BALAÃO NÃO CONHECIA MELQUIZEDEQUE



 


—– Original Message —–
From: BALAÃO NÃO CONHECIA MELQUIZEDEQUE
To: [email protected]
Sent: Tuesday, April 11, 2006 11:12 AM
Subject: Balaão

 

Querido Caio, é uma satisfação poder escrever-lhe. O site, e os livros, têm
sido meios de crescimento no caminho. Tenho tentado reler a Bíblia sem os
olhos da doutrina; tem sido uma delícia.


Tenho uma pequena questão que gostaria de compartilhar com você. Você
escreveu vários artigos sobre a ordem de Melquisedeque e inclusive fez um
link com o centurião romano. A questão é a seguinte:


Balaão também não era do povo de Israel, pelo que entendi pertencia a uma
nação pagã, vizinha a cidade que estava para ser conquistada por Israel. O
rei da cidade, totalmente aterrorizado, manda chamar Balaão para que
profetizasse a favor de seu povo (logo Balaão já possuía fama de estar
conectado com o “homem lá de cima”). Na sequência dos fatos Balaão mostra
bastante intimidade com Deus e ouvidos sensíveis a Sua voz, fazendo o que o
Senhor lhe determinou, pois antes já afirmara que só falaria o que o SEU
Deus mandasse.

A primeira pergunta é esta:

Pode se dizer que Balaão pode ser incluido na turma de Melquisedeque, com o Centurião e outros que, embora não “escolhidos”, estarão na festa do Cordeiro?

A segunda questão é a seguinte: Porque será que Balaão foi morto pelo povo
de Israel quando da conquista da terra? Há alguma especulação a respeito?
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Resposta:

Querido irmão: Graça e Paz!


Que bom que seu coração está começando a encontrar o deleite de ler a Palavra a partir de Jesus. Isto porque não basta deixar de lê-la conforme as doutrinas dos homens, mas tem-se que lê-la a partir de Jesus, conforme dezenas de textos que existem neste site.

Vou começar do final. Balaão foi eliminado de Israel porque “induziu os filhos de Israel à prostituição e à idolatria”, conforme nos diz a Escritura. Portanto, não há especulação, mas informação bíblica sobre o assunto. Meu livro “Síndrome de Lúcifer” fala sobre o assunto.

Não! Balaão não fazia parte da Ordem de Melquizedeque, pois, sabia de Deus o que muita gente sabia, porém, não o conhecia como seu Deus, mas apenas como Deus. Prova disso é que ele, em sendo chamado por Balaque, dos Moabitas, desejou ir por causa dos “presentes” que lhe foarm enviados, embora Deus o tivesse proibido. Como Balaão insistiu, Deus permitiu sua ida; mas foi a permissão-chance-de-reflexão. Ele foi… E o Anjo do Senhor se preparou para matá-lo no caminho. Foi a “jumenta falante” quem impediu a sua morte, chamando o “profeta” à consciência, e ajudando-o a ver o Anjo que se lhe opunha.

Foi depois desse “choque” que Balaão disse que iria, mas só falaria o que Deus lhe pusesse na boca. Afinal, ele ainda está sob o medo do juízo. Entretanto, ele faz tudo o que Balaque pede. Tenta amaldiçoar Israel três vezes, não o fazendo porque Deus possuiu a boca do mago da Mesopotâmia.

Aliás, uma correção: Balaão não era do povo dos moabitas, mas morava na Mesopotâmia, a muitos e muitos quilometros de distância. E, além disso, ele foi chamado não como profeta de Deus, mas como bruxo.

Sim, porque como poderia um homem que foi identificado como alguém que poderia amaldiçoar o povo de Israel ser um homem de Deus?

O que se vê em Balaão é um homem ganacioso, e que tivera um encontro com um poder que ele discerniu ser maior que tudo, e, não tendo como enfrentá-lo, como era malandro, se ofereceu para falar apenas o que Deus lhe mostrasse; e assim o fez por medo, e não por consciência. A prova disso foram as três tentativas de amaldiçoar, sempre mudando de angulo, porém sempre sendo tomado pela Palavra de Deus.

Balaão virou uma “judas da promiscuidade e da ganância” no imaginário do NT. Sim, porque Pedro em sua espístola fala dele como um ser-espírito-de-ganância. Judas, não o “Novo Judas”, mas o irmão de Jesus, escreveu a mesma coisa que Pedro escreveu em sua carta. E João, no Apocalípse, usa o nome de Balaão a fim de caracterizar o interesse e a ganância que faziam barganga; e, também, a toda manifestação de bruxificadamente convicta de que Deus poderia negociar com a profecia como negócio. Além disso João também o vê como um ser cujo espírito se manifestava naqueles dias como uma espiritualidade promíscua e ideologicamente comprometida em fazer a cabeça das pessoas no que se relacionava à prostituição.
 
Quanto a você, sua confusão vem do fato que você pensa que Deus só fala pela boca de “homens de Deus”. Deus, porém, tanto fala pela boca da jumenta (o que é muito mais fácil), como também pode usar a boca de qualquer um, até de um bruxo intereseiro em grana. Se Ele usa “pastores-bruxos”, por que não usaria Balaão? O que aconteceu a Balaão foi a manifestação de uma esmagadora soberenia de Deus.

Sobre Balaão pode ler Mateus 7, acerca dos falsos profetas, e veja que eles profetizam, e a profecia se cumpre; oram por milagres, e milagres podem acontecer; expulsam demônios, e eles saem. Jesus, todavia, mesmo reconhecendo que eles estiveram presentes na “ocasião”, nada do que de bom aconteceu foi por causa deles, mas apesar deles. “Nunca vos conheci…”, diz Jesus desses; tanto quanto diria de Balaão.

O Centurião era um homem íntegro e cheio de fé. Balaão era um aproveitador. Não dá para comparar nada.

A Ordem de Melquizedeque não é uma concessão à loucura contra a verdade, a justiça e o amor. A Ordem de Melquizedeque é revelação de Deus fora das fronteiras de Israel e de seus sistemas e sacerdócios. A Ordem de Melquizedeque não pode ser mensurada pelo exercício de poderes psiquicos ou espirituais. Ele é a Ordem do Sacerdócio Universal do Cordeiro Eterno, e, portanto, é exatamente conforme o espírito de Jesus revelado no Evangelho.

Ninguém que não tenha sido “ escolhido” estará na Festa do Cordeiro!

Assim, o que vejo é que o assunto ainda está meio confuso em sua cabeça. Portanto, recomendo a você que leia tudo o que já existe no site, e faça isto juntamente com a leitura da Carta aos Hebreus, pois, desse modo, não haverá como você deixar de entender com clareza.

Estou com muito sono!

Vou dormir!

Outra hora eu prossigo!

Um beijão!


Nele, que conhece as Suas ovelhas de todos os apriscos,


Caio