ela quem deve orientá-la; ou seja, ele fica na posição de pai bonzinho e os limites e os “não” ficariam com a esposa dele, que não é a mãe da menina.
Ele chegou a dizer à mulher [quanto esta o alertou para os fatos] que ela está com ciúmes.
A menina colocou a esposa dele para fora da cama do casal e, quando esta foi conversar e explicar para a menina sobre ela ter o espaço dela e que a cama era do casal, minha sobrinha fez ameaça de ir para a casa da mãe, o que deixou meu irmão “louco” e acuado. Então ele cedeu e passou a dormir com a menina.
Em princípio a menina dormia entre os dois, mas logo, logo, desbancou a mulher!
A desculpa dele é que esse comportamento se justifica pelo fato de sua ausência nos demais dias e que não vê maldade alguma. Porém, chegou a afirmar que só a presença da filha lhe é suficiente! E isto ele disse para a mulher dele, que gosta da garota e a trata muito bem, só que diante de tal situação começou a chamar-lhe a atenção para as conseqüências de suas atitudes e da estranheza de seu comportamento, sugerindo que ele buscasse uma ajuda profissional (o que não foi aceito, pois o problema está nela, diz ele), inclusive quanto à postura dele de tirar fotos da garota, publicá-las e incentivá-la a enviar a seus amiguinhos. (segue o link que eu gostaria que você visse)
Enfim, a vida do casal está em ruínas; a minha cunhada está sem saber o que fazer e já pensou em sair de casa, pois a cada fim de semana eles brigam.
A menina é a dona da situação!
Ele tem evitado conversar comigo, aliás, evitado a minha presença; e não toca no assunto com ninguém.
É isso!.
Se puder me orientar, ficarei imensamente grata… mais grata!!! rsrsrs
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Resposta:
Querida amiga: Graça e Paz!
Fui ao fotlog de sua sobrinha [conforme o link que você enviou] e fiquei triste a angustiado por tudo: pela doença dele e da menina [que já está totalmente contaminada por um terrível espírito de sensualidade], pela sua cunhada [que está no meio dessa situação incestuosa], e com pena de sua impotência ante a situação; pois, o que pode enfim você fazer?
A situação relacional e psicológica foi muito bem diagnosticada por você:
“… a relação chega a parecer incestuosa; é como se ele amasse a filha como a uma mulher que ele idealizou.”
É isto aí. Diagnóstico perfeito!
De fato, ao ficar um tempo olhando o olhar dela, da menina, e o dele, do seu mano [no algum eletrônico], tentei encontrar o que de menina ainda existe nela, e o que de pai existe nele.
É claro que ela ainda tem uma tênue menina nela, pois, no mais, ela é mulher, e sabe e gosta de ser vista e sentida assim; e, também é claro que nele há um pai, porém, muito mais que um pai, um reprodutor orgulhoso do espécime produzido, em relação a quem ele se sente “dono”, e, por isso, narcisistamente sente tesão por si mesmo; sendo que, no caso dele, é um tesão pelo que ela pode gerar nos homens tão precocemente, posto que é isto que ela gera nele. Desse modo, ao fazer com outros adultos sintam tesão nela, ele se sente “mais normal”, visto que desse modo ele diz: “Não sou apenas eu… Ela é maravilhosa mesmo!”
Eu precisaria saber da esposa dele se eles ainda transam, e como o fazem. E mais: se a sexualidade dele é infantil ou madura. E ainda: se ele já cometeu algum ato falho em relação ao tema em conversas… Afinal, quem diz que se sente satisfeito em ter somente a filha na cama caso a mulher se vá, tem que também dizer outras muitas coisas de modo sutil.
A mim só fica a dúvida sobre se há ou não algo físico entre eles, sexualmente falando; pois, certamente que existem fisicalidades “acontecendo” entre eles, mesmo que não sexualmente objetivas, mas que, por menores que sejam, o excitam psicologicamente — no mínimo.
De qualquer modo você tem muitos problemas nessa situação:
1. Aconselhar sua cunhada a dar um ultimato nele e colocar as coisas no lugar; do contrário, é sair dessa, a menos que ela queira ficar doente de alma com eles dois.
2. Constatar o nível do incesto: se apenas psicológico ou se também físico.
3. Fazer isto tudo sem destruir as vidas de ninguém.
Por isso, sugiro a você duas coisas:
1. Que você peça à sua cunhada para me escrever com detalhes;
2. Que você não faça nada além de tudo: orar, orar e orar. Afinal, Deus pode trazer tudo isto à luz pelo modo Dele.
Infelizmente conheço muitos homens que têm esse tipo de relação incestuosa com suas filhas, assim como também conheço mães que a têm com filhos homens.
Há gente que se separa do cônjuge a fim de viver melhor a relação com o filho [a] na liberdade do apartamento de solteiro.
No Velho Testamento, na Lei, o caso seria de morte por apedrejamento — digo isto para mostrar como ficar livre da Lei foi uma benção até para quem não sabe disso.
Entretanto, estimulo você a confiar e a orar, pois o Senhor pode meter a mão cirúrgica Dele no meio desse mal.
Um abraço muito carinhoso e todas as minhas orações.
Nele, em Quem todos podem se arrepender e ser curados,
Caio
04/12/07
Lago Norte
Brasília
DF