BARALHO É DO DIABO?

—–Original Message—– From: BARALHO É DO DIABO? Sent: sábado, 3 de julho de 2004 11:26 To: [email protected] Subject: Dúvida! Olá Pr. Caio, Tenho uma dúvida sobre o baralho. O que o senhor acha do baralho? Dizem que o “rei” é Satanás, a dama é Maria e o valete é Jesus… por isso não se pode brincar com isso. Mas, acho que é um passatempo super-divertido e interativo… Estou aguardando resposta… Obrigada! ____________________________________________________________ Resposta: Minha irmã querida: Se divirta na Graça de Deus! O que é mais gostoso para você, ler a Bíblia ou jogar baralho? Bem, você dirá que é ler a Bíblia. No entanto, eu lhe digo, ainda não é. Sabe por que? É que seu grilo com as cartas de baralho vem da diversão que o baralho dá, enquanto, supostamente, fala de coisas sérias. E sabe por que eu sei disso? Pense como seria se você amasse ler a Bíblia com a alegria de quem joga um baralho. E se você se sentisse culpado em se sentir alegre, mesmo que fosse lendo a Bíblia. Você deixaria de ler a Bíblia? Pergunto isto porque você teria fortes razões para não lê-la, posto que na Bíblia o que mais tem, pela ordem, é Jesus, Satanás e Maria; e tudo é coisa muito séria. Todavia, você a lê com alegria em não se grila? Por que? Por que não é um jogo? Ah, então o problema está no jogo? Mas é claro que não! Afinal, você joga, eu jogo, nós jogamos…todos nós…não baralho…mas jogamos na vida, todos os dias, e por vezes jogos perversos, e que mexem com a cabeça dos outros…o que é infinitamente pior que jogar qualquer jogo de mesa…se houver mal para alguém em se divertir à volta da mesa. De onde vem o grilo então? É da suposição que uma brincadeira possa ter referencia a “coisa séria”? E que você, sem saber, pudesse estar manipulando “coisas do mal”? Ora, o grilo vem de seu espírito ainda animista na visão das coisas. Ou seja: você ainda crê que coisas possam ter poder-em-si-mesmas. Digo isto porque é assim que é a espiritualidade da superstição, e que abunda tanto no mundo quanto na igreja evangélica, mesmo que a pessoa fale toda hora que “Jesus tem poder”. Ou seja: crê-se que as coisas têm poder-em-si-mesmas, mas que Jesus tem MAIS poder. Só isto. É assim que um evangélico vê o mundo e a vida. Ora, neste caso, sendo apenas uma questão de quem tem poder mesmo, não deveria haver problema de jogar cartas; afinal, presença por presença, a de Jesus seria incomparavelmente mais forte que a de satanás; e a de Maria, na pior das hipóteses, seria uma presença materna e inofensiva. Parece estranho posto assim. Todavia, essa é a única maneira de você, e muitos, poderem aprender que “todas as coisas são puras para os puros; mas para os impuros, todas as coisas são impuras”. E mais: é tempo de aprender que o “ídolo, de si mesmo, nada é no mundo”. Ou seja: as coisas são só coisas, e o que as fez serem qualquer outra coisa é a crença de que as coisas sejam conforme a crença. Assim, se sua crença é animista—e que empresta às coisas um poder mágico— o baralho será para você um “jogo de azar”. Mas se você vê a vida como um cristão deve ver, então, o baralho precisa ser bem cortado, não estar viciado, e jogado com gente agradável e bem-humorada. Só isto. E nada além disso. E olhe que eu nunca joguei baralho, pois, nunca fui amigo de jogos ou joguinhos. Mas essa é apenas uma declaração de que jogos, em geral, não me mantêm entretido. Apenas isto. Leia Mateus 15 e veja de onde procedem as coisas ruins. Veja se elas vêm de fora ou de dentro. Veja quais as coisas que contaminam o homem, e me diga de onde elas procedem. Um forte abraço! Nele, em Quem hora de brincar é boa, Caio