BRINCANDO DE MÉDICO E PACIENTE GINECOLÓGICA

—–Original Message—– From: BRINCANDO DE MÉDICO E PACIENTE GINECOLÓGICA Sent: segunda-feira, 28 de junho de 2004 17:17 To: [email protected] Subject: Uma alma aflita…em busca de paz. Rev Caio, Graça e paz ! Acompanho o seu pastorado há bastante tempo e o admiro muito, como Pastor e como pessoa. Por essa razão peço a sua ajuda e a sua compreensão, pois estou com um grande problema. Sou solteira e nasci num lar evangélico. Meu avô era Pastor, minha mãe nos criou na igreja, onde permaneço até hoje. Faço parte da liderança da igreja, onde ocupo vários cargos. Bem, preciso da orientação de Deus através da sua pessoa, Pastor Caio. Acontece que eu me envolvi com um rapaz, há uns dois meses, e nossa relação ficou tão íntima que nós tivemos relações sexuais. Ou quase, pois não completamos o ato sexual em nenhuma das vezes que nos encontramos, o que, diga-se de passagem, eram sempre encontros escondidos, em lugares mais escondidos ainda, e sempre mentindo pra que ninguém desconfiasse. Sempre que “acabávamos” dizíamos que não tinha volta, que estávamos errados e que nunca mais faríamos aquilo, mas sempre voltávamos a nos encontrar; e no nosso último encontro, ficamos mais íntimos do que nunca, e, resolvemos outra vez, não nos encontrar mais, pois tínhamos passado de todos os limites. Quando fui pra casa, chorei muito e decidi que eu não podia contar jamais aos meus pais e muito menos levar o assunto à direção de minha igreja, onde meu pai é líder. Decidi tomar a atitude que de certo a Direção tomaria: afastar-me dos cargos que eu ocupo. Pois bem, renunciei a todos os cargos que ocupava na igreja, e na denominação. Penso em ficar um tempo sem comungar, até me sentir digna de estar na presença do meu Deus outra vez. Acho que isso é uma forma de me disciplinar, pois todas as vezes que eu pensar em repetir meu erro, vou me lembrar do que eu perdi, que é o prazer de fazer o trabalho de Deus. Creio que isso me dará forças para seguir sem desejar de novo ter encontros furtivos. A outra pessoa envolvida também é da igreja, é mais jovem e é um amigo muito querido; não é meu namorado, apenas amigo. Nos envolvemos, e agora estamos com medo das conseqüências dos nossos atos. Por favor, Pastor, ajude-me. Dê-me uma orientação e me diga como eu posso ajudar o meu amigo também. Diga-me que ainda há salvação pras nossas vidas, pois tenho medo de cair outra vez. Que Deus continue a abençoá-lo, amado Pastor Caio Fábio. ____________________________________________________________ Resposta: Minha amiga querida: Não faça jejum a fim de curar a fome! É impressionante como a “negação da realidade” é um valor maior que a verdade entre nós. Sua atitude de negar o real e natural, e se auto-disciplinar, tem aparência de piedade, e é cheia de justiça própria, mas não tem valor algum contra a sensualidade. Quem a torna digna diante de Deus é o sangue de Jesus! Você está com fome. E quem tem fome não precisa se assentar na mesa e ficar brincando de beliscar as beiradas do prato. Quem tem fome precisa comer. Você não disse a sua idade. Porém, se eu fosse supor, diria que você tem entre 24 e 28 anos, e que vive as angustias da normalidade. Ou seja: sofrer pelo que você está sofrendo é como se angustiar por precisar de ar! Responda: É pecado nascer com pulmões e precisar de ar para viver? Ora, o que está acontecendo não é algo para ser objeto de culpa. Afinal, chegar à sua idade e querer transar, e aprender o gosto do prazer, é natural e normal. Estranho seria se fosse diferente. Também você não disse porque você e o rapaz não namoram. Qual a razão? Não se gostam para tal? E, se não se gostam, por que ficarem brincando de médico e paciente ginecológica? Ou seja: o fato em si é pertinente ao atraso afetivo e emocional da vida de vocês dois, mais da sua do que da dele. E tal atraso vem da paralisia religiosa que se instalou como culpa nos processos de sua sexualidade. Você perguntou se há “salvação” para você. E com isto eu entendi “salvação do desejo”. Não! não há salvação! Paulo disse que há solução. A salvação é a solução. E a solução é encontrar um companheiro a quem você ame, e que a ele possa se entregar de modo adulto, amoroso, leve, livre, sem culpa, sem medo, e com toda reverencia quanto ao fato de que você está fazendo algo limpo pelo amor. O mais minha querida, saiba, é angustia neurótica da religião, e não convencimento do Espírito de Deus. É que no meio cristão, culpa é conhecida como “testemunho de Deus”; e neurose é chamada de santificação! Não precisa falar com ninguém, à menos que você queira receber as disciplinas dos guias de cegos. Jesus disse que cairão ambos no precipício! Leia este site todo. Se você o fizer, não tenho dúvida alguma de que emergirá, do lado de lá, uma mulher sadia, não uma menina neurótica; e que tem o poder de se fazer muito mal se continuar andando nessa aflição perversa e desumana. Receba meu carinho e orações. Nele, que nos fez sexuados e desejosos de conhecer o amor, Caio